Powered By Blogger

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Então Morrer ou Viver

Então o morrer 
chegar ao fim 
ou quem sabe renascer 

Então o nascer 
chorar e abrir os olhos 
ou quem sabe morrer

Então o seguir 
entre idas e vindas 
morrer sem nem perceber

Então caminhar 
para a beirada da vida 
e se lançar 

Então escolher 
acordar 
ou sonhar 

Então ao nada 
nem nascer 
nem morrer 

Apenas sonhar 
entre os dois 
ficar 

Sonhar nascer 
ou sonhar em morrer
então o despertar.


quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Entre os Olhos de um Gato - Epílogo

Ao sair do banheiro o homem nem notava a presença de um ser diferente naquela casa, estava com os pensamentos distantes, pensava em seu novo crime e apenas o fato de relembrar o ocorrido fazia despertar novamente seus desejos lascivos e quase incontroláveis. Com frequência tinha tais desejos e até aquele momento ia bem em seus crimes, nunca fora descoberto e seus desejos eram saciados. Saiu do banheiro e andou até o quarto, nem notou que parado sobre a mesa da sala estava Dom, silencioso e apreensivo, esperando apenas ser notado. Ele retornou até a sala, agora vestido, sentia algo, mas não dava importância para essas coisas,ao levantar sua cabeça confrontou pela primeira vez os olhos de Dom, ele permanecia parado, parecia que aquela era sua casa e aquele homem seu dono. O homem em sua primeira reação foi tentar fazer o gato sair pela janela aberta, mas o gato não se movia nem um milímetro,ele permanecia parado, fixo ao mesmo lugar, se não fosse seus olhos que reluziam com a luz do abajur ao seu lado, poderia dizer que era uma estátua colocada sobre a mesa para enfeitar a casa. Ele o abusador, já não pensava mais em seus crimes, agora era nos olhos do gato que pensava era como se não tivesse controle sobre seus pensamentos e pouco a pouco de seu corpo também. Dom olhava fixamente para ele, estava vendo não somente seus olhos em tom azulado, mas podia ver sua alma, ver tudo que ele tinha visto, feito e até mesmo pensado. Ali dentro dos olhos do homem o gato entrava em cada fresta dos segredos, não existiam barreiras para ele. Eram moças atiradas em cantos escuros,abusadas, destruídas assim como suas vidas, outras tantas assim como Jane que devia estar agonizando sozinha naquele canto escuro, aquele homem não merecia um gota de compaixão, sua pena já estava decidida, decidida entre os olhos de um gato preto. Ele sempre escapou da justiça, nunca poderia imaginar que sua sentença seria dada por um gato. Aquele homem já não tinha controle de nada, era um boneco movimentado pelos olhos daquele gato, mantinha sua consciência lúcida, era como estar em um pesadelo, escutava os sons da rua, via seu corpo, mas aquilo já não pertencia mais a ele. Ele caminhou para fora da casa, Dom o gato acompanhava seus passos, fez a volta em sua casa e subiu em uma escada que ali estava, chegou ao ponto mais alto de sua casa, ali em cima do telhado o martelo de sua sentença seria batido. Chegou bem próximo da beirada do telhado, estava de costas para o chão e seu olhar ainda fixo aos do gato, parecia que apenas os olhos de Dom o asseguravam. Dom virou e começou a sair do telhado, nesse momento seus olhos não estavam fixados no homem, ele agora tinha o controle de seu corpo, mas por pouco tempo, estava desequilibrado, fazia um grande esforço para permanecer ali no telhado, mas toda sua força de vontade não eram suficiente contra a gravidade. Ele despencou, mas não caiu ao chão, ficou pendura na grade de pontas afiadas que penetraram por seu ânus saindo por seus abdômen um fim digno para um abusador que fazia algo muito parecido com suas vítimas. Era uma cena assustadora o sangue escorria manchando as grades em tom de cinza chumbo, Dom ainda permaneceu alguns segundos parado olhando para o cadáver do homem. Novamente Dom andou e sumiu na escuridão da noite, retornou para sua casa, ao chegar viu que Jane estava sendo socorrida por paramédicos e uma ambulância já esperava para levar ao hospital. Ela estava nervosa e não percebeu que eu gato a fitava atentamente, Dom a viu ser colocada dentro da ambulância e sumiu entre as luzes da noite, ele permaneceu ali parado, ficou ali sentado na calçada por horas, parado com o olhar fixado na luz da lua.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Entre os Olhos de um Gato Part II

