Entre o nascer e o viver ou vice-versa seja como desejar, pois de muito vivo morto pode estar e já vi muito morto bem mais vivo que alguns a estas palavras ler.
De meu lirismo doce e amargo, irônico e sarcástico para os que vivem e para alguns já enterrados escrevo um monte de palavreado, de tanto que escrevo me pergunto se motivos devo ter para simplesmente escrever?
Não os tenho e talvez nunca os tenha e sinceramente colocar motivos perde toda a graça, escreva e deixe a imaginação te guiar, apenas escreva e faça as palavras dançar.
Vestido, trajado bem arrumado de meu lirismo escrachado fiz protestos bem arrumados, alguns até com rimas um soneto maleável.
Destruí o felizes para sempre e o era uma vez, pois nem tudo tem começo, meio e fim, alguns são tão confusos que não se sabe onde começa, onde termina ou se o meio já passou.
Matei muitos e outros tantos dei a vida, tudo isso com apenas uma rima, esse dom de ser escritor é tão divino, que se um dia pensar em algum Deus ou qualquer coisa que chame de criador imaginarei ele com simples escritor.
Mas quem se diga longe das palavras, mas que bela negação pois as palavras sãs queridas e a todos receberam.
Meu caminho ainda longe tarde a ter fim ou curtinho já está não sei, mas vou indo até onde der e no fim palavras vou ser, mesmo que em minha lápide seja como for, vou seguindo abusando de meu lirismo de vida e morte completando este espaço,as possibilidades são imensas e as palavras eternamente envolventes.
Onde o tudo pode ser o nada e o nada acaba por se tornar o tudo. Uma verdade incerta, um questionamento absoluto.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Por Suas Poesias
Como uma poesia colocada delicadamente com as mão dentro de minha mente e meu coração sem ao qual poderia dizer não viverei, mas vivo claro que vivo, isto seria tão lírico de um tom doce apaixonante bobo e inconsequente ao qual não faço honras e nem necessito, não és responsável pelo meu bem viver, mas digo e confirmo és poesia tão bela que se completa comigo.
Como uma poesia feita apenas pelos meus sonhos transcrevi ao papel o que senti e mesmo que pareça lírica demasiadamente não é, és apenas sua imaginação colada na minha e vice-versa.
Como uma poesia feita apenas pelos meus sonhos transcrevi ao papel o que senti e mesmo que pareça lírica demasiadamente não é, és apenas sua imaginação colada na minha e vice-versa.
Ironias ao Alcance das Mãos, Distante dos Olhos
Ironias do destino
logo a frente
um buraco profundo
tão inocente
Ironias do destino
logo a frente
olhos cegos
sentidos atentos um passo ausente
Ironias doces
tão amargas
e de doces
se tornam amargas
Ironias do destino
logo a frente
ao alcance das mãos
mas distante dos olhos.
E Assim se Fez Natal!
Um velho barbudo de barba falsa vale lembrar
veludo reluzente na cor vermelha
em um calor de 40 graus
e assim se fez natal!
Uma árvore em suaves prestações
presentes no carnê
vale compras é a melhor opção
e assim se fez natal!
Luzinhas reluzentes
sua casa capa de jornal
só não vale o vizinho brilhar um pouco mais
e assim se fez natal!
Mesmas canções ecoam
em rádios e televisões
jingle Bells e blá blá blá
e assim se fez natal!
Sorrisos amarelos
fotos indesejáveis
abraços “amigáveis” e amor pra todos os lados
e assim se fez natal!
Ho ho ho
e tudo mais
espirito natalino parcelado no cartão
sem juros ao mês
assim se faz natal!
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Quando e Quanto
Quando minha máquina de escrever
perder seu ritmo
quando minha caneta secar
quando folhas não mais existirem
poesias
nem textos
para me coagir
para meu sono barganhar
quando meu café esfriar
quando meu coração não pulsar
quando os vapores da noite cessarem
quando enclausurado meu corpo estiver
ou quando ao pó retornar
quando...
quanto tempo há de passar
um segundo
meia hora
anos a frente
quanto ou quando
nada mais restar
quando morrer
ou enquanto viver
apenas escrever.
Vazio de Palavras
E se foram, elas sumiram para onde elas foram?
Alguém as viu?
Minhas palavras que por aqui comigo andavam hoje sumiram, refaço trajetos na busca de alguma que seja, uma rima, um pequeno texto um soneto ou até mesmo uma vírgula.
Refaço alguns sonhos antigos e descubro outros novos, uma inspiração nova penso eu, vejo belos quadros, belas paisagens naturais, escuto musicas de meu agrado, livros que estão em meu coração e café muito café, mas tudo acaba tão em vão.
Mas nada, nada e mais nada, poxa assim fica difícil escrever, será que palavras tiram férias?
E se tiram para onde vão? Livroland talvez?
Ou elas retornam para cabeça de seus escritores?
Sei que por momento apenas um vazio de palavras esperando para ser preenchido pelas minhas e por de outros e o que faço, simples assim acompanho as que me restam fugir pelas entrelinhas da página final e do felizes para sempre, mas com um certo ar de tranquilidade pois por muito tempo de meus vapores de café noturno elas não me escapam.
Alguém as viu?
Minhas palavras que por aqui comigo andavam hoje sumiram, refaço trajetos na busca de alguma que seja, uma rima, um pequeno texto um soneto ou até mesmo uma vírgula.
Refaço alguns sonhos antigos e descubro outros novos, uma inspiração nova penso eu, vejo belos quadros, belas paisagens naturais, escuto musicas de meu agrado, livros que estão em meu coração e café muito café, mas tudo acaba tão em vão.
Mas nada, nada e mais nada, poxa assim fica difícil escrever, será que palavras tiram férias?
E se tiram para onde vão? Livroland talvez?
Ou elas retornam para cabeça de seus escritores?
Sei que por momento apenas um vazio de palavras esperando para ser preenchido pelas minhas e por de outros e o que faço, simples assim acompanho as que me restam fugir pelas entrelinhas da página final e do felizes para sempre, mas com um certo ar de tranquilidade pois por muito tempo de meus vapores de café noturno elas não me escapam.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Duas Luas
Noite bela, fria de um silêncio mórbido, águas calmas prestes a serem agitadas, ao lado do lago ele admira a grande lua que brilha lá no alto e aqui no espelho d'água refletida outra lua tão bela quanto a lá de cima.
Tendo apenas as duas luas como companheiras ele se pergunta, qual delas é a verdadeira, se de tão bela a de cima é, mas tão bela á de baixo também consegue ser, como saber ?
Duas luas então devem ser, uma é muito pouco para todo esse mundo ver, então refletida todas as noites aqui na terra, melhor dizendo, aqui na água ela se faz presente, encantando todos que buscam algo no céu, um amor ausente, algo perdido indiferente, um poema noturno ou quem sabe apenas um passa tempo.
Pensando bem duas luas ainda são insuficientes, para cada um uma lua deveria existir, pois não existe abraço mais quente do que os raios da lua que adentram pela janela e esquentam sua cama fria, uma lua é pouco para tanta gente, ainda bem que todas as noites ela desce e fica pertinho, encantando e reluzindo para todos aqueles que se fazem presente.
Tendo apenas as duas luas como companheiras ele se pergunta, qual delas é a verdadeira, se de tão bela a de cima é, mas tão bela á de baixo também consegue ser, como saber ?
Duas luas então devem ser, uma é muito pouco para todo esse mundo ver, então refletida todas as noites aqui na terra, melhor dizendo, aqui na água ela se faz presente, encantando todos que buscam algo no céu, um amor ausente, algo perdido indiferente, um poema noturno ou quem sabe apenas um passa tempo.
Pensando bem duas luas ainda são insuficientes, para cada um uma lua deveria existir, pois não existe abraço mais quente do que os raios da lua que adentram pela janela e esquentam sua cama fria, uma lua é pouco para tanta gente, ainda bem que todas as noites ela desce e fica pertinho, encantando e reluzindo para todos aqueles que se fazem presente.
