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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Manequins ao Entardecer

No fim da grande avenida uma grande loja imponente a mais bela da região era o que se dizia, tecidos, brinquedos, moveis... De tudo ali se encontrava e tudo ali era encontrado, na faixada uma linda placa em letras garrafais DE TUDO E MAIS UM POUCO, nas vitrines lindos manequins  de encher os olhos, tão belos e tão vivos diziam alguns, mas quem nunca teve tal impressão de um desses ai de puro plástico ser na verdade de pura vida, quem de canto de olho nunca espiou esperando por um movimento e quando de pé junto você supostamente jurou que viu e ali parado de frente ao tal nada mais se percebeu, pois manequins de vida nada tem ou tudo dela poderiam obter.
Ao fechar as portas e o público nada mais ver, cada qual manequim volta ao seu viver, quase como palavras mágicas e feitiços ao luar, nem tão de plástico agora podem ser, mas nem tanta carne, pele e ossos também a se obter.
Cada noite assim como quem foge na sombra das ruas e nas luzes dos postes um por vez cada manequim se refaz, coloca uma roupa e busca um algo mais.
Cansados de ser objeto de vitrine querem mais é viver ou melhor achar um pobre coitado para ocupar seu lugar.
Na noite em questão um homem descuidado era pego, capturado, levado para loja e que de tudo, tudo tinha mesmo, de roupas, machados e alguns esquartejados.
Tão bonito quase igual, um ser humano virar manequim e um manequim humano poderia se tornar.
Em outro momento preste a atenção, pois quem sabe quem observa pela vitrine não é o que da calçada analisa, mas quem de dentro da loja planeja uma visita.
 *foto de Luis Carlos Carpim 

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