A noite estava agradável e a lua cheia ajudava a iluminar as ruas, ela caminhava despretensiosa pela rua, nem percebia que ao longe alguém a seguia, escondido entre as sombras da madrugada um vulto perseguia Jane.
Era aquela mesmo rapaz que olhava para Jane de um canto do pub, agora ele era quase que como um cobra rastejando entre sombras, perseguindo sua pressa, silencioso e letal.
Ela estava agora de frente ao prédio, diferente da agitação do dia, o local estava em completo silencio e não se via uma única pessoa na rua ou nas janelas, Jane procurava em sua bolsa a chave da porta da frente, nem notou que o misterioso homem se aproximava cada vez mais, revelado pela luz da lua ele saiu da escuridão e agarrou Jane por trás colocando sua mão em sua boca, impedindo um grito de socorro, ele era mais forte e ela fraca e indefesa debatia-se, mas não conseguia desvincular-se de seus agressor.
Arrastada para a pequena entrada ao lado do prédio, ali onde apenas a luz da lua entrava ele arrancou a roupa que Jane usava ela gritava, mas seus gritos eram abafados por um pedaço de pano em sua boca, sua mãos amarradas assim como seus pés, foi ali naquele lugar que ela foi abusada por um estranho e após conseguir o que ele queria Jane foi atirada em um canto machucada, atirada em um canto como um saco de lixo ou algo que não tem mais utilidade.
Antes de sair daquele canto ele verificou se nenhum curioso havia presenciado a cena, olhou para os dois lados e para as janelas a sua volta e nada foi constatado, ergueu suas calças e sumiu na escuridão da noite.
No alto do prédio um olhar havia presenciado toda aquela cena, não de um vizinho curioso, mas sim de um olhar felino, Dom o gato de Jane espiava tudo o que acontecia com sua dona.
Dom aproximou-se de Jane ela estava inconsciente ao chão, nem percebeu que seu gato estava ali, não ficou muito tempo, apenas alguns segundo, após dobrou a esquerda na rua e sumiu na noite.
O abusador caminhava sorridente, tinha tido exito em mais uma noite, ao longe Dom o seguia, assim como minutos atrás ele fazia com Jane.
A casa do abusador ficava cerca de dez minutos de sua vítima, ele entrou acendeu as luzes e dirigiu-se para o banheiro para retirar o resto de Jane que estava em seu corpo.
Do outro lado pela janela Dom espiava cada movimento dele, por uma pequena abertura em uma das janelas o felino entrou na casa e esperava pelo homem que ainda estava no banheiro...

