No meu mapa astral dizia ser difícil minha companhia, minha pedra o quartzo, mas que porra de pedra, minha cor o vermelho, o azul listrado, o verde água e o beje para dar uma equilibrada , deveria andar feito palhaço, evitar comidas salgadas e dispensar a pimenta, cuidar de minha saúde, esperar um novo amor que estava por chegar, ter cuidado com amizades falsas e mais um tanto de porcarias que li, mais ainda para completar, que meu inferno astral na próxima segunda começaria.
Passei na banca central comprei revistinhas dessas estilo Astral, fiz os testes, contei os resultados, descobri meu número da sorte, fiz saquinho de renda, lilás como dizia na legenda, amarrei com quatro voltas, não três ou cinco tinha que ser quatro, pois assim que dizia, enterrei no fundo do quintal, na bananeira e esperei o resultado.
Fiz mandinga, pedi pro meu orixá, Ossaim, Oxossi, Obaluaiê, Oxumaré, ou qualquer um outro que resolvesse me anteder, tomei banho de descarrego usei o sal, o açúcar o mel e o que em minha cozinha poderia ter, fui na encruzilhada por ali ficou algumas frutas, balas uma meia garrafa de cachaça fina, a outra metade de água da bica, só meia mesmo o resto bebi e meia coxa de uma galinha e esperei o resultado.
Fui na missa pedi pro nosso Senhor, Maria, José, Santo sei lá o que ou fulaninho de tal, tomei a hóstia, rezei, como rezei, cantei tudo que poderia se cantar, fui abençoado e da caixinha de donativos cinco reais levei, voltei para casa e o resultado esperei.
Fui no culto abraçar o pastor, abracei, fiz relato de vida de como do tal Diabo escapei, o pessoal se agitava, cai, gritava, falava coisas que eu não compreendia, mas eu concordava e por dentro só ria e esperei o resultado.
Na cartomante taró, búzios, jogo do copo do compasso, cristais na mesa, dominó, ossos de galinha, borra de café, mas de meu destino nada se dizia, recebi banho de perfume com saquinho de pipoca e quando ela não estava vendo meia dúzia de incenso no bolso esquerdo, fui para casa e esperei o resultado.
Fumaça pelos cantos da casa, uma oração uma palavra antes de dormir e esperar o resultado.
No outro dia acordei fui no banheiro com uma baita caganeira, fui para o banho me limpar, não tinha água, não tinha gás nem luz para ajudar, banho de balde para variar, água gelada em um frio de matar, meu carro não pegava, perdi a lotação e para ajudar um cão mijou em minha calça, respirei fundo, nada podia fazer, pensei que estava bem protegido por santos e tudo mais, da próxima vez faço o dobro e talvez eu deva deixar a cachaça inteira do santo e uma ou outra coisa que mais.
Onde o tudo pode ser o nada e o nada acaba por se tornar o tudo. Uma verdade incerta, um questionamento absoluto.
terça-feira, 30 de junho de 2015
domingo, 28 de junho de 2015
Poema Melancólico de Alcova
Raios e trovões: o céu despenca, em uma fúria de sons e
luzes,
como nunca se viu antes. Estamos protegidos por longas
paredes
e muros altos. A tempestade bate à porta furiosa, porém aqui
ela
não entra. Escuto teus ruídos como animais que estão a
cercar sua
presa, cantos malditos por corredores vazios. A chuva molha
a
vidraça, escorre contornando uma silhueta feminina, um
reflexo
que espreita pela porta logo atrás de mim, um leve sorriso,
um
movimento de mãos e uma taça vazia que anseia por mais
vinho.
Invado teu recinto e teus olhos com a minha pálida face, com
os
meus sôfregos passos, com a luz de parasselênio do pequeno
castiçal
que carrego. Clair de lune flutua pelos corredores escuros
em busca
de mais um cálice de vinho, bebida que mancha minha pele com
sangue
e mancha teus macróbios lábios com versos negros de invernos
cinzentos.
Rogo que o inverno de nossa alma vague, com o som de
Debussy, pelo
interior deste castelo e que se esconda, em velhos baús
abandonados, pelos
esquecidos aposentos das óperas outrora dramatizadas por
insanos solitários.
O silêncio nasce antes do estremecer da terra. Na escuridão,
guiado por
afagos da luz amarelada, das velas e do cristal das taças,
reluz o doce amargo
do vinho. Uma visão: através da grande vidraça, as copas das
árvores, em seu
balançar, dançam tomadas por seus pares, os impetuosos e
delicados ventos.