Poeta Louco
Se dizem que estou louco
apenas digo que estou poético
Se dizem que sou doente
digo apenas que sou rimas
Se dizem que sou fora do mundo
digo que sou sonho
Sou ...
poético
rimado
e sonho
sou escritor
sou palavras
e se ainda acham que sou louco
faço uma soneto com sua descrença
e finalizo
com uma ou duas rimas
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
O Sorriso de Mona Lisa
Em cada sorriso
um sentimento escondido
outros completamente visíveis
Em cada sorriso
onde uma dor se esconde
uma alegria toma conta
Por ali sorrir agonia
nervosismo
ou até mesmo euforia
Sorrir como resposta
para quase tudo
e para tudo poder sorrir
Sorrir como sim
sorrir como um não
e na dúvida bom ela simplesmente sorri
Poderia dizer
falar
e citar seu sorrir
Tão doce
radiante
e blá blá blá
Tão clichê
ao ponto
de ela nem sorrir
Fico com o sorrir
o resto
bom há de se descobrir
Só me preocupo
com uma coisa
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Onde os Heróis São Eternos
Glórias de tempos idos, eternizadas e hoje gravadas em mármores frios, nada mais que belas frases em túmulos vazios, aqui não existem corpos apenas lembranças.
Grandes portões de aço cercam essas terras abençoadas pelos feitos dos vivos e onde os heróis são enterrados os vilões são eternos, juntos lado a lado ligados pela mesma lembrança.
Júbilos e flores de plásticos trazem um pouco de cor ao cinza mórbido, seus feitos hoje enterrados para sempre lembrados, aqui é o fim onde o corpo acaba e a imortalidade ocupa-se da vida.
No cemitério de heróis em letreiros garrafais na entrada principal, anunciando o futuro, "Aqui jaz onde os mortos são enterrados a imortalidade ganha vida" .
Ao fim do dia, no crepúsculo, onde dia e noite se unem em uma só , sol e lua ocupando o céu, onde o azul se torna negro e a noite ocupa seu lugar as velas se tornam a luz, contornando os caminhos a passos lentos entoando uma marcha fúnebre, vozes são ao longe ouvidas como anjos e demônios glorificando os daqui já partiram.
Grandes portões de aço cercam essas terras abençoadas pelos feitos dos vivos e onde os heróis são enterrados os vilões são eternos, juntos lado a lado ligados pela mesma lembrança.
Júbilos e flores de plásticos trazem um pouco de cor ao cinza mórbido, seus feitos hoje enterrados para sempre lembrados, aqui é o fim onde o corpo acaba e a imortalidade ocupa-se da vida.
No cemitério de heróis em letreiros garrafais na entrada principal, anunciando o futuro, "Aqui jaz onde os mortos são enterrados a imortalidade ganha vida" .
Ao fim do dia, no crepúsculo, onde dia e noite se unem em uma só , sol e lua ocupando o céu, onde o azul se torna negro e a noite ocupa seu lugar as velas se tornam a luz, contornando os caminhos a passos lentos entoando uma marcha fúnebre, vozes são ao longe ouvidas como anjos e demônios glorificando os daqui já partiram.
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Noturno
Noturno
quase como um vampiro da literatura
nascido para a noite
e na noite se apaixonar
Inquietações noturnas
tão natural
como um respirar
meu viver noturno
Pela janela
ruídos outros tantos
talvez
perdidos?
Pela noite mãe de toda a escória
animais
carros desgovernados
bêbados e quartos silenciosos
Uma melodia
marca o ritmo
"... Flutuando sobre o silêncio que nos rodeia..."
tão doce ironia
Mãe noturna
que ama todos seus filhos
os desgarrados
e os sonâmbulos
Da inocência
até a mais pura indecência
noturno
sob o luar suspeito
Um lençol de estrelas infinitas
e o brilho incandescente
noturno
por mais uma noite
E com o sol a se levantar
o caminho da cama encontrar
e sonhar durante o dia
para na noite viver ao luar.
Noites Tranquilas de Estrelas Calmas
Noturno quase como um vampiro de literatura, perco meu sono com uma facilidade que não se pode comparar, talvez nasci para viver sob o luar e sonhar com o sol lá no alto, talvez seja as doses excessivas de café prolongando seus efeitos e eu que sempre pensei não ser afetado por cafeína, não poderia ser, com certeza não é apenas uma inquietação noturna como tantas outras que sempre tenho.
Pela janela aberta escuto os que assim como eu não tem a capacidade do sono noturno, são no geral animais, carros desgovernados, bêbados e solitários, acredito que a lua seja a mãe de toda a escória noturna que ama em especial cada filho seu, cada filho em uma sarjeta ou em um quarto silencioso assim como eu.
Quebrando o silencio um pouco de bossa nova que me eleva a outros níveis quase como um sonhar, fechar os olhos e se levar pela poesia em melodias, não faço questão de escolhas, deixo a ironia da noite tomar tal decisão, no aleatório começa a tocar e novamente a ironia acertou, me eleva a Tom Jobim com Noites Tranquilas de Estrelas Calmas, dizendo assim "... Flutuando sobre o silêncio que nos rodeia..." a noite trata seus filhos com carinho único, como não retornar ao sossego noturno, com seu lençol de estrelas infinitas e de brilho incandescente em contraste com alguns desejos indecentes, a noite vai da inocência a soberba luxuria tão noturno assim como qualquer um desperto pela madrugada.
E o sol se levanta e com ele o sono acompanha até minha cama e outros tantos ao mesmo caminho se direcionar, pois se alguns despertam ao sol outro fecham seus olhos e por hoje por mais um dia sonhar para que na noite se possa viver.
Pela janela aberta escuto os que assim como eu não tem a capacidade do sono noturno, são no geral animais, carros desgovernados, bêbados e solitários, acredito que a lua seja a mãe de toda a escória noturna que ama em especial cada filho seu, cada filho em uma sarjeta ou em um quarto silencioso assim como eu.
Quebrando o silencio um pouco de bossa nova que me eleva a outros níveis quase como um sonhar, fechar os olhos e se levar pela poesia em melodias, não faço questão de escolhas, deixo a ironia da noite tomar tal decisão, no aleatório começa a tocar e novamente a ironia acertou, me eleva a Tom Jobim com Noites Tranquilas de Estrelas Calmas, dizendo assim "... Flutuando sobre o silêncio que nos rodeia..." a noite trata seus filhos com carinho único, como não retornar ao sossego noturno, com seu lençol de estrelas infinitas e de brilho incandescente em contraste com alguns desejos indecentes, a noite vai da inocência a soberba luxuria tão noturno assim como qualquer um desperto pela madrugada.
E o sol se levanta e com ele o sono acompanha até minha cama e outros tantos ao mesmo caminho se direcionar, pois se alguns despertam ao sol outro fecham seus olhos e por hoje por mais um dia sonhar para que na noite se possa viver.
sábado, 22 de novembro de 2014
Muro de Concreto
É somente a mais pura frieza humana
retratada em uma muro de concreto.
Duro
sólido
sem vida
sem sonhos
sem cor
Não é nada diferente
do que somos
muros iguais
muito comum ao que sou
ao que todos somos
É somente a mais pura frieza humana
esperando a ser pintada
Como em um muro cinza
uma flor colorida
um sonho a ser completado
o cinza também pode ser amado
o cinza também quer ser amado
Duro
sólido
com vida
muitos sonhos
e cores intangíveis
É somente a mais pura frieza humana
esperando para ser requentada.
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Um Livro, Uma Menina e Uma Árvore
Em suas pequenas mãos uma novidade uma surpresa, um mundo novo que se abria para seus olhos e mente.
Ah lembro bem de longe eu apenas observava aquele pequeno ser que com seu livro um novo mundo desenhava em sua imaginação e dali eu tinha certeza um mundo novo ela poderia conceber e de fato o fez.
Um livro, mas não apenas páginas, palavras, capa e rimas era uma chave para o mundo para uma vida, dali ela partiu para o infinito e nunca mais parou.
Seu livro o primeiro de muitos eu já sabia e de criança pequenina o mundo lhe cercaria e sua imaginação todo o resto coloriria.
Aquele olhar reluzente de tom escuro incandescente reluziu pela primeira vez refletindo palavras e para todo o sempre assim o faria.
O mundo ficou pequeno e no olhar daquela menina ele ficou guardado e a cada dia era completado, mais e mais.
Uma lembrança boba para uma árvore, mas que assim seja de tão boba que seja boa e doce como aquela menina que nunca mais eu esqueceria.
Ah lembro bem de longe eu apenas observava aquele pequeno ser que com seu livro um novo mundo desenhava em sua imaginação e dali eu tinha certeza um mundo novo ela poderia conceber e de fato o fez.
