Glórias de tempos idos, eternizadas e hoje gravadas em mármores frios, nada mais que belas frases em túmulos vazios, aqui não existem corpos apenas lembranças.
Grandes portões de aço cercam essas terras abençoadas pelos feitos dos vivos e onde os heróis são enterrados os vilões são eternos, juntos lado a lado ligados pela mesma lembrança.
Júbilos e flores de plásticos trazem um pouco de cor ao cinza mórbido, seus feitos hoje enterrados para sempre lembrados, aqui é o fim onde o corpo acaba e a imortalidade ocupa-se da vida.
No cemitério de heróis em letreiros garrafais na entrada principal, anunciando o futuro, "Aqui jaz onde os mortos são enterrados a imortalidade ganha vida" .
Ao fim do dia, no crepúsculo, onde dia e noite se unem em uma só , sol e lua ocupando o céu, onde o azul se torna negro e a noite ocupa seu lugar as velas se tornam a luz, contornando os caminhos a passos lentos entoando uma marcha fúnebre, vozes são ao longe ouvidas como anjos e demônios glorificando os daqui já partiram.
Onde o tudo pode ser o nada e o nada acaba por se tornar o tudo. Uma verdade incerta, um questionamento absoluto.
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Noturno
Noturno
quase como um vampiro da literatura
nascido para a noite
e na noite se apaixonar
Inquietações noturnas
tão natural
como um respirar
meu viver noturno
Pela janela
ruídos outros tantos
talvez
perdidos?
Pela noite mãe de toda a escória
animais
carros desgovernados
bêbados e quartos silenciosos
Uma melodia
marca o ritmo
"... Flutuando sobre o silêncio que nos rodeia..."
tão doce ironia
Mãe noturna
que ama todos seus filhos
os desgarrados
e os sonâmbulos
Da inocência
até a mais pura indecência
noturno
sob o luar suspeito
Um lençol de estrelas infinitas
e o brilho incandescente
noturno
por mais uma noite
E com o sol a se levantar
o caminho da cama encontrar
e sonhar durante o dia
para na noite viver ao luar.
Noites Tranquilas de Estrelas Calmas
Noturno quase como um vampiro de literatura, perco meu sono com uma facilidade que não se pode comparar, talvez nasci para viver sob o luar e sonhar com o sol lá no alto, talvez seja as doses excessivas de café prolongando seus efeitos e eu que sempre pensei não ser afetado por cafeína, não poderia ser, com certeza não é apenas uma inquietação noturna como tantas outras que sempre tenho.
Pela janela aberta escuto os que assim como eu não tem a capacidade do sono noturno, são no geral animais, carros desgovernados, bêbados e solitários, acredito que a lua seja a mãe de toda a escória noturna que ama em especial cada filho seu, cada filho em uma sarjeta ou em um quarto silencioso assim como eu.
Quebrando o silencio um pouco de bossa nova que me eleva a outros níveis quase como um sonhar, fechar os olhos e se levar pela poesia em melodias, não faço questão de escolhas, deixo a ironia da noite tomar tal decisão, no aleatório começa a tocar e novamente a ironia acertou, me eleva a Tom Jobim com Noites Tranquilas de Estrelas Calmas, dizendo assim "... Flutuando sobre o silêncio que nos rodeia..." a noite trata seus filhos com carinho único, como não retornar ao sossego noturno, com seu lençol de estrelas infinitas e de brilho incandescente em contraste com alguns desejos indecentes, a noite vai da inocência a soberba luxuria tão noturno assim como qualquer um desperto pela madrugada.
E o sol se levanta e com ele o sono acompanha até minha cama e outros tantos ao mesmo caminho se direcionar, pois se alguns despertam ao sol outro fecham seus olhos e por hoje por mais um dia sonhar para que na noite se possa viver.
Pela janela aberta escuto os que assim como eu não tem a capacidade do sono noturno, são no geral animais, carros desgovernados, bêbados e solitários, acredito que a lua seja a mãe de toda a escória noturna que ama em especial cada filho seu, cada filho em uma sarjeta ou em um quarto silencioso assim como eu.
Quebrando o silencio um pouco de bossa nova que me eleva a outros níveis quase como um sonhar, fechar os olhos e se levar pela poesia em melodias, não faço questão de escolhas, deixo a ironia da noite tomar tal decisão, no aleatório começa a tocar e novamente a ironia acertou, me eleva a Tom Jobim com Noites Tranquilas de Estrelas Calmas, dizendo assim "... Flutuando sobre o silêncio que nos rodeia..." a noite trata seus filhos com carinho único, como não retornar ao sossego noturno, com seu lençol de estrelas infinitas e de brilho incandescente em contraste com alguns desejos indecentes, a noite vai da inocência a soberba luxuria tão noturno assim como qualquer um desperto pela madrugada.
E o sol se levanta e com ele o sono acompanha até minha cama e outros tantos ao mesmo caminho se direcionar, pois se alguns despertam ao sol outro fecham seus olhos e por hoje por mais um dia sonhar para que na noite se possa viver.
sábado, 22 de novembro de 2014
Muro de Concreto
É somente a mais pura frieza humana
retratada em uma muro de concreto.
Duro
sólido
sem vida
sem sonhos
sem cor
Não é nada diferente
do que somos
muros iguais
muito comum ao que sou
ao que todos somos
É somente a mais pura frieza humana
esperando a ser pintada
Como em um muro cinza
uma flor colorida
um sonho a ser completado
o cinza também pode ser amado
o cinza também quer ser amado
Duro
sólido
com vida
muitos sonhos
e cores intangíveis
É somente a mais pura frieza humana
esperando para ser requentada.
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Um Livro, Uma Menina e Uma Árvore
Em suas pequenas mãos uma novidade uma surpresa, um mundo novo que se abria para seus olhos e mente.
Ah lembro bem de longe eu apenas observava aquele pequeno ser que com seu livro um novo mundo desenhava em sua imaginação e dali eu tinha certeza um mundo novo ela poderia conceber e de fato o fez.
Um livro, mas não apenas páginas, palavras, capa e rimas era uma chave para o mundo para uma vida, dali ela partiu para o infinito e nunca mais parou.
Seu livro o primeiro de muitos eu já sabia e de criança pequenina o mundo lhe cercaria e sua imaginação todo o resto coloriria.
Aquele olhar reluzente de tom escuro incandescente reluziu pela primeira vez refletindo palavras e para todo o sempre assim o faria.
O mundo ficou pequeno e no olhar daquela menina ele ficou guardado e a cada dia era completado, mais e mais.