“A última taça, minha estimada”, assim é oferecido. O último
olhar lançado à
tempestade antes que ela cesse, antes que a música silencie,
antes que as velas
se apaguem, antes que o dia nasça e, com ele, retorne o
velho Sol brilhante.
Teus dedos já não tremem como antes e teus olhos já não
sangram como
costumavam sangrar. Minhas mãos já não são gélidas e meus
desejos
tornam-se cálidos. O vinho se faz insuficiente e o silêncio
se transforma
em uma eterna melodia celta. Os pedidos nascem na garganta e
desabam
ao estômago. As gotas da chuva presas nas vidraças voam
direto às nossas
faces e tornam-se lágrimas pesadas de almas que foram
olvidadas por um
deus desconhecido. Não há luz. Não há sabor. Não há
silêncio. Há dor.
Por outra vez – e para sempre – há o vetusto medo de não ser
o que se é.
Caos Eterno - Por Laís Grass Possebon
terça-feira, 23 de junho de 2015
La mujer amarilla
Femininas, humanas, mulheres
de palavras, papel, poesia
de carne, seios, pernas e olhos
mulher, humanas dentro de seus livros
enclausuradas por seus maridos
por seus autores
por suas capas
seus epígrafos
seus monólogos
mortas por seus epílogos.
Em cada toque assim feminino nem tão frágil
nem tão submisso
se esconde um ponto
em uma tênue linha
uma gota amarela
la mujer amarilla
espectadora destas que sofrem
destas que se glorificam
ou daquelas que morrem.
Helenas as de Tróia ou de qualquer canto
o caminho da fuga, por marcas em tons amarillo.
Penélopes em seu tecer ao dia
pela noite as linhas em tons amarillo, desfazer-se.
Lolitas, provocantes com seus batons vermelhos
suas roupas amarillo.
Madames Bovary, sonhadoras em seu cativeiro
ilusões ao nascer do sol, amarillo.
La mujer amarilla
feita de todas estas
e outras tantas, mulheres, femininas, poesia
revoluções, penitências, inquisições
no fim um ponto final, uma observação
em tons de amarillo.
de palavras, papel, poesia
de carne, seios, pernas e olhos
mulher, humanas dentro de seus livros
enclausuradas por seus maridos
por seus autores
por suas capas
seus epígrafos
seus monólogos
mortas por seus epílogos.
Em cada toque assim feminino nem tão frágil
nem tão submisso
se esconde um ponto
em uma tênue linha
uma gota amarela
la mujer amarilla
espectadora destas que sofrem
destas que se glorificam
ou daquelas que morrem.
Helenas as de Tróia ou de qualquer canto
o caminho da fuga, por marcas em tons amarillo.
Penélopes em seu tecer ao dia
pela noite as linhas em tons amarillo, desfazer-se.
Lolitas, provocantes com seus batons vermelhos
suas roupas amarillo.
Madames Bovary, sonhadoras em seu cativeiro
ilusões ao nascer do sol, amarillo.
La mujer amarilla
feita de todas estas
e outras tantas, mulheres, femininas, poesia
revoluções, penitências, inquisições
no fim um ponto final, uma observação
em tons de amarillo.
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Dança de Quimeras
Fantástica
absurda
monstruosa dança
dança dessas Quimeras
melodias de imaginação
sonhos
sonho de fantasia
utopia
de uma Quimera feita de ouro
outra manchada de sangue
Dois ou mais animais
compõem assim sua crua epifania
cabeça de leão
corpo de serpente
de olhos dormente
outras cabeças fazem entonação
uma de cabra
outra de dragão
pela insignia de mitologia
Homem e mulher
em tal maestria
juntos da fera
ao qual quem poderia separar
ou conceber dentro dos mitos
movidos por imaginação
nesta dança de quimeras
nesta dança de ilusões.
absurda
monstruosa dança
dança dessas Quimeras
melodias de imaginação
sonhos
sonho de fantasia
utopia
de uma Quimera feita de ouro
outra manchada de sangue
Dois ou mais animais
compõem assim sua crua epifania
cabeça de leão
corpo de serpente
de olhos dormente
outras cabeças fazem entonação
uma de cabra
outra de dragão
pela insignia de mitologia
Homem e mulher
em tal maestria
juntos da fera
ao qual quem poderia separar
ou conceber dentro dos mitos
movidos por imaginação
nesta dança de quimeras
nesta dança de ilusões.
