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domingo, 29 de junho de 2014

Quando o Nada Observa - Part I

Noite bela e fria de um silêncio mórbido, nada se ouvia e ninguém ousava perturbar tal ordem que parecia tão natural, as pessoas espiavam atentas pelas frestas de suas janelas, mas nada era visto, nada era encontrado, todos observavam o nada, mas o nada observa a todos.
Todos sabiam, mas nunca falavam, nem ousavam pensar muito no assunto, apenas seguiam com suas vidas como se nada acontecesse como se nada fosse acontecer.
As histórias secretamente eram contadas entre os jovens longe dos ouvidos dos adultos, que mantinham suas vidas como se nada existisse, entre os mais novos apenas lendas, pequenos fragmentos de relatos obtidos por algum cochicho desatentos entre os moradores da vila ou um que outro morador que muito bêbado falava alguma coisa, mas que sempre era repreendido por algum outro morador, a resposta era sempre a mesma - Ele apenas bebeu de mais, não sabe o que esta dizendo, não escutem essas besteiras -.
Uma vez por mês, mais precisamente na última semana a vila parava para o grande festival, muita comida, muita dança, muita alegria, mas na face dos cidadãos a alegria era maquiada por um medo e os olhares constantemente eram voltados para o pico da montanha Phlox, uma imponente montanha que tinha seu nome devido as flores Phlox nativas daquela região, principalmente na base da montanha, toda ela era pintada por pequenas flores nas cores brancas, vermelhas, azuis e róseas, uma visão linda, principalmente ao fim do dia, quando os últimos raios de sol batiam na montanha e refletiam as cores das flores, Phlox era também o nome da vila e o festival realizado todo mês era em homenagem as flores e a montanha que cercavam aquelas terras.
Os festejos iniciavam cedo e assim terminavam cedo, quando os últimos raios de sol batiam nas flores era o fim do festival, tudo era deixado como estava, mesas, cadeiras, restos de comida, qualquer coisa que ficava era apenas recolhido no outro dia, todos os moradores entravam em suas casas, apagavam as luzes e aguardavam um novo dia.
Mas muitos olhares ousavam espiar, mesmo sabendo o que seria visto, mesmo o medo não era o bastante para a curiosidade era quase que um ritual sádico dos moradores da vila.
Para eles aquilo tudo era natural, fazia parte da rotina, seus olhares estavam acostumados com os horrores do nada que os observava, mas e quanto à outros olhares que desconheciam aquele modo de viver, estariam preparados para encarar o nada e apenas observar em silêncio ou seus gritos seriam ouvidos por toda a vila?

sexta-feira, 27 de junho de 2014

De Tempos em Tempos

De tempos em tempos 
 as folhas caem ao chão 
e assim permanecem 
até uma próxima estação 

De tempos em tempos 
elas perdem sua coloração 
e em um tom amarelo 
pintam o chão

De tempos em tempos 
limpamos o chão 
e esquecemos 
das folhas que vão e vem 

De tempos em tempos 
olhamos ao chão 
e percebemos 
tão bela cena que pisamos   

Pessoa que vão e vem 
e de tempos em tempos 
sempre flores e folhas 
ao chão 
assim como nós também.


*Foto de Fabiane Pieczur

terça-feira, 24 de junho de 2014

Cafeína

Acho que perdi meu sono, perdi ?!
Essa hora da madrugada não sei se tive ele hoje comigo, talvez sim talvez não....
Dizem que café tira o sono, não permite você sonhar e quem disse que quero sonhar, acordado fico longe dos pesadelos, pesadelos daqueles que de tão reais você acorda machucado, cortado e arranhado como se fosse uma nova vítima de Freddy Kruguer, dizem muito sobre sonhos dizem até de mais só sei que não sei mais se quero adormecer.
Quanto de cafeina um corpo humano pode suportar? 
Suportar antes de entrar em colapso e isso pode acontecer? 
Quem sabe estou atirado ao chão alucinando isso tudo quem sabe sim quem sabe não...
Quem sabe estou sonhando, quem sabe sim quem sabe não...
Fico ainda com a parte da alucinação, alucinação com gosto de café, tomei uma, quatro, oito, dez, parei de contar na decima, não fazia mais diferença 
Sinto meu corpo tremer, sinto minha mente delirar, sinto que posso voar, mas só quero mais café, apenas isso e longe dos sonhos ficar.
Quanto tempo suporto ainda antes de meu cérebro desligar de vez? 
Um brinde a isso e mais cafeína direto em minhas alucinações.
Meu corpo treme, meus olhos ardem e a cidade lá fora arde junto comigo, escuto os barulhos de outros tantos atirados em suas alucinações de cafeína ou de qualquer outra coisa, injetada, cheirada, bebida ou inalada, tanto faz eu tenho a minha e eles que fiquem com as suas.
Pelo lado da noite é outro mundo, outra vida, outras vidas, outras pessoas, cada um fugindo de algo, eu sou um fugitivo dos sonhos e os outros são fugitivos do que? 
Ainda penso, mas meus olhos já estão fechados, minha mente vai longe, para onde minhas alucinações ou meus sonhos vão me levar e por hoje chega pois logo o sol vai se levantar e os que são criaturas do dia vão despertar para que as criaturas da noite possam sonhar, alucinar ou qualquer coisa, tanto faz. 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