Uma lembrança boba para uma árvore, mas que assim seja de tão boba que seja boa e doce como aquela menina que nunca mais eu esqueceria.
Ah lembro bem de longe eu apenas observava aquele pequeno ser que com seu livro um novo mundo desenhava em sua imaginação e dali eu tinha certeza um mundo novo ela poderia conceber e de fato o fez.
Um livro, mas não apenas páginas, palavras, capa e rimas era uma chave para o mundo para uma vida, dali ela partiu para o infinito e nunca mais parou.
Seu livro o primeiro de muitos eu já sabia e de criança pequenina o mundo lhe cercaria e sua imaginação todo o resto coloriria.
Aquele olhar reluzente de tom escuro incandescente reluziu pela primeira vez refletindo palavras e para todo o sempre assim o faria.
O mundo ficou pequeno e no olhar daquela menina ele ficou guardado e a cada dia era completado, mais e mais.
Uma lembrança boba para uma árvore, mas que assim seja de tão boba que seja boa e doce como aquela menina que nunca mais eu esqueceria.
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Delírio Noturno
Acordei atordoada, perdida sem saber onde estava, tateando o escuro, mas nada encontrava, era como tentar abraçar a própria imensidão da escuridão, por alguns segundo imaginei me abraçando algo que não deveria estar em meu quarto ou se eu mesmo não estaria mais em meu quarto, então onde estaria ou o que havia em minha frente que minha visão limitada não podia ver?
Arrastei minhas mãos pelo chão até encontrar uma parede, por ali me guiei até o interruptor ao lado da porta, por alguns momentos fiquei cega com a luz intensa da lampada que brilhava logo acima de minha cabeça, esfreguei meus olhos até retornar minha visão normal, mas nem tanto assim, estava um tanto que embaçado, meus olhos ardiam era como se estivessem queimando de dentro para fora.
Sentei em minha cama, esperando retomar o controle de meu corpo e de minha mente, pouco a pouco estava lúcida novamente, mas meus olhos me preocupavam, levantei-me ainda com certa dificuldade, me arrastando pelas paredes, consegui alcançar o banheiro, precisava tomar alguma das pílulas que guardava para qualquer ocasião, após um caminho tortuoso consegui enfim chegar perto do armário, tomei a primeira que minhas mãos puderam alcançar.
Aquela dor latente persistia e eu começava a me preocupar, liguei a torneira, enchi minhas mãos com um pouco de água e passei por meu rosto, com o proposito de aliviar um pouco aquela sensação estranha, respirei fundo e busquei a toalha ao lado com minhas mãos, passei por meu rosto até não restar mais nenhuma gota de água, levantei minha cabeça para me ver ao espelho...
Por alguns segundo permaneci em completo terror o que via, o que era aquilo... Poderia ser qualquer coisa, menos eu, com certeza não eu, estava diante de um grande borrão em minha face, era com se todas as cores se misturassem formando uma mancha de tinta, eu parecia estar desmanchando.
De imediato busquei algum lugar para sentar, minhas pernas tremulas não suportavam meu peso, fiquei ali com a cabeça apoiada em meus joelhos e com as mãos na cabeça, pensava em algo, pensava em tudo, mas em nada chegava, ao levantar minha cabeça percebi que agora minhas mãos pareciam um grande borrão, eram mãos ainda, podia senti-las, mas pouco a pouco pareciam se desmanchar, chorei em silêncio, minhas lágrimas caiam abafadas ao meu colo, entre uma lágrima e outra pude escutar um som ao fundo, não conseguia distinguir, mas era algo, algo que precisava saber, devia estar ligado aquele estranho acontecimento e ficar ali e virar um grande borrão na parede do banheiro não era uma opção.
Segui pelo extenso corredor entre o banheiro e a sala, a cada vagaroso passo que dava mais nítido o som se tornava, era algo com um bater, um estalar de um som metálico, podia ver uma luz e uma sombra na sala, eu não sabia o que ali poderia encontrar, meu coração palpitava e parecia que eu não suportaria mais um passo, mas eu seguia em meu caminho, sempre apoiada pelas paredes a minha volta, logo a chegar na sala percebi em um canto isolado algo, um sombra de costas, era uma pessoa isso ficou claro de primeiro, mas quem era?
Chamei com dificuldade, mas nada a tal pessoa não escutava e nem se virava, apenas mexia as mãos a sua frente, não conseguia ver direito, mas parecia estar usando uma máquina de escrever, poderia ser, ao menos aquilo correspondia ao som que preenchia a grande sala, ao lado um pequeno abajur de luz amarelada e nada mais, ao chão muitos pedaços de papeis amassados, logo ao meu lado um deles, para poder pega-ló tive que me escorar na parede e deixar meu corpo deslizar delicadamente até o chão, sentei e comecei a desamassar aquela bola de papel, tentei mais uma vez chamar a pessoa, mas nada, voltei meus olhos aquele papel amarrotado, ele estava com algumas linhas escritas ao certo pela máquina de escrever, passei meus olhos pelas primeiras linhas e o que ali lia era quase tão assustador quanto o fato de eu estar virando uma mancha, na primeira linha dizia:
"Ela levantou-se de sua cama, seu sono era pesado, estava atordoada, perdida em seu próprio lençol e seus sonhos, levantou com grande dificuldade, sua cabeça girava e nada conseguia ver na intensa escuridão da noite tateava as sombras na busca de algo, por alguns segundos pensou que poderia achar algo que ali não deveria estar ou então que em seu quarto não mais estaria..."
Aquilo era eu, ou ao menos algo que passei ao despertar, mas como era possível que um outro ser estivesse a escrever sobre o que sinto e o que vivi?
Novamente levantei-me com a ajuda das paredes, tentava alcançar a pessoa, com aquele pedaço de papel novamente transformei em uma bola e a joguei em direção aquilo que estava a frente da máquina de escrever, mas minha força não era o suficiente, estava ficando fraca cada vez mais fraca, foi quando escutei a máquina parar, o papel foi retirado da máquina e alguém o lia, resmungava baixo, não podia escutar, logo amassou o papel e o atirou para traz sem nem olhar onde cairá, neste movimento senti uma forte tontura e percebi que minhas pernas agora estavam borradas e logo em seguida novamente as batidas nas teclas.
Chegava mais perto, meus dedos se esticavam para alcançar a pessoa, fazia um grande esforço para revelar a face do oculto na máquina de escrever, pude ver mais claramente agora que era uma mulher ou ao menos usava um cabelo razoavelmente grande de cor negra e brilhante.