sexta-feira, 12 de junho de 2015
Enamorados Literários
Amantes
romances
enamorados literários
Como Romeu e Julieta
uma gota de veneno bastaria
pois o amor é além da vida
Penélope e Ulisses
o amor que resiste
pela distância e pela fúria dos Deuses
Eros e Psiquê
entregue-se a morte
para ganhar a imortalidade
Tristão e Isolda
por palavras vazias
o amor que morre de tristeza
Capitu e Bentinho
um amor daqueles de desconfiança
da dúvida até o ponto final
Dante e Beatriz
amor em três estágios
Inferno, Purgatório e Paraíso
Maria e João
como nossos pais
ou irmãos
Fulano e Fulana
como os desconhecidos na praça
como os conhecidos ao acaso
como estes ou aqueles enamorados.
romances
enamorados literários
Como Romeu e Julieta
uma gota de veneno bastaria
pois o amor é além da vida
Penélope e Ulisses
o amor que resiste
pela distância e pela fúria dos Deuses
Eros e Psiquê
entregue-se a morte
para ganhar a imortalidade
Tristão e Isolda
por palavras vazias
o amor que morre de tristeza
Capitu e Bentinho
um amor daqueles de desconfiança
da dúvida até o ponto final
Dante e Beatriz
amor em três estágios
Inferno, Purgatório e Paraíso
Maria e João
como nossos pais
ou irmãos
Fulano e Fulana
como os desconhecidos na praça
como os conhecidos ao acaso
como estes ou aqueles enamorados.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Memento Mori (lembre-se que a morte chega a todos)
A cidade em festa, seu General venceu terríveis inimigos, retorna para sua casa com pompa de herói, mas nem mesmo os heróis são eternos...
-A Morte espreita, grande general! Ela sabe de sua fama e a inveja, deseja ser lembrada por seu feitos ser glorificada, receber seus júbilos, ouros e placas douradas...
-Não termine tuas palavras escravo, se não a única espreita de Morte será sobre teu cadáver. Não a temo, ela que deveria temer a mim. Compreendo perfeitamente tal preocupação, seu desejo de glória, mas assim como os corvos e abutres vem se alimentar dos cadáver esquecidos, ela a Morte só tem espaço quando os Deuses e Generais assim como eu, já tiverem recolhido seus espólios, a ela apenas um corpo, mais um cadáver para sua lista.
-Quanta arrogância meu senhor, não te esqueças que é apenas mortal, enquanto ela, bom ela é imortal..
-O que tal imortalidade lhe vale, ela não passa de uma carniceira, a peste, a dor o fim de tudo, seus feitos mesmo que durem para sempre não valem uma alma as profundezas do Hades.
-Mas meu senhor, deveria ter cuidado com tuas palavras...
-Você que deveria ter cuidado, manter tua língua dentro da boca, eu avisei ó criatura, tu não me escutaste, agora perda está língua insolente que tens na boca. Quero a língua deste aqui em um bandeja de prata e que sirva para outros que aqui estão, que nem a Morte pode tocar em meus feitos e que assim seja, assim será.
Bem no fundo do salão, alguém levanta uma taça e grita homenagens ao general.
-Um brinde aos seus feitos General e que não temas a Morte, pois a Morte não teme você, quem é o mais insolente aqui seu escravo ou você?
-Quem ousa ir contra minha palavra, quero este insolente aqui, servira de lição a outros como este. Onde está? Para onde foi o covarde, que venha me enfrentar, dizer em minha face o que devo temer, onde está?
Em um piscar de olhos, tal pessoa estava ao lado do General e retornou a falar:
-Aqui estou tolo mortal, não proferia palavras contra mim? Cá estou eu a Morte, aquela que tu não temes, mas treme ao ouvir meu nome e o som de minha voz ao seu ouvido.
-Mas...
como é possível?
-Fique em silêncio mortal, tenha o respeito, se eu sou uma carniceira, o que sobras para ti, o grande General de feitos gloriosos, o que te sobras é apenas memórias, mas no fim eu terei tudo que é seu e seu cadáver apodrecera junto a mim. E quando estiver quase no fim de sua existência, brindarei ao seu corpo podre.