No Canto Escuro do Olhar - Prólogo

Cada pessoa carrega em si seus questionamentos, como outras tantas coisas, carrega suas alegrias, suas vitórias e carrega acima de tudo seus medos e suas ilusões, em cada canto escuro de qualquer lugar nossos medos se escondem de nosso olhar, buscando refúgio de qualquer questionamento, mas o fato de não serem vistos ao menos com frequência não fazem deles uma mentira.
Geralmente eles são as últimas coisas que nosso olhar se depara, frequentemente são denominados de morte, mas a morte como a vida é uma questão incerta, não se sabe o que está do outro lado, isso se existe um outro lado, apenas sabemos que no fim não temos escolhas, encaramos nossos medos no canto mais escuro de nossa mente, no canto mais escuro de nosso olhar.
Cada um vê aquilo que quer ver e cada um tem um medo tão único quanto o viver ou quanto o morrer.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

De Todas as Maneiras Chico

De todas as maneiras que há de amar
conheci um certo Chico
que me ensinou a sambar
mas aprendi a lição errada
e hoje sei apenas cantar
ou assim penso saber

Agora já passa da hora
vamos embora
rumo a outro coração
e de todas as maneiras
que posso desejar a te amar
aprendi um sentido
do inverso do sonhar
mas tão doce quando o adormecer

Com todas as palavras feitas pra sangrar
sangrei
mas suas melodias me fizeram ficar
fiquei mais que a hora
fiquei por ficar

De todas as maneiras que há de amar
aprendi com você
aprendi a amar
então de todas as maneias que há de amar
eu amei junto com você
junto com suas melodias
aprendi a sonhar. 
Chico Buarque 19/06/1944



quarta-feira, 18 de junho de 2014

Amores Literários

Mas que coisa, mas coisada um vazio se estabeleceu em meu peito e minha mente vaga solitária, mas que coisa...
Já é minha segunda noite em claro, não consigo dormir direito, penso e penso mais um pouco refaço meus pensamentos e só consigo pensar nele, pensar somente nele, pensar, pensar pensar, mas que maldição.
Quantos dias estive ao seu lado, era minha vida e meus segredos revelei sem nem pestanejar, ele como um companheiro um parceiro também nada me escondeu, mas era calmo e pausado, vagarosamente entregando-se a mim até seu fim.
Mas que dor é essa no peito, o que sinto é vazio, sinto falta de meu livro acabado, e agora vou ter que tentar preencher com outras palavras com outras páginas, mas não sei se vou conseguir já que ele era tão especial para mim, como foram os outros e os outros antes desses, mas esse último esse era diferente eu sei.
Preâmbulo pelas prateleiras da biblioteca o recanto dos livros, em silêncio cada um espera ser escolhido, mas eu não desejo escolher nenhum, ainda sofro com o vazio do último.
Já cansado aceito meu vazio e pego um livro qualquer deixo o acaso escolher por mim, sem pretensões vou lendo algumas palavras e lendo e lendo, quando me dei conta já tinha saboreado o primeiro capítulo sem nem perceber, senti o vazio sumir e com novas palavras se preencher, eu estava amando, amando um novo livro e o que sentia por este era diferente eu sabia, diferente do outro e do outros tantos antes desse.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Alucinação - Belchior

"...A minha alucinação

É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais...