Ao fim que minhas mãos trêmulas se apoio na cadeira e em um último ato de força a puxei, senti seu peso em minhas mãos, mas logo cai de costa ao chão, minha visão ficou completamente embaçada, não conseguia distinguir os objetos, apenas um era um pouco visível a dita cuja pessoa, percebia estar parada ao meu lado de pé a me olhar, logo se abaixou, pouco a pouco começava a ver nitidamente quem de mim se aproximava, meu coração disparava ao encarar aquela face, aquele rosto conhecia de longos anos, conhecia melhor que outros tantos, quem me escrevia e quem me encarava era nada menos do que a mim mesma.
Apaguei pela última vez com o ponto final em meu próprio texto e me tornei um borrão em uma folha amassada ao chão, perdida para sempre.
Arrastei minhas mãos pelo chão até encontrar uma parede, por ali me guiei até o interruptor ao lado da porta, por alguns momentos fiquei cega com a luz intensa da lampada que brilhava logo acima de minha cabeça, esfreguei meus olhos até retornar minha visão normal, mas nem tanto assim, estava um tanto que embaçado, meus olhos ardiam era como se estivessem queimando de dentro para fora.
Sentei em minha cama, esperando retomar o controle de meu corpo e de minha mente, pouco a pouco estava lúcida novamente, mas meus olhos me preocupavam, levantei-me ainda com certa dificuldade, me arrastando pelas paredes, consegui alcançar o banheiro, precisava tomar alguma das pílulas que guardava para qualquer ocasião, após um caminho tortuoso consegui enfim chegar perto do armário, tomei a primeira que minhas mãos puderam alcançar.
Aquela dor latente persistia e eu começava a me preocupar, liguei a torneira, enchi minhas mãos com um pouco de água e passei por meu rosto, com o proposito de aliviar um pouco aquela sensação estranha, respirei fundo e busquei a toalha ao lado com minhas mãos, passei por meu rosto até não restar mais nenhuma gota de água, levantei minha cabeça para me ver ao espelho...
Por alguns segundo permaneci em completo terror o que via, o que era aquilo... Poderia ser qualquer coisa, menos eu, com certeza não eu, estava diante de um grande borrão em minha face, era com se todas as cores se misturassem formando uma mancha de tinta, eu parecia estar desmanchando.
De imediato busquei algum lugar para sentar, minhas pernas tremulas não suportavam meu peso, fiquei ali com a cabeça apoiada em meus joelhos e com as mãos na cabeça, pensava em algo, pensava em tudo, mas em nada chegava, ao levantar minha cabeça percebi que agora minhas mãos pareciam um grande borrão, eram mãos ainda, podia senti-las, mas pouco a pouco pareciam se desmanchar, chorei em silêncio, minhas lágrimas caiam abafadas ao meu colo, entre uma lágrima e outra pude escutar um som ao fundo, não conseguia distinguir, mas era algo, algo que precisava saber, devia estar ligado aquele estranho acontecimento e ficar ali e virar um grande borrão na parede do banheiro não era uma opção.
Segui pelo extenso corredor entre o banheiro e a sala, a cada vagaroso passo que dava mais nítido o som se tornava, era algo com um bater, um estalar de um som metálico, podia ver uma luz e uma sombra na sala, eu não sabia o que ali poderia encontrar, meu coração palpitava e parecia que eu não suportaria mais um passo, mas eu seguia em meu caminho, sempre apoiada pelas paredes a minha volta, logo a chegar na sala percebi em um canto isolado algo, um sombra de costas, era uma pessoa isso ficou claro de primeiro, mas quem era?
Chamei com dificuldade, mas nada a tal pessoa não escutava e nem se virava, apenas mexia as mãos a sua frente, não conseguia ver direito, mas parecia estar usando uma máquina de escrever, poderia ser, ao menos aquilo correspondia ao som que preenchia a grande sala, ao lado um pequeno abajur de luz amarelada e nada mais, ao chão muitos pedaços de papeis amassados, logo ao meu lado um deles, para poder pega-ló tive que me escorar na parede e deixar meu corpo deslizar delicadamente até o chão, sentei e comecei a desamassar aquela bola de papel, tentei mais uma vez chamar a pessoa, mas nada, voltei meus olhos aquele papel amarrotado, ele estava com algumas linhas escritas ao certo pela máquina de escrever, passei meus olhos pelas primeiras linhas e o que ali lia era quase tão assustador quanto o fato de eu estar virando uma mancha, na primeira linha dizia:
"Ela levantou-se de sua cama, seu sono era pesado, estava atordoada, perdida em seu próprio lençol e seus sonhos, levantou com grande dificuldade, sua cabeça girava e nada conseguia ver na intensa escuridão da noite tateava as sombras na busca de algo, por alguns segundos pensou que poderia achar algo que ali não deveria estar ou então que em seu quarto não mais estaria..."
Aquilo era eu, ou ao menos algo que passei ao despertar, mas como era possível que um outro ser estivesse a escrever sobre o que sinto e o que vivi?
Novamente levantei-me com a ajuda das paredes, tentava alcançar a pessoa, com aquele pedaço de papel novamente transformei em uma bola e a joguei em direção aquilo que estava a frente da máquina de escrever, mas minha força não era o suficiente, estava ficando fraca cada vez mais fraca, foi quando escutei a máquina parar, o papel foi retirado da máquina e alguém o lia, resmungava baixo, não podia escutar, logo amassou o papel e o atirou para traz sem nem olhar onde cairá, neste movimento senti uma forte tontura e percebi que minhas pernas agora estavam borradas e logo em seguida novamente as batidas nas teclas.
Chegava mais perto, meus dedos se esticavam para alcançar a pessoa, fazia um grande esforço para revelar a face do oculto na máquina de escrever, pude ver mais claramente agora que era uma mulher ou ao menos usava um cabelo razoavelmente grande de cor negra e brilhante.
Ao fim que minhas mãos trêmulas se apoio na cadeira e em um último ato de força a puxei, senti seu peso em minhas mãos, mas logo cai de costa ao chão, minha visão ficou completamente embaçada, não conseguia distinguir os objetos, apenas um era um pouco visível a dita cuja pessoa, percebia estar parada ao meu lado de pé a me olhar, logo se abaixou, pouco a pouco começava a ver nitidamente quem de mim se aproximava, meu coração disparava ao encarar aquela face, aquele rosto conhecia de longos anos, conhecia melhor que outros tantos, quem me escrevia e quem me encarava era nada menos do que a mim mesma.
Apaguei pela última vez com o ponto final em meu próprio texto e me tornei um borrão em uma folha amassada ao chão, perdida para sempre.