domingo, 26 de janeiro de 2014

Entre os Olhos de um Gato Part I

Jane acabará de colocar seus pés pela primeira vez em seu novo apartamento, após muita procura havia encontrado o local perfeito, tudo conspirava para tal perfeição, era bem localizado, cerca de vinte minutos de seu trabalho, situado em um bairro tranquilo, onde crianças brincavam pelas ruas e senhoras alimentavam pompos ao fim da tarde, era a realização de um sonho.
Ela a dona, uma jovem com seus vinte e poucos anos, de poucos amigos, mas o suficiente, sem familiares próximos, pois havia deixado sua terra natal muito jovem para buscar seu futuro na cidade grande e até aquele momento de sua vida estava indo muito bem, trabalhava muito para isso, muitos feriados e finais de semana sacrificados em troca de um futuro melhor na loja de roupas que trabalhava como vendedora, um trabalho árduo, mas satisfatório.
Todos os dias Jane chegava exausta em casa, queria apenas deitar em qualquer canto e ali ficar por algumas horas, mas isso era uma tarefa difícil, Dom seu gato de estimação desejava atenção e ela não resistia a tentação daqueles grandes olhos e o pelo macio que sentia em suas mãos. 
Dom era muito mais que um animalzinho era o melhor amigo e confidente de Jane, como não tinha muito tempo para estar com seus amigos, seu gato geralmente era incumbido de escutar todos seus lamentos e realizações, tarefa que ela parecia exercer com grande atenção, permanecia atento ao que Jane lhe contava era quase como se compreende-se o que escutava. 
Os dois já estavam juntos cerca de quatro anos, foi em um noite qualquer a caminho de casa que encontrou aquele pequeno gatinho de pelo preto foi amor a primeira vista, ele estava em uma pequena caixa de sapato, Jane estava encantada com aquele grandes olhos que a fitavam não compreendia como uma pessoa poderia abandonar um pequeno e lindo animal indefesso, mas ela estava ali para salvar aquele pobre gatinho. 
Em uma sexta feira após sair do trabalho Jane resolveu aceitar o convite de seus amigos para esticar um pouco mais a noite e sair beber algo em um pub que costumavam frequentar, tudo estava maravilhoso, a noite estava sendo preenchida por pequenas doses de drinques e risadas, Jane estava tão animada que nem percebeu que despertava olhares de um dos frequentadores do local, quase que escondido em um dos cantos ao lado da messa de bilhar ele mantinha o olhar fixado em Jane, sentado ele permanecia o tempo todo apenas olhando.
Jane estava cansada e já estava na hora de retornar a sua casa, no outro dia ainda teria que acordar cedo para trabalhar, um de seus amigos ofereceu carona, mas não queria estragar a noite dos outros, ali apenas ela tinha que acordar cedo e como estava próxima de sua casa decidiu ir andando, despediu-se de seus amigos e tomou o rumo de sua casa...

sábado, 25 de janeiro de 2014

A Andarilha do Tempo

Sua cabeça já estava virando um quebra cabeça onde as peças não tinham um encaixe, suas pontas estavam desgastadas e corroídas pelo tempo, assim seus pensamentos nunca seriam completados e seu futuro nunca existiria.
Em sua agonia ela trancava seus sentimentos em palavras que o mundo não deveria ler, ali preso em cada vírgula, capítulo e ponto final estava o que ela desejava e sonhava, mas se limitava apenas a escrever para que ao menos ali ela fosse livre.
Suas palavras já não bastavam, sua mente e seu corpo queriam mais, seus questionamentos estavam em ebulição e sua vida em queda livre.
Sua decisão já tinha sido tomada há muitos anos, apenas lhe faltava a coragem, em uma mochila estava tudo aquilo que precisava, roupas, um pouco de dinheiro, um caderno e caneta para escrever e o resto era completado por seus sonhos.
O primeiro passo sempre e o mais difícil pensava ela parada na frente de sua casa.
O primeiro passo foi dado e assim o segundo, quarto e decimo...
Antes uma parada na frente de uma velha praça onde costumava sonhar e ali um pedaço seu existia o seu pedaço mais puro e mais ingênuo, ela via ela mesma criança correndo contra o vento, despretensiosa sem o peso do mundo em seus ombros, ela fez um leve movimento de mãos para seu passado, era atrás daquela menina, atrás de seus sonhos do passado que ela iria atrás, iria atrás dela mesma.
Cada passo uma olhada para trás, um confronto com seu presente, era seguir em frente e aceitar a dúvida ou voltar para uma vida de certezas, nem ela sabia.
Respirou fundo e foi sempre à frente em busca de mais, cada esquina, cada parada, cada vila... Um novo texto e em cada texto um pouco seu um pouco daquela menina que ainda brinca em uma praça qualquer, brinca e corre sem pensar no dia de amanhã, não se preocupa com nada apenas é feliz assim como ela agora, feliz a cada dia, feliz a cada momento que poderia chamar de seu.