O General já não tinha reação, o que tanto falava agora calava-se, perdeu a língua, perdeu sua coragem.
-Silêncio? Onde está sua petulância agora mortal? Seu dia não era hoje, mas agora te digo para que apenas você possa ouvir, pois apenas a você interessa digo então ao pé de teu ouvido.
Como uma sombra que rasteja, ela estava ao lado do General, com a boca ao eu ouvido.
-Memento Mori General, lembre-se que você é mortal, lembre-se que a morte chega a todos e a todos eu posso tocar.
A Morte sumiu como um vulto ao vento, o General ficou alguns segundo olhando ao nada, seus olhos pararam de vez, seu corpo desabou e sua alma foi carregada para as profundezas do outro mundo.
Seguindo ainda pelos caminhos do outro lado a Morte ainda cantarolava algo:
-A Morte espreita, grande general! Ela sabe de sua fama e a inveja, deseja ser lembrada por seu feitos ser glorificada, receber seus júbilos, ouros e placas douradas...
-Não termine tuas palavras escravo, se não a única espreita de Morte será sobre teu cadáver. Não a temo, ela que deveria temer a mim. Compreendo perfeitamente tal preocupação, seu desejo de glória, mas assim como os corvos e abutres vem se alimentar dos cadáver esquecidos, ela a Morte só tem espaço quando os Deuses e Generais assim como eu, já tiverem recolhido seus espólios, a ela apenas um corpo, mais um cadáver para sua lista.
-Quanta arrogância meu senhor, não te esqueças que é apenas mortal, enquanto ela, bom ela é imortal..
-O que tal imortalidade lhe vale, ela não passa de uma carniceira, a peste, a dor o fim de tudo, seus feitos mesmo que durem para sempre não valem uma alma as profundezas do Hades.
-Mas meu senhor, deveria ter cuidado com tuas palavras...
-Você que deveria ter cuidado, manter tua língua dentro da boca, eu avisei ó criatura, tu não me escutaste, agora perda está língua insolente que tens na boca. Quero a língua deste aqui em um bandeja de prata e que sirva para outros que aqui estão, que nem a Morte pode tocar em meus feitos e que assim seja, assim será.
Bem no fundo do salão, alguém levanta uma taça e grita homenagens ao general.
-Um brinde aos seus feitos General e que não temas a Morte, pois a Morte não teme você, quem é o mais insolente aqui seu escravo ou você?
-Quem ousa ir contra minha palavra, quero este insolente aqui, servira de lição a outros como este. Onde está? Para onde foi o covarde, que venha me enfrentar, dizer em minha face o que devo temer, onde está?
Em um piscar de olhos, tal pessoa estava ao lado do General e retornou a falar:
-Aqui estou tolo mortal, não proferia palavras contra mim? Cá estou eu a Morte, aquela que tu não temes, mas treme ao ouvir meu nome e o som de minha voz ao seu ouvido.
-Mas...
como é possível?
-Fique em silêncio mortal, tenha o respeito, se eu sou uma carniceira, o que sobras para ti, o grande General de feitos gloriosos, o que te sobras é apenas memórias, mas no fim eu terei tudo que é seu e seu cadáver apodrecera junto a mim. E quando estiver quase no fim de sua existência, brindarei ao seu corpo podre.
O General já não tinha reação, o que tanto falava agora calava-se, perdeu a língua, perdeu sua coragem.
-Silêncio? Onde está sua petulância agora mortal? Seu dia não era hoje, mas agora te digo para que apenas você possa ouvir, pois apenas a você interessa digo então ao pé de teu ouvido.
Como uma sombra que rasteja, ela estava ao lado do General, com a boca ao eu ouvido.
-Memento Mori General, lembre-se que você é mortal, lembre-se que a morte chega a todos e a todos eu posso tocar.
A Morte sumiu como um vulto ao vento, o General ficou alguns segundo olhando ao nada, seus olhos pararam de vez, seu corpo desabou e sua alma foi carregada para as profundezas do outro mundo.