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Pedidos da Noite
Pedidos da noite
em busca de um sonho
um sono ausente
até o fim de mais um poente
Pedidos esparsos
esquecidos em uma cama noite passada
hoje fria tão fria
tal qual minha melancolia
Cama fria
quente já foi algum dia?
ou meus sonhos a te esquentar
pelas mentira de suas palavras vazias
Meu coração este sempre fervia
por teus olhos
por suas caricias
meu sangue compartilhado dia após dia
Hoje cama fria
me engano
se quente algum dia
tão errada assim estaria?
Pedidos da noite
um noite
sem agonia
sem calor nem cama fria
Pedidos da noite
do silêncio da lua
e do amanha um novo dia
raios de sol esquentaram minha vida fria
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Mais Uma Dose Para Chapeuzinho
-Mais uma dose...
Apontava ela para seu copo vazio, jovem menina de doce olhar e nariz um pouco avantajado, quase como seu charme pessoal, nela ficava bem. Uma reluzente capa vermelha cobria quase todo seu corpo e um capuz em sua cabeça completava o visual.
-Não acha que bebeu de mais por um dia, Chapeuzinho?
Ela apenas olhou entre as mechas de cabelo a cobrir seu olhar, apontou para o copo e disse...
-Tanto faz, se bebi ou não tanto faz...
Enchi seu copo, ela parecia precisar de mais uma dose e arrisquei perguntar o motivo:
-O que lhe causa tanta sede de álcool? Isso não vai te fazer bem.
Molhou os lábios com sua bebida e um suspiro e então respondeu:
-Tenho meus motivos e se quer mesmo saber, prepare seus ouvidos e preste atenção pois não tem repetição.
Servi uma dose para minha sede e escutei com atenção.
-Tudo começa com um Era Uma Vez por aqui algo tão clichê, tão sem sentido e tudo termina em um Felizes Para Sempre tão previsível que me dá sono, como deve saber já conhece minha história, do lobo até a vovozinha e tudo mais a cesta de docinhos ao caçador herói.
Pois então é disso tudo que estou cansada, por que motivo todos os dias este tão trivial viver ?
Este Era Uma Vez e um Felizes Para Sempre ao entardecer...
Mais uma dose que para falar necessito beber.
Ela tomou um leve gole, parecia estar tomando era coragem para prosseguir.
-Então, cansei dessa coisa toda e um dia simplesmente fugi de minha rotina, não fui pela estrada a fora, nem levar doces até a vovó, não parei na barriga do lobo, nem caçador me salvou, fui ver o que mais existia nesse mundo para mim.
Andei por uma estrada de tijolos amarelos que parecia não ter fim, encontrei um espantalho, um leão e um homem de lata, no começo achei tão interessante aquela novidade, mas a cada meia hora era um verdadeiro espetáculo, nunca vi tanta musica, dança e alegria para tudo que se via, uma pedra no caminho era uma ópera sem fim, nem a tal cidade de Esmeraldas o tal do Mágico e de uma menina Doroteia ou algo assim, não me animavam, imagina viver cantando o dia todo, prefiro a barriga do lobo, quando tive a oportunidade sumi sem nem olhar para traz, corri e corri até nenhuma musica poder escutar.
Cansei de correr, até uma casinha ver, por ali sete pequenos homens, felizes a trabalhar, parecia a casa da vovó, mais de perto então fui espiar, que gracinha eram eles, mas logo veio a decepção, eles tinham uma moça linda e tão branca igual a papel, fazendo o serviço de casa, cozinhando, lavando roupa e tudo que poderia imaginar, ela parecia exausta, não trocaria minha vida para ser empregada de sete anões, meu lugar não era ali.
Mais para frente linda torre, quase tocando o céu e lá em cima uma linda jovem a se pentear e a cantar e lhe digo quanto cabelo ela tinha, imaginei outras coisas que nem é bom falar, o lugar parecia interessante, mas não gosto muito de altura e mais uma vez me fui a caminhar.
Linda loira de vestido azul brilhanta e sapatinho, veja só de cristal, mas que perigo como pode andar naquilo ? Sem falar na tal carruagem de abóbora, totalmente impossível de se respirar que cheiro de podre e as moscas por ali a festejar.
Andei por tudo que possa imaginar, conheci bruxas, feiticeiras, príncipes e toda realeza, mas tudo sempre tão clichê e previsível de se ver, que meu Feliz Para Sempre de todo mal não parecia ser, de tantas pessoas conhecer me pergunto hoje se todos estes não suportam mais seu tédio de viver.
Pois bem, mas por hoje chega, uma última dose por favor que ainda tem um lobo me esperando para me comer.
Ela virou em um gole só, saiu meio cambaleando e pela porta saltitando e cantando:
"Pela estrada a fora eu vou bem sozinha..."
Apontava ela para seu copo vazio, jovem menina de doce olhar e nariz um pouco avantajado, quase como seu charme pessoal, nela ficava bem. Uma reluzente capa vermelha cobria quase todo seu corpo e um capuz em sua cabeça completava o visual.
-Não acha que bebeu de mais por um dia, Chapeuzinho?
Ela apenas olhou entre as mechas de cabelo a cobrir seu olhar, apontou para o copo e disse...
-Tanto faz, se bebi ou não tanto faz...
Enchi seu copo, ela parecia precisar de mais uma dose e arrisquei perguntar o motivo:
-O que lhe causa tanta sede de álcool? Isso não vai te fazer bem.
Molhou os lábios com sua bebida e um suspiro e então respondeu:
-Tenho meus motivos e se quer mesmo saber, prepare seus ouvidos e preste atenção pois não tem repetição.
Servi uma dose para minha sede e escutei com atenção.
-Tudo começa com um Era Uma Vez por aqui algo tão clichê, tão sem sentido e tudo termina em um Felizes Para Sempre tão previsível que me dá sono, como deve saber já conhece minha história, do lobo até a vovozinha e tudo mais a cesta de docinhos ao caçador herói.
Pois então é disso tudo que estou cansada, por que motivo todos os dias este tão trivial viver ?
Este Era Uma Vez e um Felizes Para Sempre ao entardecer...
Mais uma dose que para falar necessito beber.
Ela tomou um leve gole, parecia estar tomando era coragem para prosseguir.
-Então, cansei dessa coisa toda e um dia simplesmente fugi de minha rotina, não fui pela estrada a fora, nem levar doces até a vovó, não parei na barriga do lobo, nem caçador me salvou, fui ver o que mais existia nesse mundo para mim.