Um livro, mas não apenas páginas, palavras, capa e rimas era uma chave para o mundo para uma vida, dali ela partiu para o infinito e nunca mais parou.
Seu livro o primeiro de muitos eu já sabia e de criança pequenina o mundo lhe cercaria e sua imaginação todo o resto coloriria.
Aquele olhar reluzente de tom escuro incandescente reluziu pela primeira vez refletindo palavras e para todo o sempre assim o faria.
O mundo ficou pequeno e no olhar daquela menina ele ficou guardado e a cada dia era completado, mais e mais.
Uma lembrança boba para uma árvore, mas que assim seja de tão boba que seja boa e doce como aquela menina que nunca mais eu esqueceria.
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Delírio Noturno
Acordei atordoada, perdida sem saber onde estava, tateando o escuro, mas nada encontrava, era como tentar abraçar a própria imensidão da escuridão, por alguns segundo imaginei me abraçando algo que não deveria estar em meu quarto ou se eu mesmo não estaria mais em meu quarto, então onde estaria ou o que havia em minha frente que minha visão limitada não podia ver?
Arrastei minhas mãos pelo chão até encontrar uma parede, por ali me guiei até o interruptor ao lado da porta, por alguns momentos fiquei cega com a luz intensa da lampada que brilhava logo acima de minha cabeça, esfreguei meus olhos até retornar minha visão normal, mas nem tanto assim, estava um tanto que embaçado, meus olhos ardiam era como se estivessem queimando de dentro para fora.
Sentei em minha cama, esperando retomar o controle de meu corpo e de minha mente, pouco a pouco estava lúcida novamente, mas meus olhos me preocupavam, levantei-me ainda com certa dificuldade, me arrastando pelas paredes, consegui alcançar o banheiro, precisava tomar alguma das pílulas que guardava para qualquer ocasião, após um caminho tortuoso consegui enfim chegar perto do armário, tomei a primeira que minhas mãos puderam alcançar.
Aquela dor latente persistia e eu começava a me preocupar, liguei a torneira, enchi minhas mãos com um pouco de água e passei por meu rosto, com o proposito de aliviar um pouco aquela sensação estranha, respirei fundo e busquei a toalha ao lado com minhas mãos, passei por meu rosto até não restar mais nenhuma gota de água, levantei minha cabeça para me ver ao espelho...
Por alguns segundo permaneci em completo terror o que via, o que era aquilo... Poderia ser qualquer coisa, menos eu, com certeza não eu, estava diante de um grande borrão em minha face, era com se todas as cores se misturassem formando uma mancha de tinta, eu parecia estar desmanchando.
De imediato busquei algum lugar para sentar, minhas pernas tremulas não suportavam meu peso, fiquei ali com a cabeça apoiada em meus joelhos e com as mãos na cabeça, pensava em algo, pensava em tudo, mas em nada chegava, ao levantar minha cabeça percebi que agora minhas mãos pareciam um grande borrão, eram mãos ainda, podia senti-las, mas pouco a pouco pareciam se desmanchar, chorei em silêncio, minhas lágrimas caiam abafadas ao meu colo, entre uma lágrima e outra pude escutar um som ao fundo, não conseguia distinguir, mas era algo, algo que precisava saber, devia estar ligado aquele estranho acontecimento e ficar ali e virar um grande borrão na parede do banheiro não era uma opção.
Segui pelo extenso corredor entre o banheiro e a sala, a cada vagaroso passo que dava mais nítido o som se tornava, era algo com um bater, um estalar de um som metálico, podia ver uma luz e uma sombra na sala, eu não sabia o que ali poderia encontrar, meu coração palpitava e parecia que eu não suportaria mais um passo, mas eu seguia em meu caminho, sempre apoiada pelas paredes a minha volta, logo a chegar na sala percebi em um canto isolado algo, um sombra de costas, era uma pessoa isso ficou claro de primeiro, mas quem era?
Chamei com dificuldade, mas nada a tal pessoa não escutava e nem se virava, apenas mexia as mãos a sua frente, não conseguia ver direito, mas parecia estar usando uma máquina de escrever, poderia ser, ao menos aquilo correspondia ao som que preenchia a grande sala, ao lado um pequeno abajur de luz amarelada e nada mais, ao chão muitos pedaços de papeis amassados, logo ao meu lado um deles, para poder pega-ló tive que me escorar na parede e deixar meu corpo deslizar delicadamente até o chão, sentei e comecei a desamassar aquela bola de papel, tentei mais uma vez chamar a pessoa, mas nada, voltei meus olhos aquele papel amarrotado, ele estava com algumas linhas escritas ao certo pela máquina de escrever, passei meus olhos pelas primeiras linhas e o que ali lia era quase tão assustador quanto o fato de eu estar virando uma mancha, na primeira linha dizia:
"Ela levantou-se de sua cama, seu sono era pesado, estava atordoada, perdida em seu próprio lençol e seus sonhos, levantou com grande dificuldade, sua cabeça girava e nada conseguia ver na intensa escuridão da noite tateava as sombras na busca de algo, por alguns segundos pensou que poderia achar algo que ali não deveria estar ou então que em seu quarto não mais estaria..."
Aquilo era eu, ou ao menos algo que passei ao despertar, mas como era possível que um outro ser estivesse a escrever sobre o que sinto e o que vivi?
Novamente levantei-me com a ajuda das paredes, tentava alcançar a pessoa, com aquele pedaço de papel novamente transformei em uma bola e a joguei em direção aquilo que estava a frente da máquina de escrever, mas minha força não era o suficiente, estava ficando fraca cada vez mais fraca, foi quando escutei a máquina parar, o papel foi retirado da máquina e alguém o lia, resmungava baixo, não podia escutar, logo amassou o papel e o atirou para traz sem nem olhar onde cairá, neste movimento senti uma forte tontura e percebi que minhas pernas agora estavam borradas e logo em seguida novamente as batidas nas teclas.
Chegava mais perto, meus dedos se esticavam para alcançar a pessoa, fazia um grande esforço para revelar a face do oculto na máquina de escrever, pude ver mais claramente agora que era uma mulher ou ao menos usava um cabelo razoavelmente grande de cor negra e brilhante.
Ao fim que minhas mãos trêmulas se apoio na cadeira e em um último ato de força a puxei, senti seu peso em minhas mãos, mas logo cai de costa ao chão, minha visão ficou completamente embaçada, não conseguia distinguir os objetos, apenas um era um pouco visível a dita cuja pessoa, percebia estar parada ao meu lado de pé a me olhar, logo se abaixou, pouco a pouco começava a ver nitidamente quem de mim se aproximava, meu coração disparava ao encarar aquela face, aquele rosto conhecia de longos anos, conhecia melhor que outros tantos, quem me escrevia e quem me encarava era nada menos do que a mim mesma.
Apaguei pela última vez com o ponto final em meu próprio texto e me tornei um borrão em uma folha amassada ao chão, perdida para sempre.
Arrastei minhas mãos pelo chão até encontrar uma parede, por ali me guiei até o interruptor ao lado da porta, por alguns momentos fiquei cega com a luz intensa da lampada que brilhava logo acima de minha cabeça, esfreguei meus olhos até retornar minha visão normal, mas nem tanto assim, estava um tanto que embaçado, meus olhos ardiam era como se estivessem queimando de dentro para fora.
Sentei em minha cama, esperando retomar o controle de meu corpo e de minha mente, pouco a pouco estava lúcida novamente, mas meus olhos me preocupavam, levantei-me ainda com certa dificuldade, me arrastando pelas paredes, consegui alcançar o banheiro, precisava tomar alguma das pílulas que guardava para qualquer ocasião, após um caminho tortuoso consegui enfim chegar perto do armário, tomei a primeira que minhas mãos puderam alcançar.
Aquela dor latente persistia e eu começava a me preocupar, liguei a torneira, enchi minhas mãos com um pouco de água e passei por meu rosto, com o proposito de aliviar um pouco aquela sensação estranha, respirei fundo e busquei a toalha ao lado com minhas mãos, passei por meu rosto até não restar mais nenhuma gota de água, levantei minha cabeça para me ver ao espelho...