Seguindo ainda pelos caminhos do outro lado a Morte ainda cantarolava algo:
...Todos estes ai
espertos mortais
cuidado com o que dizem
cuidado
pois a morte tudo escuta
e a todos ela pode ouvir
tolo mortal
antes de desafiar a morte
quarta-feira, 10 de junho de 2015
Deixa Queimar
A palavra que salva
é a mesma que condena
o terço que absolve
é o mesmo que enforca
O santo que cura
é o mesmo santo que mata
a divindade que se importa
é a mesma que se ausenta
Deixa queimar nessa fogueira
da palavra um amém
da palavra um amém
uma glória
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Destino Pelas Mãos das Moiras
Em seu leve tear
destino de homens
a se relevar
Noite após noite
roda da fortuna
a funcionar
Pelas mãos das irmãs condenas a eternidade
Cloto, Láquesis , Átropos
cada uma com seu penar
Cloto a primeira
em seu fiar
nascimentos e partos a se igualar
Láquesis a segunda
em seu sortear
júbilos para uma vida ou em morte se deliciar
Átropos a terceira
em seu afastar
corta seu fio da vida para na morte lamentar
Altos
e baixos
seu destino pode mudar
Tolo quem pensa
que sua vida
pode comandar
Decididas assim
por assim dizer
viver ou morrer
Seu fio do destino
tão frágil
tão fraco
Em seu tecer
tear
sua sentença logo chegara.
destino de homens
a se relevar
Noite após noite
roda da fortuna
a funcionar
Pelas mãos das irmãs condenas a eternidade
Cloto, Láquesis , Átropos
cada uma com seu penar
Cloto a primeira
em seu fiar
nascimentos e partos a se igualar
Láquesis a segunda
em seu sortear
júbilos para uma vida ou em morte se deliciar
Átropos a terceira
em seu afastar
corta seu fio da vida para na morte lamentar
Altos
e baixos
seu destino pode mudar
Tolo quem pensa
que sua vida
pode comandar
Decididas assim
por assim dizer
viver ou morrer
Seu fio do destino
tão frágil
tão fraco
Em seu tecer
tear
sua sentença logo chegara.
domingo, 7 de junho de 2015
Não me Venha Com Flores de Plástico
Não me venha com flores de plástico
com esses lamentos baratos
presente este eu recuso
eu passo ou desfaço pétala por pétala
que de pétala não tem nada
apenas artificial
Aceito flores de Cerejeira
que estas não se acham por aqui
prove seu amor busque uma do outro lado do planeta
Aceito um Girassol
que como quem busca o sol
seu amor busca o meu
Aceito um Copo-de-Leite
como quem sente a suavidade
do toque de nossas mãos
Aceito um Amor-Perfeito
que mesmo que o amor não seja
ela nos lembra sua beleza
Aceito um Crisântemo
com seu amarelo reluzente
que vale mais que jóias ou ouro
Aceito Camélias
que como as damas da noite
nosso amor também tem seus mistérios
Aceito Azaleias
com sua elegância nata
e suas cores variadas
Aceito uma Flor de Lis
que como canta Djavan
perdoa tudo de uma só vez
Aceito é claro Rosas
como quem encanta pela voz de Cartola
e volta assim exalando seu perfume em silêncio
E se ainda insistir em flores de plástico
suma daqui
mas deixe uma coroa de flores
assim mesmo dessas de velório
para que se lembre de nosso amor que foi sepultado.
com esses lamentos baratos
presente este eu recuso
eu passo ou desfaço pétala por pétala
que de pétala não tem nada
apenas artificial
Aceito flores de Cerejeira
que estas não se acham por aqui
prove seu amor busque uma do outro lado do planeta
Aceito um Girassol
que como quem busca o sol
seu amor busca o meu
Aceito um Copo-de-Leite
como quem sente a suavidade
do toque de nossas mãos
Aceito um Amor-Perfeito
que mesmo que o amor não seja
ela nos lembra sua beleza
Aceito um Crisântemo
com seu amarelo reluzente
que vale mais que jóias ou ouro
Aceito Camélias
que como as damas da noite
nosso amor também tem seus mistérios
Aceito Azaleias
com sua elegância nata
e suas cores variadas
Aceito uma Flor de Lis
que como canta Djavan
perdoa tudo de uma só vez
Aceito é claro Rosas
como quem encanta pela voz de Cartola
e volta assim exalando seu perfume em silêncio
E se ainda insistir em flores de plástico
suma daqui
mas deixe uma coroa de flores
assim mesmo dessas de velório
para que se lembre de nosso amor que foi sepultado.