Andei por uma estrada de tijolos amarelos que parecia não ter fim, encontrei um espantalho, um leão e um homem de lata, no começo achei tão interessante aquela novidade, mas a cada meia hora era um verdadeiro espetáculo, nunca vi tanta musica, dança e alegria para tudo que se via, uma pedra no caminho era uma ópera sem fim, nem a tal cidade de Esmeraldas o tal do Mágico e de uma menina Doroteia ou algo assim, não me animavam, imagina viver cantando o dia todo, prefiro a barriga do lobo, quando tive a oportunidade sumi sem nem olhar para traz, corri e corri até nenhuma musica poder escutar.
Cansei de correr, até uma casinha ver, por ali sete pequenos homens, felizes a trabalhar, parecia a casa da vovó, mais de perto então fui espiar, que gracinha eram eles, mas logo veio a decepção, eles tinham uma moça linda e tão branca igual a papel, fazendo o serviço de casa, cozinhando, lavando roupa e tudo que poderia imaginar, ela parecia exausta, não trocaria minha vida para ser empregada de sete anões, meu lugar não era ali.
Mais para frente linda torre, quase tocando o céu e lá em cima uma linda jovem a se pentear e a cantar e lhe digo quanto cabelo ela tinha, imaginei outras coisas que nem é bom falar, o lugar parecia interessante, mas não gosto muito de altura e mais uma vez me fui a caminhar.
Linda loira de vestido azul brilhanta e sapatinho, veja só de cristal, mas que perigo como pode andar naquilo ? Sem falar na tal carruagem de abóbora, totalmente impossível de se respirar que cheiro de podre e as moscas por ali a festejar.
Andei por tudo que possa imaginar, conheci bruxas, feiticeiras, príncipes e toda realeza, mas tudo sempre tão clichê e previsível de se ver, que meu Feliz Para Sempre de todo mal não parecia ser, de tantas pessoas conhecer me pergunto hoje se todos estes não suportam mais seu tédio de viver.
Pois bem, mas por hoje chega, uma última dose por favor que ainda tem um lobo me esperando para me comer.
Ela virou em um gole só, saiu meio cambaleando e pela porta saltitando e cantando:
"Pela estrada a fora eu vou bem sozinha..."
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Desintoxicação
Dos homens e suas gravatas
belos sapatos
lustrados
e cabelos arrumados
Do que vale tanta bravata
se quem sofre está na mata
árvores
animais de todas as espécies
E de todos os animais
só o homem prevalece
com suas soluções
mais fala e menos prática
Um dia uma reunião na mata
todos convidados
os homens serão julgados
por aqueles seus condenados
A árvore centenária chora desolada
não consegue encarar a face do homem civilizado
pequenos animais todos amedrontados
e o ar é irrespirável
Matas não tão verdes
animais mortos ao chão
o ar é pura intoxicação
e acima disso o homem com sua eterna razão
Então espero por esta reunião
a que participarei com total devoção
rindo ao ver cada homem
pagando por sua ambição
rindo ao ver cada homem
pagando por sua ambição
Por suas violações
e deste dia a frente
mudanças nas situações
começar pela limpeza
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Nuvens são Pequenas Porções de Sonhos
As nuvens perderam a graça, a simples graça de serem nuvens, hoje nuvens não passam de partículas diminutivas de gelo ou água em seu estado líquido ou ainda de ambos ao mesmo tempo que se encontram em suspensão na atmosfera, após terem se condensado ou liquefeito em virtude de fenômenos atmosférico...
Lembro bem quando nuvens eram animais, todos eles e alguns que só existiam em minha cabeça e imagino que na sua também, nuvens de algodão doce, objetos de todas as formas, formas de nuvens.
Horas e horas olhando para a imensidão azul todo céu a tela para minha imaginação, como os tempos são outros, ocupados de mais com nossas pequenas telas, mesmo as maiores, que não são lá tão grandes como o céu não, onde o azul pode até ser mais azul e de alta definição, mas ainda sim é limitado, tão limitado.
Prefiro aquele ali de cima, aquele que todos os dias dou uma espiadinha só por olhar, mas quem sabe um dia quando não mais céu existir, quando as nuvens não ficarem no alto, quando o azul não for mais azul, quem sabe assim muitos ao céu vão olhar imaginando o que ali existia e nada além de uma grande tela de celular poderão imaginar.
Então nuvem é: partículas de imaginação em estado de extinção, com base de água, pitadas de simplicidade e grandes dose de infantilidade, que vivem no céu, no grande quadro azul, são comestíveis e pode-se comer de montão que não enche não, pequenas porções de sonhos, que não podem ser colocados em potes, são livres por natureza, mas que dependem integralmente dos que ocupam um tempo para ver e admirar, sem nada disso nuvens são partículas diminutivas de gelo ou água... Tão sem graça.
Lembro bem quando nuvens eram animais, todos eles e alguns que só existiam em minha cabeça e imagino que na sua também, nuvens de algodão doce, objetos de todas as formas, formas de nuvens.
Horas e horas olhando para a imensidão azul todo céu a tela para minha imaginação, como os tempos são outros, ocupados de mais com nossas pequenas telas, mesmo as maiores, que não são lá tão grandes como o céu não, onde o azul pode até ser mais azul e de alta definição, mas ainda sim é limitado, tão limitado.
Prefiro aquele ali de cima, aquele que todos os dias dou uma espiadinha só por olhar, mas quem sabe um dia quando não mais céu existir, quando as nuvens não ficarem no alto, quando o azul não for mais azul, quem sabe assim muitos ao céu vão olhar imaginando o que ali existia e nada além de uma grande tela de celular poderão imaginar.
Então nuvem é: partículas de imaginação em estado de extinção, com base de água, pitadas de simplicidade e grandes dose de infantilidade, que vivem no céu, no grande quadro azul, são comestíveis e pode-se comer de montão que não enche não, pequenas porções de sonhos, que não podem ser colocados em potes, são livres por natureza, mas que dependem integralmente dos que ocupam um tempo para ver e admirar, sem nada disso nuvens são partículas diminutivas de gelo ou água... Tão sem graça.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Pelas Lentes Poesia
Ao canto
invisível
aquilo a se esconder
pelos olhos que não posso mais ver
Lentes coloridas
ao meu encanto
do observar
um novo renascer
Aquilo sem forma
cinza e sem vida
com as lentes da poesia
um novo ser
Pelo olhar do poeta
um novo mundo
um novo poema
para se escrever
E tudo aquilo
que já estava ali
mas não percebeu
hoje novos encantos recebeu
Pelas lentes
puramente poesia
pelas lentes
uma magia contida
pelas lentes nada mais
uma magia contida
pelas lentes nada mais
do que vida.
sábado, 8 de novembro de 2014
Poema Sem Fim
Onde inicia seu fim
que o começo desconheço
onde se encontra seu meio
em uma frase de efeito
ou um final insatisfeito?