Dentro de uma alucinação parti para além das teorias e das filosofias, fui além do oba boa e do algo mais...
Cai do oitavo andar e cai onde já nem sei mais
parti pela noite da agonia 
com o sofrimento das coisas reais 
Andei e percebi 
essas multidões desse povo todo 
nessas capitais  
andei e percebi 
pessoas cinzas vidas normais 
desejando um algo mais.
Uma multidão
e entre eles
todas as pessoas
cumprindo seus deveres
e defendendo seus amores
nossa vida.
Mas quem está interessado
nessas teorias
devemos amar
e mudar as coisas
qualquer uma  que seja.
Mas não estamos mais interessados
nessas teorias
queremos o algo mais
amar e mudar as coias
amar e mudar as coias
deveria interessar mais
...






segunda-feira, 16 de junho de 2014

Blues da Meia Noite

Ao longe escuto um som que é tão familiar 
procuro entre as notas soltas da noite 
minha dose de Blues 
para que assim possa dormir 

Vou seguindo pelas ruas 
sentindo a noite 
refletindo a lua 
e eu sigo 
apenas sigo 

Quem sabe na outra esquina 
eu encontre o que procure 
e pelas ruas 
outros tantos 
buscando seus sonhos 
buscando seus desejos 

Fecho meus olhos 
apenas sigo 
nem sei para onde vou 
apenas vou 

Entre as notas soltas da noite 
procuro minha dose de Blues 

E quem sabe em algum canto escuro 
eu encontre o que procure 
Andando pelas ruas não sou o único 
e meus desejos não estão sozinhos 
cada desejos 
cada sonho 
perdidos pela meia noite 

Mas essa rua é tão longa 
não tem fim 
nunca teve fim 
e eu apenas sigo 


Outros tantos apenas seguindo 
buscando qualquer coisa 
buscando algo para ser seu 
e eu sigo junto 
Entre as notas soltas da noite 
procuro minha dose de Blues 
e eu sigo 
apenas sigo pela noite




sexta-feira, 13 de junho de 2014

Fernando Pessoa (13/06/1888 - 30/11/1935)

Pessoa era tantos e de tantos 
que poderia ser
foi todos 
Pessoa era Álvaro de Campos e tinha em si 
todos os sonhos do mundo.
Pessoa era Alberto Caeiro que passou e ficou 
com o universo.
Pessoa era Bernardo Soares que nunca 
foi protagonista.  
Pessoa era Ricardo Reis que nada sabia 
e tudo imaginava.
E outros tantos 
que já nem sei.
Pessoa era muitos 
e de muitos todos podia ser
Mas afinal
quem era Fernando Pessoa?

Sessão Noturna

Uma fila imensa, todos cochichando sem parar o assunto era o mesmo, o filme que estavam esperando para olhar, uma obra prima do terror diziam, um filme com um nome clichê tipico de filmes desse gênero, em letras garrafais o cartaz da frente dizia SANGRIA NOTURNA, estampado no cartaz uma poça de sangue de um vermelho vivo algo que já causava um certo impacto sobre o que seria visto.
Eu estava animado, sempre gostei desse tipo de filme era quase um fã, mas muitos que estavam ali não eram o que poderia chamar de fã assim como eu, apenas curiosos querendo um pouco de diversão, mas acima de tudo para ver aquela obra prima de terror ao qual era cercada de mistérios, o diretor e boa parte do elenco sofreram acidentes misteriosos e acabaram morrendo antes do filmes ser lançado, antes mesmo de ser visto já era considerado uma maldição, e como qualquer pessoa adoramos desafiar uma maldição levanto em conta apenas nossa racionalidade.

Após longa espera já me acomodava em minha poltrona esperando as luzes se apagarem e o filme ser projetado, eu estava cada vez mais animado a espera do que veria, poucos minutos depois as luzes se apagaram e a tela começou a reluzir  com as imagens do filme, logo de cara uma grande mancha de sangue escorria pelas letras com o título do filme, o pessoal a minha volta gritou entusiasmado.
E o filme se seguiu, mortes, gritos, cenas básicas de todo filme de terror e muito sangue, muito mesmo, o nome fazia jus ao filme.

O filme não era dos piores, mas esperava mais por ele muito mais, mas parece que uma das pessoas não gostou nada nada do filme, lá na primeira fileira um homem levantou-se e ficou de pé por alguns segundos, o pessoal começou a gritar e xingar, e ele nem se mexia, de onde eu estava não conseguia ver seu rosto apenas sua silhueta, percebi quando se abaixou e pegou algo de sua poltrona, não conseguia ver direito, mas parecia ser uma barra de ferro com uma ponta, não tive muito tempo para pensar e nem para os outros reclamarem mais um pouco, em um movimento rápido acertou a primeira pessoa que estava ao seu lado, pude ver o sangue jorrar para cima, outro filme acontecia dentro da sala de exibição, os gritos cessaram por um segundo, menos que isso, foi o tempo tempo necessário para compreender o que estava acontecendo ali, logo os gritos recomeçaram junto com a correria.