Por alguns segundo permaneci em completo terror o que via, o que era aquilo... Poderia ser qualquer coisa, menos eu, com certeza não eu, estava diante de um grande borrão em minha face, era com se todas as cores se misturassem formando uma mancha de tinta, eu parecia estar desmanchando.
De imediato busquei algum lugar para sentar, minhas pernas tremulas não suportavam meu peso, fiquei ali com a cabeça apoiada em meus joelhos e com as mãos na cabeça, pensava em algo, pensava em tudo, mas em nada chegava, ao levantar minha cabeça percebi que agora minhas mãos pareciam um grande borrão, eram mãos ainda, podia senti-las, mas pouco a pouco pareciam se desmanchar, chorei em silêncio, minhas lágrimas caiam abafadas ao meu colo, entre uma lágrima e outra pude escutar um som ao fundo, não conseguia distinguir, mas era algo, algo que precisava saber, devia estar ligado aquele estranho acontecimento e ficar ali e virar um grande borrão na parede do banheiro não era uma opção.
Segui pelo extenso corredor entre o banheiro e a sala, a cada vagaroso passo que dava mais nítido o som se tornava, era algo com um bater, um estalar de um som metálico, podia ver uma luz e uma sombra na sala, eu não sabia o que ali poderia encontrar, meu coração palpitava e parecia que eu não suportaria mais um passo, mas eu seguia em meu caminho, sempre apoiada pelas paredes a minha volta, logo a chegar na sala percebi em um canto isolado algo, um sombra de costas, era uma pessoa isso ficou claro de primeiro, mas quem era?
Chamei com dificuldade, mas nada a tal pessoa não escutava e nem se virava, apenas mexia as mãos a sua frente, não conseguia ver direito, mas parecia estar usando uma máquina de escrever, poderia ser, ao menos aquilo correspondia ao som que preenchia a grande sala, ao lado um pequeno abajur de luz amarelada e nada mais, ao chão muitos pedaços de papeis amassados, logo ao meu lado um deles, para poder pega-ló tive que me escorar na parede e deixar meu corpo deslizar delicadamente até o chão, sentei e comecei a desamassar aquela bola de papel, tentei mais uma vez chamar a pessoa, mas nada, voltei meus olhos aquele papel amarrotado, ele estava com algumas linhas escritas ao certo pela máquina de escrever, passei meus olhos pelas primeiras linhas e o que ali lia era quase tão assustador quanto o fato de eu estar virando uma mancha, na primeira linha dizia:
"Ela levantou-se de sua cama, seu sono era pesado, estava atordoada, perdida em seu próprio lençol e seus sonhos, levantou com grande dificuldade, sua cabeça girava e nada conseguia ver na intensa escuridão da noite tateava as sombras na busca de algo, por alguns segundos pensou que poderia achar algo que ali não deveria estar ou então que em seu quarto não mais estaria..."
Aquilo era eu, ou ao menos algo que passei ao despertar, mas como era possível que um outro ser estivesse a escrever sobre o que sinto e o que vivi?
Novamente levantei-me com a ajuda das paredes, tentava alcançar a pessoa, com aquele pedaço de papel novamente transformei em uma bola e a joguei em direção aquilo que estava a frente da máquina de escrever, mas minha força não era o suficiente, estava ficando fraca cada vez mais fraca, foi quando escutei a máquina parar, o papel foi retirado da máquina e alguém o lia, resmungava baixo, não podia escutar, logo amassou o papel e o atirou para traz sem nem olhar onde cairá, neste movimento senti uma forte tontura e percebi que minhas pernas agora estavam borradas e logo em seguida novamente as batidas nas teclas.
Chegava mais perto, meus dedos se esticavam para alcançar a pessoa, fazia um grande esforço para revelar a face do oculto na máquina de escrever, pude ver mais claramente agora que era uma mulher ou ao menos usava um cabelo razoavelmente grande de cor negra e brilhante.
Ao fim que minhas mãos trêmulas se apoio na cadeira e em um último ato de força a puxei, senti seu peso em minhas mãos, mas logo cai de costa ao chão, minha visão ficou completamente embaçada, não conseguia distinguir os objetos, apenas um era um pouco visível a dita cuja pessoa, percebia estar parada ao meu lado de pé a me olhar, logo se abaixou, pouco a pouco começava a ver nitidamente quem de mim se aproximava, meu coração disparava ao encarar aquela face, aquele rosto conhecia de longos anos, conhecia melhor que outros tantos, quem me escrevia e quem me encarava era nada menos do que a mim mesma.
Apaguei pela última vez com o ponto final em meu próprio texto e me tornei um borrão em uma folha amassada ao chão, perdida para sempre.
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Pedidos da Noite
Pedidos da noite
em busca de um sonho
um sono ausente
até o fim de mais um poente
Pedidos esparsos
esquecidos em uma cama noite passada
hoje fria tão fria
tal qual minha melancolia
Cama fria
quente já foi algum dia?
ou meus sonhos a te esquentar
pelas mentira de suas palavras vazias
Meu coração este sempre fervia
por teus olhos
por suas caricias
meu sangue compartilhado dia após dia
Hoje cama fria
me engano
se quente algum dia
tão errada assim estaria?
Pedidos da noite
um noite
sem agonia
sem calor nem cama fria
Pedidos da noite
do silêncio da lua
e do amanha um novo dia
raios de sol esquentaram minha vida fria
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Mais Uma Dose Para Chapeuzinho
-Mais uma dose...
Apontava ela para seu copo vazio, jovem menina de doce olhar e nariz um pouco avantajado, quase como seu charme pessoal, nela ficava bem. Uma reluzente capa vermelha cobria quase todo seu corpo e um capuz em sua cabeça completava o visual.
-Não acha que bebeu de mais por um dia, Chapeuzinho?
Ela apenas olhou entre as mechas de cabelo a cobrir seu olhar, apontou para o copo e disse...
-Tanto faz, se bebi ou não tanto faz...
Enchi seu copo, ela parecia precisar de mais uma dose e arrisquei perguntar o motivo:
-O que lhe causa tanta sede de álcool? Isso não vai te fazer bem.
Molhou os lábios com sua bebida e um suspiro e então respondeu:
-Tenho meus motivos e se quer mesmo saber, prepare seus ouvidos e preste atenção pois não tem repetição.
Servi uma dose para minha sede e escutei com atenção.
-Tudo começa com um Era Uma Vez por aqui algo tão clichê, tão sem sentido e tudo termina em um Felizes Para Sempre tão previsível que me dá sono, como deve saber já conhece minha história, do lobo até a vovozinha e tudo mais a cesta de docinhos ao caçador herói.
Pois então é disso tudo que estou cansada, por que motivo todos os dias este tão trivial viver ?
Este Era Uma Vez e um Felizes Para Sempre ao entardecer...
Mais uma dose que para falar necessito beber.
Ela tomou um leve gole, parecia estar tomando era coragem para prosseguir.
-Então, cansei dessa coisa toda e um dia simplesmente fugi de minha rotina, não fui pela estrada a fora, nem levar doces até a vovó, não parei na barriga do lobo, nem caçador me salvou, fui ver o que mais existia nesse mundo para mim.
Andei por uma estrada de tijolos amarelos que parecia não ter fim, encontrei um espantalho, um leão e um homem de lata, no começo achei tão interessante aquela novidade, mas a cada meia hora era um verdadeiro espetáculo, nunca vi tanta musica, dança e alegria para tudo que se via, uma pedra no caminho era uma ópera sem fim, nem a tal cidade de Esmeraldas o tal do Mágico e de uma menina Doroteia ou algo assim, não me animavam, imagina viver cantando o dia todo, prefiro a barriga do lobo, quando tive a oportunidade sumi sem nem olhar para traz, corri e corri até nenhuma musica poder escutar.
Cansei de correr, até uma casinha ver, por ali sete pequenos homens, felizes a trabalhar, parecia a casa da vovó, mais de perto então fui espiar, que gracinha eram eles, mas logo veio a decepção, eles tinham uma moça linda e tão branca igual a papel, fazendo o serviço de casa, cozinhando, lavando roupa e tudo que poderia imaginar, ela parecia exausta, não trocaria minha vida para ser empregada de sete anões, meu lugar não era ali.
Mais para frente linda torre, quase tocando o céu e lá em cima uma linda jovem a se pentear e a cantar e lhe digo quanto cabelo ela tinha, imaginei outras coisas que nem é bom falar, o lugar parecia interessante, mas não gosto muito de altura e mais uma vez me fui a caminhar.