Um poema sem fim
tal qual assim
como uma rima
tão básica
sem um porquê
No inicio
um era uma vez
clichê
No fim
um feliz para sempre
tão fácil
No meio
um amontoado de palavras
e já basta
Invertendo um poema
um poema sem fim
da eternidade ao começo
do começo do fim
Daqui até o fim
ou do começo que seja
sem ponto final
nem era uma vez
e o felizes para sempre
esse é para quem acredita
Nesse poema sem fim
tal qual a mim
ou assim como você
sem um fim
nem começo
ou qualquer parte no meio
...
Um Caixão Para Uma Pátria
Pelas mãos de quem trabalha
e fez deste um só país
sol a sol
enxada na mão
e se fez a revolução
Pátria Amada Brasil!
E por aqueles exploradores
que só sabem ver o mundo
por seus televisores
no conforto de seu lar
sua casa seu dinheiro
que só tem tal
privilegio
pelas mãos de outros brasileiros
Separem a nação!
grita alguém pela multidão
mas pense bem
aos que desejam tão revolução
separando o Brasil
nunca esqueçam de quem os fez
e tal repúdio será pesado
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
O Paraíso Não é Sentido
Para o outro lado, seu fim ou seu recomeço, uma morte digna para qualquer um que à deseja.
Neste rio tão profundo das criaturas que agonizam eternamente a se afogar, mas nunca param de respirar, veja lá vem quem conhece estas águas escuras é Caronte o barqueiro do outro lado, cantarolando sua primeira estrofe de música fúnebre:
Levo todos para o outro lado
cada um aqui em meu barco
escute as orações vazias
destes afogados em eterna agonia
o ranger de dentes
e a dor infernal
aqui na água
pecadores é seu lugar
você que me olha
suba logo e vamos ao paraíso
mas cuidado o inferno não longe tarda
...
Mais a frente em terra firme, nem tão firme assim, aqui não é terra, são vermes a rastejar pelo chão, sinta por seus dedos o que foram humanos um dia, hoje são apenas pedaços do que restou se contorcendo todos em uma mesma agonia...
Veja ao longe os enforcados, balançando para os lados, são como enfeites aqui em baixo, não sinta pena, pena não, o que eles merecem é a dor para todo o sempre e assim se vão...
Agonia é a lei
a lei deste lado
veja os decepados estão por todos os lados
mas aqui é a penas o físico
em vida decepados já estavam
em suas mentiras de vidas
e vidas de mentiras
mas aqui meu caro amigo
os pecados são cobrados
mas não tenha medo
o lado bom também o aguarda
Pelos campos verdes, lindas árvores frutíferas, aqui é o paraíso o descanso derradeiro, não se tem muito o que falar aqui é onde para de sentir, sentir tudo dor, felicidade, alegria... É o estado de morrer como um dormir sem sonhar é um desejar sem sentir e o nada, então se pergunte como se chega aqui?
Com uma vida digna, justa é feliz?
Tolo engano aqui todos vão chegar, mas antes de sua dose de sofrimento levar, não existe santos ou pecadores, somos os dois em altos níveis, depois de sentir a dor extrema pela carne e espirito, você morre literalmente pois do que vale um paraíso sem qualquer sentimento?
Do paraíso verde
de gramas fofinhas
depois do sofrer é o descanso eterno
sem sentir nem desejar
aqui morto de fato está
do que vale todos os prazeres
se não sabe senti-lós?
do que vale o paraíso sem o desejo de descobri-ló
a dor eterna tem seu valor
só depois de muita agonia que sabemos ao certo
e chegando por esses lados
nada mais é certo
nada é mais vida
tudo é apenas nada
bem vindo a sua morte eterna.
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Os Vermes Bajuladores e suas Gravatas
Na fineza de seu Prefeito que belo discurso aos convidados de palavras lindas e complicadas.
-Eis aqui um cidadão ímpar de talento inigualável, Seu Nestor, mesmo que de nossa terrinha não seja e que lá de vez em quanto apareça, merece tal homenagem, que ele leve aos quatro ventos nossa hospitalidade.
Um momento de silêncio e palmas e o Prefeito volta a sua fala.
-Nosso estimado Nestor de inteligência, carisma, benevolência e tantas virtudes sem precedente ao qual nossa cidade nunca viu, eis a ele todo nosso carinho e digo mais, nosso amor ao queridíssimo Nestor, para ele um placa que eternizará sua passagem em nossa cidade, para a eternidade este homem de extrema importância em nossas vidas.
Logo ali na fila da frente dois compadres em uma conversinha particular:
-Mas eu não entendo nada do que esse homi tá falando...
O outro amigo já um pouco mais estudado no assunto responde:
-Mais cumpadi, isso ai é um caso sério, sério de Lambis Puxacos no Sacus, também conhecido como bata palmas e não saiba o motivo, por que tudo que é de fora sempre é mais mio que os que estão aqui.
-Então eu entendi.
Todos batem palmas e Nestor apenas sorri.
-Eis aqui um cidadão ímpar de talento inigualável, Seu Nestor, mesmo que de nossa terrinha não seja e que lá de vez em quanto apareça, merece tal homenagem, que ele leve aos quatro ventos nossa hospitalidade.
Um momento de silêncio e palmas e o Prefeito volta a sua fala.
-Nosso estimado Nestor de inteligência, carisma, benevolência e tantas virtudes sem precedente ao qual nossa cidade nunca viu, eis a ele todo nosso carinho e digo mais, nosso amor ao queridíssimo Nestor, para ele um placa que eternizará sua passagem em nossa cidade, para a eternidade este homem de extrema importância em nossas vidas.
Logo ali na fila da frente dois compadres em uma conversinha particular:
-Mas eu não entendo nada do que esse homi tá falando...
O outro amigo já um pouco mais estudado no assunto responde:
-Mais cumpadi, isso ai é um caso sério, sério de Lambis Puxacos no Sacus, também conhecido como bata palmas e não saiba o motivo, por que tudo que é de fora sempre é mais mio que os que estão aqui.
-Então eu entendi.
Todos batem palmas e Nestor apenas sorri.
terça-feira, 4 de novembro de 2014
O Suicida do Quarto Andar
Quem sou eu para dizer quem deve morrer ou não...
Na verdade sou a única que pode dizer, sendo a morte está relacionada ao meu trabalho e meu modo de viver ou morrer, digamos.
Estou a ponto de me aposentar, mas nesses milênios todos de árduo trabalho de muito sangue e de mortes nem sempre gloriosas, aprendi a tirar o melhor de cada morte, já que ela é única e sem volta.