sexta-feira, 5 de junho de 2015
Um Fado com Gosto de Vinho
Um fado com gosto de vinho
uma dose de melodia
que mancha meus lábios
mancha o resto de sentidos que levo no peito
pelas ruas ecoam
vozes e suspiros
vozes dos que cantam
suspiros daqueles que se apaixonam na praça junto ao mosteiro
mais um fado nessa mesa
mais uma taça de vinho
com a visão turva
embaçada pelas lagrimas
essa tristeza que bebo
esse fado que escuto
tira de meu peito este desalento
ficando solto no ar
transformando-se em cantiga
vou me assim desocupar este lugar
seguir pela rua Augusta
em uma Lisboa que desperta
e como um eterno amante
levo este fado junto ao peito e as manchas de vinho em meus lábios
e as marcas e as lágrimas eu deixo sobre a mesa.
quinta-feira, 4 de junho de 2015
Deusas e Musas
Pela insignia de Calíope fez assim poesia
por estas da alcunha do sexo frágil
dos deveres maternos
dos contratos conjugais de assinaturas banais
Pela insignia de Ártemis fez assim rebeldia
pela força das mãos
força de uma filosofia
confronto impresso por tais poesias
Pela insignia de Íris fez assim a leveza
do bater de suas asas de ouro
uma brisa macia
deslocando pensamentos
Pela insignia de Nix fez assim o mistério
como pela noite se esconde
das sombras ressurge
e agora existe
Pela insignia de Panaceia fez assim a cura
dos males humanos
dos rastros dos homens
estes ai de sexo masculino
Pela insignia de Psiquê fez assim a alma
pelo ardor da paixão da donzela mulher
limpando a visão
esclarecendo suas opiniões
Pela insignia de Deusas e Musas
das vivas das mortas
pela insignia de mulheres
e de seu lugar ao mundo.
por estas da alcunha do sexo frágil
dos deveres maternos
dos contratos conjugais de assinaturas banais
Pela insignia de Ártemis fez assim rebeldia
pela força das mãos
força de uma filosofia
confronto impresso por tais poesias
Pela insignia de Íris fez assim a leveza
do bater de suas asas de ouro
uma brisa macia
deslocando pensamentos
Pela insignia de Nix fez assim o mistério
como pela noite se esconde
das sombras ressurge
e agora existe
Pela insignia de Panaceia fez assim a cura
dos males humanos
dos rastros dos homens
estes ai de sexo masculino
Pela insignia de Psiquê fez assim a alma
pelo ardor da paixão da donzela mulher
limpando a visão
esclarecendo suas opiniões
Pela insignia de Deusas e Musas
das vivas das mortas
pela insignia de mulheres
e de seu lugar ao mundo.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Afagos de Rosas, Marcas de Espinhos
Pelas gotas de sangue
contornando um corpo desnudo
afagos de rosas
marcas de espinhos
pelos caminhos vazios
os rastros de sangue
são minhas verdades que estão a fluir
preenchendo espaços esvaziados
mesmo este cheiro
que impregna o ar
que mancha minha alma
me agrada muito mais
a essência de meu sangue a coagular
do que o cheiro deixado
por seus espaços desabitados.
Caos Eterno - cravei-me rosas pelo corpo - Por Laís Grass Possebon
os rastros de sangue
são minhas verdades que estão a fluir
preenchendo espaços esvaziados
mesmo este cheiro
que impregna o ar
que mancha minha alma
me agrada muito mais
a essência de meu sangue a coagular
do que o cheiro deixado
por seus espaços desabitados.
Caos Eterno - cravei-me rosas pelo corpo - Por Laís Grass Possebon
terça-feira, 2 de junho de 2015
Um Sadismo ao Marquês
Mas que tempo perdido enclausurado nesta jaula, neste antro de putrefação humana, tolos em pensar que mudarei minha conduta, minha purificação não está ao alcance destes ai com o poder em suas mãos.
Cada qual com seus desejos enclausurados em um porão escuro de seus sonhos, plenas noites quentes de desnudo corpo tocado pelo luar, desejado por mãos, dedos, bocas, lábios, línguas e beijos.
Cada qual desses libertos estão condenados em uma prisão eterna, sua própria, sem grades ou portas de ferro, apenas com um guarda o pior deles, o guarda da moral e bons costumes, o guarda do que é certo ou do que gostam de afirmar assim ser.
Não eu não, estou longe apesar de ter estás paredes de cor crua a me encarar, sou um homem da natureza antes de qualquer outra coisa.