Para Tom Jobim

Para Tom 
todas as notas 
todas aquelas que ele conhecia  
e aquelas outras que desconhecia 

Para Jobim
um lugar na eternidade 
um cantinho a beira mar 
e um amor para recordar 

Para Tom 
melodias 
cores 
e flores 

Jobim 
que fique até o fim 
sem pressa 
pois a vida tem sempre razão 

Eis aqui um rima 
feita apenas para Tom 
inspirada em Jobim.

*Antônio Carlos Jobim 
25 de janeiro de 1927
08 de dezembro 1994*







quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Caleidoscópio

Com a força de uma mão
movimentos delicados 
simples 
sem nenhum fato 
formo cores 
linhas retas
ângulos inimagináveis

Cores que nunca viu
apenas em seus sonhos as fez
seu olhar fixado 
no ponto reluzente 
minha mente é o espaço 
de uma luz incandescente

Sem limite 
sem controle 
sou uma cor 
e uma reflexo 
tão simples 
e complexo

Sou multiforme
de mil faces 
sou o sorriso da criança 
que brinca 
e me coloca a girar 

No compasso 
de seus movimentos 
sou o nado 
e viro tudo 
viro seu mundo 
e giro ao seu lado
ficando mudo.




terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Um Corpo Que Caiu do Céu - Epílogo

Aquele momento tão estranho tinha sido interrompido por um dos soldados.
- Desculpe Senhor presidente, mas estão lhe esperando para voltar.
Pobre e ingênuo soldado, aquele ali não era nada mais que apenas uma roupa, o presidente pouco a pouco era consumido por aquele parasita do espaço, consumido dentro de seu próprio corpo onde não tinha mais controle.
Ele não disse sim nem não apenas afirmou com a cabeça, chegando ao helicóptero não deu atenção a ninguém, parecia estar só não somente naquele lugar, mas só no mundo. 
O motivo de tanto silêncio era devido ao choque por ver tal criatura era o que se presumia, mas e agora o que ele faria, com procederia, o mundo devia saber de tudo e estava preparado para tudo?
O mundo ainda estava apreensivo, com os olhos grudados em seus aparelhos de tv, internet ou qualquer meio de comunicação, mas sem uma resposta sobre o ocorrido, nenhum declaração, nenhuma satisfação.
Ao chegar na residência presidencial, ele pediu para ficar só, queria pensar era seu motivo, apenas estas palavras e mais nenhuma.
Dentro daquela grande sala de reuniões onde as lideranças do mundo sentavam e onde o destino dos países era tomado, estava um intruso, um ser que não representava nenhum governo ao menos nenhum governo humano.
Ele ficou parado cerca de dez minutos em frente a um grande espelho, mexendo em sua pele, abrindo seus olhos e boca, descobrindo a imensidão daquele corpo estranho.
O parasita sabia muito bem de quem era aquele corpo e onde estava e mais ainda sabia como proceder, tudo estava ocorrendo como deveria.
Sozinho ele se aproximou da grande janela, dali ele podia ver toda a cidade, tudo aquilo estava em suas mãos, mas ainda era pouco para seus planos, aquela cidade já era pequena para ele, o mundo quem sabe devia bastar.
E como seu primeiro ato, fez uma ligação, mas não uma ligação comum, não uma ligação para a terra, mas sim para muito longe dali, como sempre de poucas palavras.
-Iniciar plano de ataque...
Desligou o telefone e sentou-se para esperar o fim de tudo.
Seu olhar atento fixava-se sobre a imensidão, aquele planeta era perfeito, muitas pessoas, muitas roupas para usar.
Longe daqui o mundo ainda procurava por suas resposta, respostas que nunca seriam encontradas, mas sim  as respostas que encontrariam o mundo. 