Tenho um carinho special pelos suicidas, sempre tão cheios de si, com aquele desespero, as vezes são melhores que muitos atores, já aplaudi muitos, mas lembro de um em especial, não tanto por ser um suicida, mas por ser Alfredinho o suicida do quarto andar.
Alfredo ou Alfredinho, hoje tanto faz, tinha todos o direito para deixar este mundo e se abrigar em uma cova rasa, corno, Dona Ivone sua esposa, ex esposa , viúva, nunca sei o que usar, digamos que era um tanto que insaciável, algo que Alfredo não estava preparado para suprir , então onde ela foi buscar, no vizinho do primeiro andar, João Grandão e não digo mais nada.
Uma vida para o trabalho, uma busca desesperada pela tão sonhada promoção, estava pertinho assim ao alcance seus dedos, assim pensava, no fim o jovem, bonitão e de inteligência igualável a de uma porta, mas claro sobrinho do chefe, conseguiu, naquele dia o sorriso amarelo de Alfredo, o mesmo que usou quase qua vida toda, estava mais radiante que nunca, suas bochechas chegavam a doer de tanto sorrir.
Naquela noite foi andando para casa, mas não estava com pressa, passava pelo viaduto quando pensou "e por que não", subiu no parapeito, esperou por alguns minutos, desejando que uma alma caridosa fosse oferecer conforto e frases clichês de livros como:
"A vida é linda, só tem essa, não se deve desanimar, sempre se pode melhorar..." Eu não compreendo até hoje elas, mas enfim, respirou fundo e achou que poderia voar...
Ele sentia dor no corpo, não queria abrir os olhos, não tinha morrido antes, pensava que estava morto, até que escutou as sirenes e logo após apagou.
Acordou algumas horas no hospital com a bela noticia de que havia caído em cima de um casal de jovens namorados que estavam passando, os dois estavam mortos e Alfredinho com uma perna quebrada.
Uma semana já estava em casa e o pensamento do suicídio só aumentava, primeiro algo clássico enforcamento na sala, corda velha, arrebentou antes mesmo de ficar roxo, arma na boca uma lágrima no olhar e puf, o tiro saiu pela culatra, na verdade nem saiu, veneno, dose pequena, um dia inteiro como rei no trono de porcelana, cagando e vomitando, sei que parece um tanto que desesperador, mas isso é por que não estavam vendo a cena.
Outro dia sol brilhando, Alfredinho encara o sol e percebe o que estava tentando fazer, que não valia a pena, ao certo não era para ele morrer, Deus ou sei lá quem tinha um propósito para ele, foi tudo um teste assim pensou, levantou em um pulo da cama, gritando aos quatro cantos BOM DIA, UM NOVO DIA, NOVA VIDA, estava decidido a conseguir a promoção e ir atrás de Ivone, mas um banho era necessário, cantarolando a água caindo e pela primeira vez ele sorria de verdade em seus quarenta e dois anos, saindo do banheiro desatento não percebeu o chão molhado, escorregou e uma bela testada na pia e foi suficiente ali mesmo caiu e ali mesmo morreu.
Eu apenas ri, quem queria morte gloriosa, morrer peladão no banheiro era de mais e Deus que tinha um propósito para ele, só se fosse o de sacanear bem legal.
E quem pensa que tudo acabou ali, ora uma semana atirado no banheiro, só quando o vizinho do lado sentiu o cheiro que foram descobrir, é essa vida é uma grande piada sem fim.
Na verdade sou a única que pode dizer, sendo a morte está relacionada ao meu trabalho e meu modo de viver ou morrer, digamos.
Estou a ponto de me aposentar, mas nesses milênios todos de árduo trabalho de muito sangue e de mortes nem sempre gloriosas, aprendi a tirar o melhor de cada morte, já que ela é única e sem volta.
Tenho um carinho special pelos suicidas, sempre tão cheios de si, com aquele desespero, as vezes são melhores que muitos atores, já aplaudi muitos, mas lembro de um em especial, não tanto por ser um suicida, mas por ser Alfredinho o suicida do quarto andar.
Alfredo ou Alfredinho, hoje tanto faz, tinha todos o direito para deixar este mundo e se abrigar em uma cova rasa, corno, Dona Ivone sua esposa, ex esposa , viúva, nunca sei o que usar, digamos que era um tanto que insaciável, algo que Alfredo não estava preparado para suprir , então onde ela foi buscar, no vizinho do primeiro andar, João Grandão e não digo mais nada.
Uma vida para o trabalho, uma busca desesperada pela tão sonhada promoção, estava pertinho assim ao alcance seus dedos, assim pensava, no fim o jovem, bonitão e de inteligência igualável a de uma porta, mas claro sobrinho do chefe, conseguiu, naquele dia o sorriso amarelo de Alfredo, o mesmo que usou quase qua vida toda, estava mais radiante que nunca, suas bochechas chegavam a doer de tanto sorrir.
Naquela noite foi andando para casa, mas não estava com pressa, passava pelo viaduto quando pensou "e por que não", subiu no parapeito, esperou por alguns minutos, desejando que uma alma caridosa fosse oferecer conforto e frases clichês de livros como:
"A vida é linda, só tem essa, não se deve desanimar, sempre se pode melhorar..." Eu não compreendo até hoje elas, mas enfim, respirou fundo e achou que poderia voar...
Ele sentia dor no corpo, não queria abrir os olhos, não tinha morrido antes, pensava que estava morto, até que escutou as sirenes e logo após apagou.
Acordou algumas horas no hospital com a bela noticia de que havia caído em cima de um casal de jovens namorados que estavam passando, os dois estavam mortos e Alfredinho com uma perna quebrada.
Uma semana já estava em casa e o pensamento do suicídio só aumentava, primeiro algo clássico enforcamento na sala, corda velha, arrebentou antes mesmo de ficar roxo, arma na boca uma lágrima no olhar e puf, o tiro saiu pela culatra, na verdade nem saiu, veneno, dose pequena, um dia inteiro como rei no trono de porcelana, cagando e vomitando, sei que parece um tanto que desesperador, mas isso é por que não estavam vendo a cena.
Outro dia sol brilhando, Alfredinho encara o sol e percebe o que estava tentando fazer, que não valia a pena, ao certo não era para ele morrer, Deus ou sei lá quem tinha um propósito para ele, foi tudo um teste assim pensou, levantou em um pulo da cama, gritando aos quatro cantos BOM DIA, UM NOVO DIA, NOVA VIDA, estava decidido a conseguir a promoção e ir atrás de Ivone, mas um banho era necessário, cantarolando a água caindo e pela primeira vez ele sorria de verdade em seus quarenta e dois anos, saindo do banheiro desatento não percebeu o chão molhado, escorregou e uma bela testada na pia e foi suficiente ali mesmo caiu e ali mesmo morreu.