Linda loira de vestido azul brilhanta e sapatinho, veja só de cristal, mas que perigo como pode andar naquilo ? Sem falar na tal carruagem de abóbora, totalmente impossível de se respirar que cheiro de podre e as moscas por ali a festejar.
Andei por tudo que possa imaginar, conheci bruxas, feiticeiras, príncipes e toda realeza, mas tudo sempre tão clichê e previsível de se ver, que meu Feliz Para Sempre de todo mal não parecia ser, de tantas pessoas conhecer me pergunto hoje se todos estes não suportam mais seu tédio de viver.
Pois bem, mas por hoje chega, uma última dose por favor que ainda tem um lobo me esperando para me comer.
Ela virou em um gole só, saiu meio cambaleando e pela porta saltitando e cantando:
"Pela estrada a fora eu vou bem sozinha..."
Apontava ela para seu copo vazio, jovem menina de doce olhar e nariz um pouco avantajado, quase como seu charme pessoal, nela ficava bem. Uma reluzente capa vermelha cobria quase todo seu corpo e um capuz em sua cabeça completava o visual.
-Não acha que bebeu de mais por um dia, Chapeuzinho?
Ela apenas olhou entre as mechas de cabelo a cobrir seu olhar, apontou para o copo e disse...
-Tanto faz, se bebi ou não tanto faz...
Enchi seu copo, ela parecia precisar de mais uma dose e arrisquei perguntar o motivo:
-O que lhe causa tanta sede de álcool? Isso não vai te fazer bem.
Molhou os lábios com sua bebida e um suspiro e então respondeu:
-Tenho meus motivos e se quer mesmo saber, prepare seus ouvidos e preste atenção pois não tem repetição.
Servi uma dose para minha sede e escutei com atenção.
-Tudo começa com um Era Uma Vez por aqui algo tão clichê, tão sem sentido e tudo termina em um Felizes Para Sempre tão previsível que me dá sono, como deve saber já conhece minha história, do lobo até a vovozinha e tudo mais a cesta de docinhos ao caçador herói.
Pois então é disso tudo que estou cansada, por que motivo todos os dias este tão trivial viver ?
Este Era Uma Vez e um Felizes Para Sempre ao entardecer...
Mais uma dose que para falar necessito beber.
Ela tomou um leve gole, parecia estar tomando era coragem para prosseguir.
-Então, cansei dessa coisa toda e um dia simplesmente fugi de minha rotina, não fui pela estrada a fora, nem levar doces até a vovó, não parei na barriga do lobo, nem caçador me salvou, fui ver o que mais existia nesse mundo para mim.
Andei por uma estrada de tijolos amarelos que parecia não ter fim, encontrei um espantalho, um leão e um homem de lata, no começo achei tão interessante aquela novidade, mas a cada meia hora era um verdadeiro espetáculo, nunca vi tanta musica, dança e alegria para tudo que se via, uma pedra no caminho era uma ópera sem fim, nem a tal cidade de Esmeraldas o tal do Mágico e de uma menina Doroteia ou algo assim, não me animavam, imagina viver cantando o dia todo, prefiro a barriga do lobo, quando tive a oportunidade sumi sem nem olhar para traz, corri e corri até nenhuma musica poder escutar.
Cansei de correr, até uma casinha ver, por ali sete pequenos homens, felizes a trabalhar, parecia a casa da vovó, mais de perto então fui espiar, que gracinha eram eles, mas logo veio a decepção, eles tinham uma moça linda e tão branca igual a papel, fazendo o serviço de casa, cozinhando, lavando roupa e tudo que poderia imaginar, ela parecia exausta, não trocaria minha vida para ser empregada de sete anões, meu lugar não era ali.
Mais para frente linda torre, quase tocando o céu e lá em cima uma linda jovem a se pentear e a cantar e lhe digo quanto cabelo ela tinha, imaginei outras coisas que nem é bom falar, o lugar parecia interessante, mas não gosto muito de altura e mais uma vez me fui a caminhar.
Linda loira de vestido azul brilhanta e sapatinho, veja só de cristal, mas que perigo como pode andar naquilo ? Sem falar na tal carruagem de abóbora, totalmente impossível de se respirar que cheiro de podre e as moscas por ali a festejar.
Andei por tudo que possa imaginar, conheci bruxas, feiticeiras, príncipes e toda realeza, mas tudo sempre tão clichê e previsível de se ver, que meu Feliz Para Sempre de todo mal não parecia ser, de tantas pessoas conhecer me pergunto hoje se todos estes não suportam mais seu tédio de viver.
Pois bem, mas por hoje chega, uma última dose por favor que ainda tem um lobo me esperando para me comer.
Ela virou em um gole só, saiu meio cambaleando e pela porta saltitando e cantando:
"Pela estrada a fora eu vou bem sozinha..."
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Desintoxicação
Dos homens e suas gravatas
belos sapatos
lustrados
e cabelos arrumados
Do que vale tanta bravata
se quem sofre está na mata
árvores
animais de todas as espécies
E de todos os animais
só o homem prevalece
com suas soluções
mais fala e menos prática
Um dia uma reunião na mata
todos convidados
os homens serão julgados
por aqueles seus condenados
A árvore centenária chora desolada
não consegue encarar a face do homem civilizado
pequenos animais todos amedrontados
e o ar é irrespirável
Matas não tão verdes
animais mortos ao chão
o ar é pura intoxicação
e acima disso o homem com sua eterna razão
Então espero por esta reunião
a que participarei com total devoção
rindo ao ver cada homem
pagando por sua ambição
rindo ao ver cada homem
pagando por sua ambição
Por suas violações
e deste dia a frente
mudanças nas situações
começar pela limpeza
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Nuvens são Pequenas Porções de Sonhos
As nuvens perderam a graça, a simples graça de serem nuvens, hoje nuvens não passam de partículas diminutivas de gelo ou água em seu estado líquido ou ainda de ambos ao mesmo tempo que se encontram em suspensão na atmosfera, após terem se condensado ou liquefeito em virtude de fenômenos atmosférico...
Lembro bem quando nuvens eram animais, todos eles e alguns que só existiam em minha cabeça e imagino que na sua também, nuvens de algodão doce, objetos de todas as formas, formas de nuvens.
Horas e horas olhando para a imensidão azul todo céu a tela para minha imaginação, como os tempos são outros, ocupados de mais com nossas pequenas telas, mesmo as maiores, que não são lá tão grandes como o céu não, onde o azul pode até ser mais azul e de alta definição, mas ainda sim é limitado, tão limitado.
Prefiro aquele ali de cima, aquele que todos os dias dou uma espiadinha só por olhar, mas quem sabe um dia quando não mais céu existir, quando as nuvens não ficarem no alto, quando o azul não for mais azul, quem sabe assim muitos ao céu vão olhar imaginando o que ali existia e nada além de uma grande tela de celular poderão imaginar.
Então nuvem é: partículas de imaginação em estado de extinção, com base de água, pitadas de simplicidade e grandes dose de infantilidade, que vivem no céu, no grande quadro azul, são comestíveis e pode-se comer de montão que não enche não, pequenas porções de sonhos, que não podem ser colocados em potes, são livres por natureza, mas que dependem integralmente dos que ocupam um tempo para ver e admirar, sem nada disso nuvens são partículas diminutivas de gelo ou água... Tão sem graça.
Lembro bem quando nuvens eram animais, todos eles e alguns que só existiam em minha cabeça e imagino que na sua também, nuvens de algodão doce, objetos de todas as formas, formas de nuvens.
Horas e horas olhando para a imensidão azul todo céu a tela para minha imaginação, como os tempos são outros, ocupados de mais com nossas pequenas telas, mesmo as maiores, que não são lá tão grandes como o céu não, onde o azul pode até ser mais azul e de alta definição, mas ainda sim é limitado, tão limitado.
Prefiro aquele ali de cima, aquele que todos os dias dou uma espiadinha só por olhar, mas quem sabe um dia quando não mais céu existir, quando as nuvens não ficarem no alto, quando o azul não for mais azul, quem sabe assim muitos ao céu vão olhar imaginando o que ali existia e nada além de uma grande tela de celular poderão imaginar.