sábado, 18 de janeiro de 2014

Um Corpo Que Caiu do Céu Part IV

Não muito longe do local onde havia caído a nave, dentro de um complexo militar de segurança máxima a criatura era retirada de seu saco preto e colocada sobre a mesa.
O complexo todo estava muito bem vigiado por soldados fortemente armados, tanques e caminhões de combate faziam isolamento de um quilometro em torno da área.
O corpo era mantido isolado em uma sala, onde ninguém poderia entrar, na porta mais dois soldados mantinham guarda para assegurar que nada entrasse e nem saísse daquela sala.
Em outra sala ao lado o general responsável pelo complexo fazia uma ligação, mas não uma comum era em uma linha privada e de alta segurança o destino era o palácio presidencial, onde o presidente já aguardava informações.
O presidente não respondeu apenas o general informou que haviam capturado uma das criaturas e que agudavam a chegada de um especialista e do próprio presidente para poder inicia a autopsia no extraterreno.
Do outro lado da linha o presidente desligou e se dirigiu ao seu helicóptero particular, dali cerca de quinze minutos já estaria no complexo e poderia ver com seus próprios olhos a tal criatura.
Todos já aguardavam pela presença do presidente sem muita conversa já se dirigiam para a sala onde a criatura estava, apenas duas pessoas entraram naquela sala o especialista e o presidente.
O doutor colocou suas luvas e a cada passo que tomava explicava ao presidente o que ocorria.
Primeiro um corte do pescoço até o fim da barriga, delicadamente ele abriu o peito da criatura, o espanto era total, sabia que o corpo da criatura não era parecido com o nosso, mas aquilo era mais incomum ainda, ao verificar dentro da criatura nada fora localizado, sem órgãos, sangue ou qualquer coisa, era com se aquele corpo fosse nada além do que uma roupa ou traje de viagem.
O próximo passo era verificar a cabeça da criatura, ali apenas algo que lembrava um pedaço de carne, era ligado por tentáculos todos grudados as paredes do crânio.
Delicadamente ele retirou aquele pedaço de carne esponjoso e colocou em uma bandeja, o presidente olhava atentamente, mas não parecia espantado com o que via.
Alegando querer pensar sobre o assunto pediu para ficar só com o corpo da criatura, o especialista achou um tanto que estranho, mas devido a ele ser o presidente e os fatos ocorridos com a queda da nave não deu muita importância ao fato.
Sozinho ele olhava atentamente o corpo da criatura aberto sobre a messa e o pedaço esponjoso de carne rosada sobre a bandeja, tomado por um impulso que não podia ser controlado, ele pegou com as duas mãos aquele pedaço de carne que agora pulsava como se retornasse a vida.
Aquilo estava dentro de sua cabeça, ele tentava manter o controle de seu corpo e seus pensamentos, mas era fraco perante ao controle da criatura.
Ele já estava completamente dominado, abriu com sua mãos e dentro havia uma pequena esfera, feita do mesmo material do que o pedaço externo rosado, era quase que idêntico apenas em proporções menores, ele era o responsável pelo pulsar e aquele pequeno pedaço era a criatura, em seu último estado de lucides ele pensou que o doutor estava certo e que aquele corpo aberto era apenas um traje, uma roupa um veiculo e que aquilo em suas mãos era de fato a criatura.
Levou até sua boca e engoliu, não tinha o controle de seu corpo ele negava com os olhos, mas já era tarde sentia descer pela sua garganta aquela coisa esponjosa, até que ela parou e começou a subir, subir para sua cabeça, era ali o lugar dela, o resto do corpo não tinha importância a criatura sabia que centro de controle do corpo era o cérebro...  