Em outro movimento com o pedaço de ferro acertou outra pessoa que corria tentando escapar, eu ainda estava em minha poltrona, sem reação alguma, medo talvez, não conseguia pensar em nada, apenas continuava olhando o tal homem que seguia cravando, batendo e matando todos aqueles que podia alcançar, não contei quantos nem tinha como, eu apenas olhava.
Entrei em um estado fora da realidade, eu apenas olhava e via pessoas caídas ao chão sem vida e via aquele homem que caminhava em minha direção e eu parado sem reação, ele levantou o ferro acima de sua cabeça e tudo começou a ficar lento, pude ver de perto ele, mas estava usando um capuz preto que fazia sombra em sua face, não consegui ver quem era, um longo casaco preto cobria o restante de seu corpo, o pedaço de ferro estava acima de sua cabeça, parecia ser de ferro fundido ou algo assim, estava machado de sangue e reluzia com a luz do projetor, o ferro descia em minha direção lentamente, eu não me mexi, fechei os olhos apenas esperando minha morte....

Abri os olhos novamente estava na fila, pessoas cochichando e esperando para entrarem na sala de cinema, eu estava só, mas escutava a conversa de um casal logo a minha frente, estavam animados com o filme, esperavam ver um verdadeiro massacre foi o que o homem disse e ela concordou com a cabeça, eu escutei e apenas sorri para mim mesmo, coloquei a mão no bolso e assegurei o pedaço de ferro que carregava escondido dentro de meu casaco e concordei com eles em um silêncio solitário.


quarta-feira, 11 de junho de 2014

No Fim Todos Amam

Como é lindo o amor tão doce e ácido sentimento criado e tão dignamente compartilhado.
Como é lindo ver demostrações de um amor tão hipócrita quanto qualquer um, tal amor faz jus a nossa humanidade sórdida, com a proximidade do dia doze de junho ao qual é a data dos enamorados percebemos como todos estão amando ou querendo amar.
Demonstrações e demonstrações que no fim não passam de apenas um EU UNO único ser, não existe dois nesse amor é apenas o amor ao ego, amor real não precisa de declarações clichês não, nem precisa de fotos moldadas em em outras ocasiões, ama-se por amar e não para demonstrar.
Contudo há o outro lado, se em um ponta temos o amor que de tão excessivo chega a ser repulsivo lá do outro lado bem longe temos a negação total ao amor, que não passa de uma máscara de uma carência misturada com orgulho, negando tudo que é amor, negando o seu próprio amor.
O amor virou propaganda de marca de perfume, sabonete, flores, chocolates... Outro sentimento corrompido pela mão do homem.
Nesse dia dos namorados não importa quem tenha ou quem não tenha, amor de verdade todos compartilhamos, amor de verdade não precisa ser publicado, amor de verdade se restringe apenas os envolvidos e não ao mundo todo.
E aqueles outros lá do outro lado seus comentários sobre o não amor não são necessários, retire o amor do mundo e veja como fica.
De mais apenas Feliz dia dos Namorados para todos.

Quem ama não conta 
o mundo não precisa saber 
amor não precisa ser anunciado 
nem precisa de falsos abraços 

Quem não ama 
não ama por que já amou 
e hoje fingi não sentir dor 

No fim das contas todos amamos 
querendo ou não 
no fim das contas o que está errado 
não é o amor 
mas todos nós


terça-feira, 10 de junho de 2014


Palavreado Poético

E há quem diga 
que poesia é feita apenas com 
dificultoso palavreado
e mais um tanto de arroubo
e que tudo é implícito em uma rima 

Dizem que poesia 
é complicada 
um bando de palavras 
com sentido correto 
e quem não sabe fica para pacóvio 

Dizem mais 
que poesia não é poesia 
que é suscitar
saber falar o que poucos sabem 
e no fim ninguém entende 
compreende ? 

E esses que complicam poesia 
digo apenas 
para não dilapidar leitores 
poesia é fácil 
como sonhar 
de rimas bobas 
como o desejar 
e mesmo que não tenha rima 
mesmo assim ainda 
é poesia.