Então nuvem é: partículas de imaginação em estado de extinção, com base de água, pitadas de simplicidade e grandes dose de infantilidade, que vivem no céu, no grande quadro azul, são comestíveis e pode-se comer de montão que não enche não, pequenas porções de sonhos, que não podem ser colocados em potes, são livres por natureza, mas que dependem integralmente dos que ocupam um tempo para ver e admirar, sem nada disso nuvens são partículas diminutivas de gelo ou água... Tão sem graça.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Pelas Lentes Poesia
Ao canto
invisível
aquilo a se esconder
pelos olhos que não posso mais ver
Lentes coloridas
ao meu encanto
do observar
um novo renascer
Aquilo sem forma
cinza e sem vida
com as lentes da poesia
um novo ser
Pelo olhar do poeta
um novo mundo
um novo poema
para se escrever
E tudo aquilo
que já estava ali
mas não percebeu
hoje novos encantos recebeu
Pelas lentes
puramente poesia
pelas lentes
uma magia contida
pelas lentes nada mais
uma magia contida
pelas lentes nada mais
do que vida.
sábado, 8 de novembro de 2014
Poema Sem Fim
Onde inicia seu fim
que o começo desconheço
onde se encontra seu meio
em uma frase de efeito
ou um final insatisfeito?
Um poema sem fim
tal qual assim
como uma rima
tão básica
sem um porquê
No inicio
um era uma vez
clichê
No fim
um feliz para sempre
tão fácil
No meio
um amontoado de palavras
e já basta
Invertendo um poema
um poema sem fim
da eternidade ao começo
do começo do fim
Daqui até o fim
ou do começo que seja
sem ponto final
nem era uma vez
e o felizes para sempre
esse é para quem acredita
Nesse poema sem fim
tal qual a mim
ou assim como você
sem um fim
nem começo
ou qualquer parte no meio
...
Um Caixão Para Uma Pátria
Pelas mãos de quem trabalha
e fez deste um só país
sol a sol
enxada na mão
e se fez a revolução
Pátria Amada Brasil!
E por aqueles exploradores
que só sabem ver o mundo
por seus televisores
no conforto de seu lar
sua casa seu dinheiro
que só tem tal
privilegio
pelas mãos de outros brasileiros
Separem a nação!
grita alguém pela multidão
mas pense bem
aos que desejam tão revolução
separando o Brasil
nunca esqueçam de quem os fez
e tal repúdio será pesado
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
O Paraíso Não é Sentido
Para o outro lado, seu fim ou seu recomeço, uma morte digna para qualquer um que à deseja.
Neste rio tão profundo das criaturas que agonizam eternamente a se afogar, mas nunca param de respirar, veja lá vem quem conhece estas águas escuras é Caronte o barqueiro do outro lado, cantarolando sua primeira estrofe de música fúnebre:
Levo todos para o outro lado
cada um aqui em meu barco
escute as orações vazias
destes afogados em eterna agonia
o ranger de dentes
e a dor infernal
aqui na água
pecadores é seu lugar
você que me olha
suba logo e vamos ao paraíso
mas cuidado o inferno não longe tarda
...
Mais a frente em terra firme, nem tão firme assim, aqui não é terra, são vermes a rastejar pelo chão, sinta por seus dedos o que foram humanos um dia, hoje são apenas pedaços do que restou se contorcendo todos em uma mesma agonia...
Veja ao longe os enforcados, balançando para os lados, são como enfeites aqui em baixo, não sinta pena, pena não, o que eles merecem é a dor para todo o sempre e assim se vão...
Agonia é a lei
a lei deste lado
veja os decepados estão por todos os lados
mas aqui é a penas o físico
em vida decepados já estavam
em suas mentiras de vidas
e vidas de mentiras
mas aqui meu caro amigo
os pecados são cobrados
mas não tenha medo
o lado bom também o aguarda
Pelos campos verdes, lindas árvores frutíferas, aqui é o paraíso o descanso derradeiro, não se tem muito o que falar aqui é onde para de sentir, sentir tudo dor, felicidade, alegria... É o estado de morrer como um dormir sem sonhar é um desejar sem sentir e o nada, então se pergunte como se chega aqui?
Com uma vida digna, justa é feliz?
Tolo engano aqui todos vão chegar, mas antes de sua dose de sofrimento levar, não existe santos ou pecadores, somos os dois em altos níveis, depois de sentir a dor extrema pela carne e espirito, você morre literalmente pois do que vale um paraíso sem qualquer sentimento?
Do paraíso verde
de gramas fofinhas
depois do sofrer é o descanso eterno
sem sentir nem desejar
aqui morto de fato está
do que vale todos os prazeres
se não sabe senti-lós?
do que vale o paraíso sem o desejo de descobri-ló
a dor eterna tem seu valor
só depois de muita agonia que sabemos ao certo
e chegando por esses lados
nada mais é certo
nada é mais vida
tudo é apenas nada
bem vindo a sua morte eterna.
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Os Vermes Bajuladores e suas Gravatas
Na fineza de seu Prefeito que belo discurso aos convidados de palavras lindas e complicadas.
-Eis aqui um cidadão ímpar de talento inigualável, Seu Nestor, mesmo que de nossa terrinha não seja e que lá de vez em quanto apareça, merece tal homenagem, que ele leve aos quatro ventos nossa hospitalidade.
Um momento de silêncio e palmas e o Prefeito volta a sua fala.
-Nosso estimado Nestor de inteligência, carisma, benevolência e tantas virtudes sem precedente ao qual nossa cidade nunca viu, eis a ele todo nosso carinho e digo mais, nosso amor ao queridíssimo Nestor, para ele um placa que eternizará sua passagem em nossa cidade, para a eternidade este homem de extrema importância em nossas vidas.
Logo ali na fila da frente dois compadres em uma conversinha particular:
-Mas eu não entendo nada do que esse homi tá falando...
O outro amigo já um pouco mais estudado no assunto responde:
-Mais cumpadi, isso ai é um caso sério, sério de Lambis Puxacos no Sacus, também conhecido como bata palmas e não saiba o motivo, por que tudo que é de fora sempre é mais mio que os que estão aqui.
-Então eu entendi.
Todos batem palmas e Nestor apenas sorri.
-Eis aqui um cidadão ímpar de talento inigualável, Seu Nestor, mesmo que de nossa terrinha não seja e que lá de vez em quanto apareça, merece tal homenagem, que ele leve aos quatro ventos nossa hospitalidade.
Um momento de silêncio e palmas e o Prefeito volta a sua fala.
-Nosso estimado Nestor de inteligência, carisma, benevolência e tantas virtudes sem precedente ao qual nossa cidade nunca viu, eis a ele todo nosso carinho e digo mais, nosso amor ao queridíssimo Nestor, para ele um placa que eternizará sua passagem em nossa cidade, para a eternidade este homem de extrema importância em nossas vidas.
Logo ali na fila da frente dois compadres em uma conversinha particular:
-Mas eu não entendo nada do que esse homi tá falando...
O outro amigo já um pouco mais estudado no assunto responde:
-Mais cumpadi, isso ai é um caso sério, sério de Lambis Puxacos no Sacus, também conhecido como bata palmas e não saiba o motivo, por que tudo que é de fora sempre é mais mio que os que estão aqui.
-Então eu entendi.
Todos batem palmas e Nestor apenas sorri.
terça-feira, 4 de novembro de 2014
O Suicida do Quarto Andar
Quem sou eu para dizer quem deve morrer ou não...
Na verdade sou a única que pode dizer, sendo a morte está relacionada ao meu trabalho e meu modo de viver ou morrer, digamos.
Estou a ponto de me aposentar, mas nesses milênios todos de árduo trabalho de muito sangue e de mortes nem sempre gloriosas, aprendi a tirar o melhor de cada morte, já que ela é única e sem volta.
Tenho um carinho special pelos suicidas, sempre tão cheios de si, com aquele desespero, as vezes são melhores que muitos atores, já aplaudi muitos, mas lembro de um em especial, não tanto por ser um suicida, mas por ser Alfredinho o suicida do quarto andar.
Alfredo ou Alfredinho, hoje tanto faz, tinha todos o direito para deixar este mundo e se abrigar em uma cova rasa, corno, Dona Ivone sua esposa, ex esposa , viúva, nunca sei o que usar, digamos que era um tanto que insaciável, algo que Alfredo não estava preparado para suprir , então onde ela foi buscar, no vizinho do primeiro andar, João Grandão e não digo mais nada.