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Um Corpo Que Caiu do Céu Part III

Entrando no meio da escuridão de um lugar totalmente desconhecido de onde uma criatura poderia surgir a qualquer momento, atacando sem piedade os soldados, nem todo o treinamento deles seria suficiente para o que estavam por enfrentar.
Cada passo poderia ser o último, uma tensão crescia na medida em que se encaminhavam para dentro da imensidão daquele objeto estranho, o silêncio era total, apenas os ruídos dos soldados que respiravam ofegantemente e para ajudar mais ainda aquela situação tensa apenas a luz de duas lanternas facilitavam a visão.
O soldado que estava mais a frente, parou bruscamente, afirmava ter escutado um barulho vindo do corredor a sua esquerda.
Com um movimento de dedos os três se encaminharam para aquele corredor, sabiam que a hora do confronto com a tal criatura estava se aproximando e ali naquele corredor seria o campo de batalha.
Até aquele momento apenas tinham visto dais criaturas mortas, mas como poderia ser uma delas viva, como se movimentava, tinha alguma couraça de proteção quem sabe até alguma arma que poderia desintegrar os soldados em segundo, como saber a resposta com toda certeza logo seria descoberta.
Eles atravessaram o corredor todo sem um único barulho diferente ser escutado, ao certo o soldado havia escutado seu próprio medo que se manifestava a tensão daquele momento logo foi substituída por uma risada sem graça dos três como se voltassem a vida. O soldado que havia escutado o barulho caminhava um pouco mais a frente, dizia que não havia nada ali, que eram somente aqueles dois que estavam mortos, não tinham que se preocupar com mais nada, fariam a varredura na área da nave e depois retornariam para terra firme.
Ele ria da situação e já tinha baixado a guarda, não espera que a criatura estivesse a sua espreita escondida entre as sombras que o cercavam, em um bote certeiro a criatura pulou em seu pescoço, o soldado tentava atirar, mas os tiros apenas acertavam o teto da nave, os outros dois soldados correram para ajudar, mas já era tarde, ele estava deitado sem vida no chão com um ferimento no pescoço por onde ainda escorria sangue, a criatura estava de pé ao lado do corpo, seus enormes dentes reluziam com o sangue se sua vítima terrestre, a criatura olhou diretamente para os dois soldados e deu um salto e se agarrou no teto da nave, então era por ali que ele andava, por cima das cabeças esperando o momento certo, ele vinha na direção dos dois, soltando um grito abafado como se fosse um animal selvagem, os dois atiraram na criatura que caiu ao chão sem vida.
Pela televisão um boletim urgente sobre a nave, nas imagens mostravam os dois soldados que saiam de dentro da nave cada um carregando um saco preto, três homens haviam entrado naquele lugar e apenas dois retornavam, junto com eles dois corpos, um deles com certeza seria do terceiro soldado, mas e o outro poderia ser da criatura?
Os responsáveis não tinham nada a declarar tudo era mantido no mais absoluto sigilo, os dois sacos pretos foram colocados dentro de um pequeno caminham e foram levados para um lugar que era desconhecido de todos...


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Um Corpo Que Caiu do Céu Part II