Habemus Copa

Querendo ou não vamos ter copa e querendo ou não vamos ter que engolir a brazuca sem nenhuma dose para ajudar a descer melhor e depois ainda vamos ter que gritar GOLLLL.
Querendo ou não vamos ter protestos e vamos tem que engolir fumaça e repressão e ainda ter folego para pedir salvação.
Querendo ou não sabemos que a maioria quer copa, que a maioria quer cantar o hino nacional, mesmo sem saber a letra, querem gritar hexacampeão, querem gritar gol e outros viva la revolución, querem dispensa do trabalho e querem que se f... a Argentina.
Para alguns um grande evento pra outros um grande tormento e para outros ainda uma oportunidade para matar trabalho.
Coloca no c... da Copa, pois a culpa nunca é nossa, sempre foi assim e sempre vai ser assim, temos a capacidade de atrasar as obras e temos a capacidade de protestar em cima da hora. 
O circo da Copa não vai estar totalmente pronto e logo logo ele vai embora, mas os palhaços, esses ficam o ano todo. 
Temos Copa, temos futebol, Habemus Copa , Habemus Circo, Habemus Protestos e querendo ou não é gol e quem sabe hexacampeão. 


segunda-feira, 9 de junho de 2014


Ruínas

Vejo uma casa em ruínas, vou voltar meus olhos com mais atenção a ela....

Voltei à casa como prometi para mim mesmo, e em uma reflexão solitária observo o que um dia foi uma casa.
O que hoje são apenas um monte de tijolos, madeira e concreto um dia foi sonhos, realizações e passado, hoje onde deveria ser a sala de estar, onde a família ou os que ali habitaram em tempos remotos eram felizes ou tentavam ser, hoje a tal sala serve de morada para cheiradores onde vão fugir da realidade, picadores e onde putas utilizam como quartos para seus programas.
Mas quem sabe hoje essas paredes presenciam maior alegria que em tempos que famílias existiam aqui.
Ainda existe um sofá com marcas do passado ou seria do presente?
Muitas coisas ainda existem aqui, garrafas, roupas, móveis, sonhos perdidos ou encontrados.


domingo, 8 de junho de 2014

Crisálida

A vida geralmente é dividida em viver e o morrer, mas dentro desse espaço de tempo que pode ser curto como se estender por anos, existe outra divisão, dentro de uma vida somos duas pessoas em especial, somos crianças em um momento e após isso somos adultos, mesmo que sendo a mesma pessoa há uma grande diferença entre o nosso ser criança e o nosso ser adulto.
Vidas distintas em momentos distintos do mesmo ser.
As vezes,quase sempre, uma criança compreende em sua ingenuidade muito mais que um adulto com sua racionalidade.
No fim somos todos crisálidas, frágeis e em um estado adormecido, esperando e esperando por nossas asas.

Vivemos duas vidas 
em um mesmo ser 
somos crianças 
somos adultos 
distintos 
ao mesmo viver 
ao mesmo morrer 

Somos ingenuidade em um tempo 
do outro somos puramente razão 
somos crianças 
e somos adultos 
buscando nossas verdades 

Somos crisálidas 
pupa
ninfa 
chame como desejar 
somos o desejo 
de voar 

Somos crianças 
e adultos 
com o mesmo sonhar 
e só no fim 
um par de asas 
vamos encontrar.



quarta-feira, 4 de junho de 2014

Boêmia Literária

De livro em livro 
um boêmio me tornei 
embriagado por poemas 
livros e afins 

Dentro de contos 
histórias 
fantasias 
que não são minhas

Em frases escritas 
ou sonhadas
bebi 
tudo aquilo que li 

De ressaca escrevi 
os poemas mais belos que consegui 
de ressaca percebi 
e refleti 

Que no mundo 
não existe nada mais 
que embriague 
do que livros 

Nem deu tempo de melhorar 
e logo em outro livro 
fui me embriagar 
esperando a ressaca do outro dia 
e dos poemas que escreverei.




Não Postei

Se ao inferno ou ao paraíso retornei 

não postei 
não achei necessário informar a vocês. 
Se vi o Diabo ou Deus 
nenhuma foto tirei 
não achei necessário mostrar para vocês. 
Se estou amando ou mentindo que amo 
não espalhei
guardei para mim e me calei. 
Se sou carente vou falar com o espelho 
e não formar frases clichês. 
Não me importo. 
não faz diferença 
nem nunca fez 
sua vida ou a minha 
no fim nem você
nem ninguém.

Sempre Poesia

Então parti para dentro de uma alucinação 

ora tola ilusão 
dei o nome de vida 
pois que seja de verdade ou mentira 
sempre viva 
sempre poesia 
Então sonhei com uma realidade 
ora tola vaidade 
imaginada dentro de um nada 
e vivida dentro de uma vida 
então sempre viva 
sempre poesia.