Uma vida para o trabalho, uma busca desesperada pela tão sonhada promoção, estava pertinho assim ao alcance seus dedos, assim pensava, no fim o jovem, bonitão e de inteligência igualável a de uma porta, mas claro sobrinho do chefe, conseguiu, naquele dia o sorriso amarelo de Alfredo, o mesmo que usou quase qua vida toda, estava mais radiante que nunca, suas bochechas chegavam a doer de tanto sorrir.
Naquela noite foi andando para casa, mas não estava com pressa, passava pelo viaduto quando pensou "e por que não", subiu no parapeito, esperou por alguns minutos, desejando que uma alma caridosa fosse oferecer conforto e frases clichês de livros como:
"A vida é linda, só tem essa, não se deve desanimar, sempre se pode melhorar..." Eu não compreendo até hoje elas, mas enfim, respirou fundo e achou que poderia voar...
Ele sentia dor no corpo, não queria abrir os olhos, não tinha morrido antes, pensava que estava morto, até que escutou as sirenes e logo após apagou.
Acordou algumas horas no hospital com a bela noticia de que havia caído em cima de um casal de jovens namorados que estavam passando, os dois estavam mortos e Alfredinho com uma perna quebrada.
Uma semana já estava em casa e o pensamento do suicídio só aumentava, primeiro algo clássico enforcamento na sala, corda velha, arrebentou antes mesmo de ficar roxo, arma na boca uma lágrima no olhar e puf, o tiro saiu pela culatra, na verdade nem saiu, veneno, dose pequena, um dia inteiro como rei no trono de porcelana, cagando e vomitando, sei que parece um tanto que desesperador, mas isso é por que não estavam vendo a cena.
Outro dia sol brilhando, Alfredinho encara o sol e percebe o que estava tentando fazer, que não valia a pena, ao certo não era para ele morrer, Deus ou sei lá quem tinha um propósito para ele, foi tudo um teste assim pensou, levantou em um pulo da cama, gritando aos quatro cantos BOM DIA, UM NOVO DIA, NOVA VIDA, estava decidido a conseguir a promoção e ir atrás de Ivone, mas um banho era necessário, cantarolando a água caindo e pela primeira vez ele sorria de verdade em seus quarenta e dois anos, saindo do banheiro desatento não percebeu o chão molhado, escorregou e uma bela testada na pia e foi suficiente ali mesmo caiu e ali mesmo morreu.
Eu apenas ri, quem queria morte gloriosa, morrer peladão no banheiro era de mais e Deus que tinha um propósito para ele, só se fosse o de sacanear bem legal.
E quem pensa que tudo acabou ali, ora uma semana atirado no banheiro, só quando o vizinho do lado sentiu o cheiro que foram descobrir, é essa vida é uma grande piada sem fim.
Na verdade sou a única que pode dizer, sendo a morte está relacionada ao meu trabalho e meu modo de viver ou morrer, digamos.
Estou a ponto de me aposentar, mas nesses milênios todos de árduo trabalho de muito sangue e de mortes nem sempre gloriosas, aprendi a tirar o melhor de cada morte, já que ela é única e sem volta.
Tenho um carinho special pelos suicidas, sempre tão cheios de si, com aquele desespero, as vezes são melhores que muitos atores, já aplaudi muitos, mas lembro de um em especial, não tanto por ser um suicida, mas por ser Alfredinho o suicida do quarto andar.
Alfredo ou Alfredinho, hoje tanto faz, tinha todos o direito para deixar este mundo e se abrigar em uma cova rasa, corno, Dona Ivone sua esposa, ex esposa , viúva, nunca sei o que usar, digamos que era um tanto que insaciável, algo que Alfredo não estava preparado para suprir , então onde ela foi buscar, no vizinho do primeiro andar, João Grandão e não digo mais nada.
Uma vida para o trabalho, uma busca desesperada pela tão sonhada promoção, estava pertinho assim ao alcance seus dedos, assim pensava, no fim o jovem, bonitão e de inteligência igualável a de uma porta, mas claro sobrinho do chefe, conseguiu, naquele dia o sorriso amarelo de Alfredo, o mesmo que usou quase qua vida toda, estava mais radiante que nunca, suas bochechas chegavam a doer de tanto sorrir.
Naquela noite foi andando para casa, mas não estava com pressa, passava pelo viaduto quando pensou "e por que não", subiu no parapeito, esperou por alguns minutos, desejando que uma alma caridosa fosse oferecer conforto e frases clichês de livros como:
"A vida é linda, só tem essa, não se deve desanimar, sempre se pode melhorar..." Eu não compreendo até hoje elas, mas enfim, respirou fundo e achou que poderia voar...
Ele sentia dor no corpo, não queria abrir os olhos, não tinha morrido antes, pensava que estava morto, até que escutou as sirenes e logo após apagou.
Acordou algumas horas no hospital com a bela noticia de que havia caído em cima de um casal de jovens namorados que estavam passando, os dois estavam mortos e Alfredinho com uma perna quebrada.
Uma semana já estava em casa e o pensamento do suicídio só aumentava, primeiro algo clássico enforcamento na sala, corda velha, arrebentou antes mesmo de ficar roxo, arma na boca uma lágrima no olhar e puf, o tiro saiu pela culatra, na verdade nem saiu, veneno, dose pequena, um dia inteiro como rei no trono de porcelana, cagando e vomitando, sei que parece um tanto que desesperador, mas isso é por que não estavam vendo a cena.
Outro dia sol brilhando, Alfredinho encara o sol e percebe o que estava tentando fazer, que não valia a pena, ao certo não era para ele morrer, Deus ou sei lá quem tinha um propósito para ele, foi tudo um teste assim pensou, levantou em um pulo da cama, gritando aos quatro cantos BOM DIA, UM NOVO DIA, NOVA VIDA, estava decidido a conseguir a promoção e ir atrás de Ivone, mas um banho era necessário, cantarolando a água caindo e pela primeira vez ele sorria de verdade em seus quarenta e dois anos, saindo do banheiro desatento não percebeu o chão molhado, escorregou e uma bela testada na pia e foi suficiente ali mesmo caiu e ali mesmo morreu.
Eu apenas ri, quem queria morte gloriosa, morrer peladão no banheiro era de mais e Deus que tinha um propósito para ele, só se fosse o de sacanear bem legal.
E quem pensa que tudo acabou ali, ora uma semana atirado no banheiro, só quando o vizinho do lado sentiu o cheiro que foram descobrir, é essa vida é uma grande piada sem fim.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Ficção
Quando o olhar ao papel de leve tocar e para outros mundo adentrar, lembre-se é ficção, irreal, pura ilusão...
Ou assim pensa ser.
Logo a ler neste mundo qualquer um pode ser, seja quem for pelo livro que escolher, pirata de olho de vidro, perna de pau e barba negra, azul ou vermelha, destemido capitão a cruzar o mar, com seu navio corta oceanos e com os peixinhos aprende a nadar.
Até a lua quem sabe deseja ir, astronauta corajoso e desajeitado, crava no solo lunar uma bandeira reluzente e mão no peito orgulho de sua nação.
Mas tem um mundo inteiro por aqui, não precisa ir longe não, um romance policial, Al Capone e seus capangas, tiros e carros rápidos, lindas mulheres misteriosas.
Na mansão real, sua rainha dorme profundamente e você gatuno esperto sua cora e seu cetro em sua mão é mais um brinquedo, és o rei de todo o mundo e todos pode governar, sem sair de sua cama novos mundos desbravar.
Linha por linha, uma nova aventura quem sabe queira desejar, sendo assim pegue um livro e ficção vamos estar.
Mas com muito cuidado, cada livro tem segredos dentro de uma ficção e em cada seu desejo, irreal ou pura imaginação, livros bons companheiros para qualquer situação.
Com o sono batendo sua porta, não existe outra hora, feche devagarzinho este livro e descanse, amanhã sempre tem mais.
Ou assim pensa ser.
Logo a ler neste mundo qualquer um pode ser, seja quem for pelo livro que escolher, pirata de olho de vidro, perna de pau e barba negra, azul ou vermelha, destemido capitão a cruzar o mar, com seu navio corta oceanos e com os peixinhos aprende a nadar.
Até a lua quem sabe deseja ir, astronauta corajoso e desajeitado, crava no solo lunar uma bandeira reluzente e mão no peito orgulho de sua nação.