Eu apenas ri, quem queria morte gloriosa, morrer peladão no banheiro era de mais e Deus que tinha um propósito para ele, só se fosse o de sacanear bem legal.
E quem pensa que tudo acabou ali, ora uma semana atirado no banheiro, só quando o vizinho do lado sentiu o cheiro que foram descobrir, é essa vida é uma grande piada sem fim.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Ficção
Quando o olhar ao papel de leve tocar e para outros mundo adentrar, lembre-se é ficção, irreal, pura ilusão...
Ou assim pensa ser.
Logo a ler neste mundo qualquer um pode ser, seja quem for pelo livro que escolher, pirata de olho de vidro, perna de pau e barba negra, azul ou vermelha, destemido capitão a cruzar o mar, com seu navio corta oceanos e com os peixinhos aprende a nadar.
Até a lua quem sabe deseja ir, astronauta corajoso e desajeitado, crava no solo lunar uma bandeira reluzente e mão no peito orgulho de sua nação.
Mas tem um mundo inteiro por aqui, não precisa ir longe não, um romance policial, Al Capone e seus capangas, tiros e carros rápidos, lindas mulheres misteriosas.
Na mansão real, sua rainha dorme profundamente e você gatuno esperto sua cora e seu cetro em sua mão é mais um brinquedo, és o rei de todo o mundo e todos pode governar, sem sair de sua cama novos mundos desbravar.
Linha por linha, uma nova aventura quem sabe queira desejar, sendo assim pegue um livro e ficção vamos estar.
Mas com muito cuidado, cada livro tem segredos dentro de uma ficção e em cada seu desejo, irreal ou pura imaginação, livros bons companheiros para qualquer situação.
Com o sono batendo sua porta, não existe outra hora, feche devagarzinho este livro e descanse, amanhã sempre tem mais.
Ou assim pensa ser.
Logo a ler neste mundo qualquer um pode ser, seja quem for pelo livro que escolher, pirata de olho de vidro, perna de pau e barba negra, azul ou vermelha, destemido capitão a cruzar o mar, com seu navio corta oceanos e com os peixinhos aprende a nadar.
Até a lua quem sabe deseja ir, astronauta corajoso e desajeitado, crava no solo lunar uma bandeira reluzente e mão no peito orgulho de sua nação.
Mas tem um mundo inteiro por aqui, não precisa ir longe não, um romance policial, Al Capone e seus capangas, tiros e carros rápidos, lindas mulheres misteriosas.
Na mansão real, sua rainha dorme profundamente e você gatuno esperto sua cora e seu cetro em sua mão é mais um brinquedo, és o rei de todo o mundo e todos pode governar, sem sair de sua cama novos mundos desbravar.
Linha por linha, uma nova aventura quem sabe queira desejar, sendo assim pegue um livro e ficção vamos estar.
Mas com muito cuidado, cada livro tem segredos dentro de uma ficção e em cada seu desejo, irreal ou pura imaginação, livros bons companheiros para qualquer situação.
Com o sono batendo sua porta, não existe outra hora, feche devagarzinho este livro e descanse, amanhã sempre tem mais.
sábado, 1 de novembro de 2014
Hoje Não Existe Salvação
Hoje não existe absolvição, crucifixo ou qualquer salvação, Deus virou as costas, fechou os olhos e tapou os ouvidos, assim é mais fácil, não escutar seus gritos de desespero ou suas orações em vão.
Escute pelas ruas os animais estão soltos, os animais da escuridão, os portões do inferno hoje estão abertos, suas lágrimas podem até cair, mas não desperdice seu tempo para chorar, os que choram são os primeiros a cair.
Hoje a lua é de sangue, como tudo tem seu lado bom, há noites em que apenas o lado ruim se sobressai.
Sinta o bafo de enxofre em sua nunca e quando sentir sera tarde de mais, escute o ranger de dentes, escute a agonia nos cantos escuros.
Esqueça suas orações estas não funcionam, não hoje, esqueça seus amigos, esqueça sua família, esqueça tudo se puder, pois hoje está na mais completa solidão, o que de mais próximo tem hoje são apenas seus medos.
A cada passo por caminhos escuros onde apenas a luz da lua pode clarear seu andar, a cada lado algo que se esconde na escuridão espreita e rasteja até você.
Você grita, um grito mudo, abafado por seus próprios medos, você corre, mas não sabe para onde correr, suas pernas são guiadas automaticamente, apenas correr, para sua salvação, que infelizmente ou felizmente você não encontrará, não nesta noite.
Algo te faz parar, logo a sua frente uma sombra, algo tão obscuro que sua mente não poderia imaginar, algo que seus filmes de terror não podem filmar, ali em um canto você vê, vê apenas você, com um sorriso estampado um olhar reluzente e parado, você se vê morta, mas sorrindo com um sadismo que só você poderia conceber.
Ao fim você desperta, sabendo que tudo foi um pesadelo ou assim pensa ser...
Escute pelas ruas os animais estão soltos, os animais da escuridão, os portões do inferno hoje estão abertos, suas lágrimas podem até cair, mas não desperdice seu tempo para chorar, os que choram são os primeiros a cair.
Hoje a lua é de sangue, como tudo tem seu lado bom, há noites em que apenas o lado ruim se sobressai.
Sinta o bafo de enxofre em sua nunca e quando sentir sera tarde de mais, escute o ranger de dentes, escute a agonia nos cantos escuros.
Esqueça suas orações estas não funcionam, não hoje, esqueça seus amigos, esqueça sua família, esqueça tudo se puder, pois hoje está na mais completa solidão, o que de mais próximo tem hoje são apenas seus medos.
A cada passo por caminhos escuros onde apenas a luz da lua pode clarear seu andar, a cada lado algo que se esconde na escuridão espreita e rasteja até você.
Você grita, um grito mudo, abafado por seus próprios medos, você corre, mas não sabe para onde correr, suas pernas são guiadas automaticamente, apenas correr, para sua salvação, que infelizmente ou felizmente você não encontrará, não nesta noite.
Algo te faz parar, logo a sua frente uma sombra, algo tão obscuro que sua mente não poderia imaginar, algo que seus filmes de terror não podem filmar, ali em um canto você vê, vê apenas você, com um sorriso estampado um olhar reluzente e parado, você se vê morta, mas sorrindo com um sadismo que só você poderia conceber.
Ao fim você desperta, sabendo que tudo foi um pesadelo ou assim pensa ser...
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