A todo momento a TV trazia boletins de última hora sobre o objeto que havia caído, em todos os canais havia cientistas tentando explicar o acontecido, mas nenhuma resposta era satisfatória.
Cerca de meia hora havia passado desde que a nave ou aquilo havia caído, o local estava isolado e a população tinha que manter uma distância razoável do local alguns curiosos tentavam chegar mais perto, mas fracassavam e eram pressos.
Dentro de um complexo federal estavam reunidos o presidente, deputados e outros cargos federais e membros do exercito, ali após algum tempo foi decidido que o tal objeto seria invadido e o que fosse que ali dentro estivesse era para ser capturado e nada do que fosse descoberto deveria ser revelado a impressa, ao menos por momento.
Um grupo tático do governo preparava-se para entrar no misterioso objeto, eles estavam a um passo de marcar seus nomes na história era algo tão surpreendente quando pousar na lua.
Eram três dos mais bem treinados soldados, estavam preparados para tudo na terra, mas e para algo que não era terrestre seu treinamento seria suficiente?
A nave por dento parecia gigantesca, lembrava uma grande sala oval, por ali muitas telas, botões, luzes e fios atirados ao chão, era nada além do que uma nave comum como aquelas que a NASA utilizava, mas até o momento nada de criatura.
Logo após sair da sala oval havia vários compartimentos um ao lado do outro, algo que lembrava um cama, mas era toda lacrada e em sua parte frontal vidro que facilitava ver o que ali dentro se encontrava,  deitados como quem estivesse em um sono profundo os viajantes do espaço, então era aquilo o que conhecíamos por alienígenas, eram horríveis, deviam ter cerca de um metro e cinquenta de altura, magros, de longos braços e uma cabeça oval, grandes olhos negros que permaneciam abertos, sem nariz ou orelhas, apenas uma boca cheia de dentes afiados, que pareciam sorrir para quem os encarasse.
Três criaturas permaneciam deitadas, contudo era visível que sem vida o choque da nave devia ter desligado aqueles aparelhos, logo mais a frente uma quarta cápsula, mas estava vazia, o vidro estava espatifado no chão e vazio sem criatura nenhuma, ao que parecia uma delas estava talvez viva e solta pela nave.
Eram três soldados bem treinados contra uma criatura que poderia ser inofensiva como também um insaciável monstro espacial desejando apenas sangue.
À agonia e a dúvida aumentavam e o que fazer sentar e esperar pela morte que poderia nem vir ? Ou partir para o fundo da nave em uma caçada que poderia ser suicida e quem sabe a própria criatura se questionava sobre a mesma situação, pois cada um desconhecia o que dentro das sombras encontraria.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Um Corpo que Caiu do Céu Part I

Os mistérios que cercam nossa vida são muitos, existe tanta coisa que ainda não tem uma explicação e talvez nunca tenha.
Entre elas aquela velha dúvida que há muito tempo está incorporada ao nosso pensamento e até mesmo em nossa realidade, será que estamos sós no universo?
Muitos de nós observamos o céu à noite buscando uma compreensão, alguns tentam ver um Deus já outros estão em busca de um ser mais evoluído um viajante do espaço.
Eu sempre olhei ao céu buscando por repostas sem saber se um dia as teria, mas tudo mudou não somente para mim, mas para todos na face da terra.
Tudo foi transmitido pela televisão, naquele dia mais precisamente durante cinco horas o mundo parou e observou aquele misterioso objeto que despencava do céu, era algo que lembrava um avião, oval e de cor prateada que reluzia como um holofote de alta potencia de um brilho até maior que o próprio sol.
O que seria aquele objeto, ao certo ninguém ousava afirmar, mas as opiniões já se espalhavam pelo mundo, igrejas eram lotadas por pecadores procurando uma salvação antes do que se pensava ser o fim do mundo.
Laboratórios eram lotados por cientistas que debatiam para tentar descobrir e achar uma resposta lógica para o acontecimento.
Ufólogos lotavam campos abertos para fazer observação e esperavam pela vinda de uma criatura mais evoluída que poderia nos levar a ruína ou ao ápice do desenvolvimento humano.
Após longa espera o tal objeto espatifou-se sobre um grande rio não demorou muito para o local ser isolado pelo exercito e ser ocupado por uma multidão de pessoas que queriam saber o que era aquele objeto metálico.
Pela televisão ainda era transmitido à queda do que era chamado de a grande revelação do século, o que tinha lá dentro isso não se poderia imaginar, talvez não tivesse nada ou quem sabe tudo, uma coisa era certa dentro daquela nave estava o futuro da terra, com toda certeza a vida mudaria bruscamente após este dia...

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Censurado

Sem consentimento 
nem opinião 
a voz se cala 
dentro de um caixão 

  Pastas marcadas 
assinaladas 
como perigo
segredos de uma nação

Atrás de uma messa
em uma farda
se esconde
sua sentença de morte

O pai some
o filho some
a mãe
o vizinho
o amigo
...