Sou como um pobre diabo, talvez pensem eu ser o dito cujo de fato, um cordeiro para o sacrifico em nome de um Deus ausente, tal Deus que me pune por ciúmes, me condena por meus atos por inveja por eu ser livre.
Cada qual com seus desejos enclausurados em um porão escuro de seus sonhos, plenas noites quentes de desnudo corpo tocado pelo luar, desejado por mãos, dedos, bocas, lábios, línguas e beijos.
Cada qual desses libertos estão condenados em uma prisão eterna, sua própria, sem grades ou portas de ferro, apenas com um guarda o pior deles, o guarda da moral e bons costumes, o guarda do que é certo ou do que gostam de afirmar assim ser.
Não eu não, estou longe apesar de ter estás paredes de cor crua a me encarar, sou um homem da natureza antes de qualquer outra coisa.
Sou como um pobre diabo, talvez pensem eu ser o dito cujo de fato, um cordeiro para o sacrifico em nome de um Deus ausente, tal Deus que me pune por ciúmes, me condena por meus atos por inveja por eu ser livre.
A pureza
em suas mentiras.
A malicia
em suas verdades.
Blasfêmia
para seus deveres podres.
Profanação
em seus corpos frigidos .
Libertinagem
aos desejos obscuros.
Sodomia
para suas vidas.
Por hoje retorno aos sonhos e esqueço destas paredes cruas, que parecem diminuir com o tempo,como quem deseja esmagar meu corpo e ser assim reduzido a pedaços, por hoje não, sou liberto das amarras dos homens e de seu Deus, talvez assim como quem ocupa um trono vazio eu deva ocupar o trono dele.
"...e que nada nem ninguém é mais importante do que nós próprios. E não devemos negar-nos nenhum prazer, nenhuma experiência, nenhuma satisfação, desculpando-nos com a moral, a religião ou os costumes." Marquês de Sade
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Manequins ao Entardecer
No fim da grande avenida uma grande loja imponente a mais bela da região era o que se dizia, tecidos, brinquedos, moveis... De tudo ali se encontrava e tudo ali era encontrado, na faixada uma linda placa em letras garrafais DE TUDO E MAIS UM POUCO, nas vitrines lindos manequins de encher os olhos, tão belos e tão vivos diziam alguns, mas quem nunca teve tal impressão de um desses ai de puro plástico ser na verdade de pura vida, quem de canto de olho nunca espiou esperando por um movimento e quando de pé junto você supostamente jurou que viu e ali parado de frente ao tal nada mais se percebeu, pois manequins de vida nada tem ou tudo dela poderiam obter.
Ao fechar as portas e o público nada mais ver, cada qual manequim volta ao seu viver, quase como palavras mágicas e feitiços ao luar, nem tão de plástico agora podem ser, mas nem tanta carne, pele e ossos também a se obter.
Cada noite assim como quem foge na sombra das ruas e nas luzes dos postes um por vez cada manequim se refaz, coloca uma roupa e busca um algo mais.
Cansados de ser objeto de vitrine querem mais é viver ou melhor achar um pobre coitado para ocupar seu lugar.
Na noite em questão um homem descuidado era pego, capturado, levado para loja e que de tudo, tudo tinha mesmo, de roupas, machados e alguns esquartejados.
Tão bonito quase igual, um ser humano virar manequim e um manequim humano poderia se tornar.
Em outro momento preste a atenção, pois quem sabe quem observa pela vitrine não é o que da calçada analisa, mas quem de dentro da loja planeja uma visita.
Ao fechar as portas e o público nada mais ver, cada qual manequim volta ao seu viver, quase como palavras mágicas e feitiços ao luar, nem tão de plástico agora podem ser, mas nem tanta carne, pele e ossos também a se obter.
Cada noite assim como quem foge na sombra das ruas e nas luzes dos postes um por vez cada manequim se refaz, coloca uma roupa e busca um algo mais.
Cansados de ser objeto de vitrine querem mais é viver ou melhor achar um pobre coitado para ocupar seu lugar.
Na noite em questão um homem descuidado era pego, capturado, levado para loja e que de tudo, tudo tinha mesmo, de roupas, machados e alguns esquartejados.
Tão bonito quase igual, um ser humano virar manequim e um manequim humano poderia se tornar.
Em outro momento preste a atenção, pois quem sabe quem observa pela vitrine não é o que da calçada analisa, mas quem de dentro da loja planeja uma visita.
Assinar:
Postagens (Atom)