Calado sem razão
nem opinião

Agora
censurado
sem direito a perdão.



quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Mais um Dia No Paraíso

E estamos por aqui
mais um dia no lugar
que chamamos de paraíso

Mais um dia a rezar
por santos que esquecem
de nos amar

É mais um dia
para do fogo do inferno
nos afastar

Caminhando para o fim de um abismo 
marchando
como soldados de um exercito vencido 

É só mais um dia
em  nosso paraíso 
ou algo bem parecido 

Andando por ruas lotadas 
são pessoas quase mortas 
são pedintes 
vagabundas e padres que 
dividem os mesmos bancos 

Na vala 
todos são enterrados juntos 
neste nosso paraíso 

É só mais um dia 
em nosso paraíso 
ou o algo bem parecido 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Em Um Futuro Sem Árvores

A atual situação do planeta estava muito diferente do que lembrava quando criança, lembro que lá pelos meus seis anos minha brincadeira predileta era subir em árvores, lembro das longas tardes onde me abrigava do calor para na sombra de uma grande árvore poder mergulhar em meus livros, lembro mais ainda da árvore que com um pequeno canivete marquei um coração com as iniciais de minha namorada.
Mas isso tudo não passa de lembranças hoje em dias as árvores nem existem mais e já não fazem parte da vida humana.
Não sobrou nenhuma para contar história ou melhor para fazer sombra.
Dia após dia elas eram derrubadas, massacradas e despedaçadas e seus troncos ficavam ali úmidos pela seiva que escorria pelos cortes na madeira, ao certo os pedaços ficavam atirados ao sol para que as outras que ainda estavam de pé se preparassem pois logo chegaria sua vez.
Uma a uma foram sumindo a justificativa era sempre a mesma o progresso da sociedade, não vou mentir que muita coisa melhorou, mas penso hoje se realmente era necessário derrubar todas elas.
Ainda não tenho filhos, mas sei que quando tiver não vou construir um balanço de pneu em uma árvore no fundo de casa, nem piquenique a sombra no fim do dia e o pior é que meu filho e tantos outros nunca saberão o que é uma árvore.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Navegar

Em um pequeno barco
vou entrar
me lançar
entre ondas e
em mares me balançar

E na imensidão da noite
contemplar
e no balanço
do barquinho sonhar

E mesmo que barco não tenha 
eu posso imaginar 
vou tornar minha cama 
meu barquinho 
a navegar 

E mesmo que eu não saiba 
nem nadar muito menos velejar 
eu me torno capitão
e controlo todo mar 

Faço de minhas cobertas 
a profundeza do mar  
e das sombras da lua 
os peixes a nadar

E pela noite vou sonhando 
imaginando 
que eu possa 
navegar. 


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Uma Guerra Justificada

Cansado de uma normalidade mundial o homem conspira.
Mas não com outros, ele conspira apenas com sua própria imagem refletida em um espelho de ouro maciço é apenas o brilho do dinheiro em seus olhos sedentos não por sangue apenas por lucros.
O que são algumas vidas por um cofre cheio de grana que ele nem se importa se pode ou não gastar, apenas o ter, sabendo que em seu cofre tudo trancadinho está.
Cansado de fazer campanha eleitoral, beijar crianças, tirar fotos e ir em jantares do partido o homem conspira, conspira contra sua nação com aqueles que confiaram suas escolhas.
O representante do povo representa apenas sua ganância.
Cansado o homem planeja uma invasão a um país Árabe ou de qualquer nação com petróleo, apenas uma pequena justifica, terrorismo, bombas atômicas, ajuda a outras nações... Tanto faz apenas um motivo banal já basta.
A guerra tem seu início, mas de que lado ficar pensa o homem?
Por que se contentar apenas com um, vamos ficar dos dois lados, por baixo dos panos mandamos algumas armar e suprimentos para o inimigo e nossas armas irão matar dos dois lados pois as balas são imparciais justifica o homem.
Com o fim da guera o homem conta não os morto, mas sim seus lucros, nem liga para as manchas de sangue em todo seu dinheiro.
E quando o homem cansado estiver de olhar em um espelho ele irá inventar uma outra guerra para se justificar.