Mas tem um mundo inteiro por aqui, não precisa ir longe não, um romance policial, Al Capone e seus capangas, tiros e carros rápidos, lindas mulheres misteriosas.
Na mansão real, sua rainha dorme profundamente e você gatuno esperto sua cora e seu cetro em sua mão é mais um brinquedo, és o rei de todo o mundo e todos pode governar, sem sair de sua cama novos mundos desbravar.
Linha por linha, uma nova aventura quem sabe queira desejar, sendo assim pegue um livro e ficção vamos estar.
Mas com muito cuidado, cada livro tem segredos dentro de uma ficção e em cada seu desejo, irreal ou pura imaginação, livros bons companheiros para qualquer situação.
Com o sono batendo sua porta, não existe outra hora, feche devagarzinho este livro e descanse, amanhã sempre tem mais.
sábado, 1 de novembro de 2014
Hoje Não Existe Salvação
Hoje não existe absolvição, crucifixo ou qualquer salvação, Deus virou as costas, fechou os olhos e tapou os ouvidos, assim é mais fácil, não escutar seus gritos de desespero ou suas orações em vão.
Escute pelas ruas os animais estão soltos, os animais da escuridão, os portões do inferno hoje estão abertos, suas lágrimas podem até cair, mas não desperdice seu tempo para chorar, os que choram são os primeiros a cair.
Hoje a lua é de sangue, como tudo tem seu lado bom, há noites em que apenas o lado ruim se sobressai.
Sinta o bafo de enxofre em sua nunca e quando sentir sera tarde de mais, escute o ranger de dentes, escute a agonia nos cantos escuros.
Esqueça suas orações estas não funcionam, não hoje, esqueça seus amigos, esqueça sua família, esqueça tudo se puder, pois hoje está na mais completa solidão, o que de mais próximo tem hoje são apenas seus medos.
A cada passo por caminhos escuros onde apenas a luz da lua pode clarear seu andar, a cada lado algo que se esconde na escuridão espreita e rasteja até você.
Você grita, um grito mudo, abafado por seus próprios medos, você corre, mas não sabe para onde correr, suas pernas são guiadas automaticamente, apenas correr, para sua salvação, que infelizmente ou felizmente você não encontrará, não nesta noite.
Algo te faz parar, logo a sua frente uma sombra, algo tão obscuro que sua mente não poderia imaginar, algo que seus filmes de terror não podem filmar, ali em um canto você vê, vê apenas você, com um sorriso estampado um olhar reluzente e parado, você se vê morta, mas sorrindo com um sadismo que só você poderia conceber.
Ao fim você desperta, sabendo que tudo foi um pesadelo ou assim pensa ser...
Escute pelas ruas os animais estão soltos, os animais da escuridão, os portões do inferno hoje estão abertos, suas lágrimas podem até cair, mas não desperdice seu tempo para chorar, os que choram são os primeiros a cair.
Hoje a lua é de sangue, como tudo tem seu lado bom, há noites em que apenas o lado ruim se sobressai.
Sinta o bafo de enxofre em sua nunca e quando sentir sera tarde de mais, escute o ranger de dentes, escute a agonia nos cantos escuros.
Esqueça suas orações estas não funcionam, não hoje, esqueça seus amigos, esqueça sua família, esqueça tudo se puder, pois hoje está na mais completa solidão, o que de mais próximo tem hoje são apenas seus medos.
A cada passo por caminhos escuros onde apenas a luz da lua pode clarear seu andar, a cada lado algo que se esconde na escuridão espreita e rasteja até você.
Você grita, um grito mudo, abafado por seus próprios medos, você corre, mas não sabe para onde correr, suas pernas são guiadas automaticamente, apenas correr, para sua salvação, que infelizmente ou felizmente você não encontrará, não nesta noite.
Algo te faz parar, logo a sua frente uma sombra, algo tão obscuro que sua mente não poderia imaginar, algo que seus filmes de terror não podem filmar, ali em um canto você vê, vê apenas você, com um sorriso estampado um olhar reluzente e parado, você se vê morta, mas sorrindo com um sadismo que só você poderia conceber.
Ao fim você desperta, sabendo que tudo foi um pesadelo ou assim pensa ser...
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Horizonte Estelar
Pela janela cuspindo estrelas o céu chama para dentro da noite, por caminhos em que apenas a luz do luar pode iluminar.
Chão de estrelas, mesmo que pareça clichê...
Noite obscura sem ter um porquê...
Luzes de casas lá bem lá embaixo, as vezes podemos voar, deixe a brisa te levar...
Mesmo que pareça extremamente comum olhar a lua, desejar a noite, pense que não é único, nunca o único.
Quantos mais pela janela a desejar, pelas ruas a olhar, por aqueles tantos que buscam no reflexo de olhares estrelas para poder contar.
Pela imensidão da noite, pelas luzes do luar, pela brisa que sopra e contorna seu andar, por estrelas que deixou de contar e pelas estrelas que já sabe onde olhar, pelo clichê do anoitecer, sem um motivo, apenas sentido, guiados até o novo amanhecer.
Chão de estrelas, mesmo que pareça clichê...
Noite obscura sem ter um porquê...
Luzes de casas lá bem lá embaixo, as vezes podemos voar, deixe a brisa te levar...
Mesmo que pareça extremamente comum olhar a lua, desejar a noite, pense que não é único, nunca o único.
Quantos mais pela janela a desejar, pelas ruas a olhar, por aqueles tantos que buscam no reflexo de olhares estrelas para poder contar.
Pela imensidão da noite, pelas luzes do luar, pela brisa que sopra e contorna seu andar, por estrelas que deixou de contar e pelas estrelas que já sabe onde olhar, pelo clichê do anoitecer, sem um motivo, apenas sentido, guiados até o novo amanhecer.
domingo, 26 de outubro de 2014
Por meu Cadáver
Sempre tive um apreço muito especial pela morte algo quase que transcendental , algo que ao certo não sei.
E hoje que estou perto dela compreendo melhor, nasci para morrer, carregando em minhas costas meu próprio cadáver que mesmo gélido e em seu tom reluzente de mármore, insiste em murmurar ao meu ouvido, cospe sua poesia fúnebre e relembra a cada passo e a cada ranger de dentes meu fim...
E hoje que estou perto dela compreendo melhor, nasci para morrer, carregando em minhas costas meu próprio cadáver que mesmo gélido e em seu tom reluzente de mármore, insiste em murmurar ao meu ouvido, cospe sua poesia fúnebre e relembra a cada passo e a cada ranger de dentes meu fim...
Tolo poeta
seu fim sou eu
olhe pra mim
e veja seu futuro certo
sou você
ou você sou eu ?
Sou mais vivo
em muitos momentos
mais vivo que você
e você mais morto
do que eu
em momentos é
Encare seu futuro
veja o que és
e das palavras que escreveu
uma delas vai ser também
marcada em seu túmulo
poeta também morreu
E de tantas que escreveu
te tornarás uma só
será apenas a doce morte
que sua poesia
vai encarar...
Compreendo meu destino cadáver, mas vivo ainda sou, veja minha pele corada, meus sangue que mancha minhas veias, veja o que sou e ainda não sou você...
Olhe dentro de meus olhos
e sinta medo de meu viver
cadáver não sente
não deseja
limitado por sua cova
permanece enterrado
mas compreendo você
outros tantos
supostos vivos
enterrados estão também
trancados dentro de si
seu túmulo não é de pedras
mas sim de medos
e destes
meu cadáver
tenho pena
prefiro cadáver como tu ser
falante é consciente
que desta vida só
uma vez se sente
e por hora cala-te
e me deixe viver
quando chegar minha hora
quando tiver que morrer
fecharei meu olhos
e palavra me tornarei também.
Torre de Babel
Construa sua torre
torre de Babel
feita de papel
ao que soa tão clichê
tão rimado
que já nem sei o que
Sua escada
que te leve ao céu
um paraíso
apenas seu
suas regras
seu ego, seu Deus
Torre que toca o céu
mais alto
que qualquer
arranha céu
Narciso te espera
lá em cima tudo é belo
Narciso e você
refletidos no espelho d'água
cada qual afogado lado a lado
em sua torre
não será enterrado
nem flores lhe concederam
Placas e memórias
não entrarão
e lá permanecerá
apodrecendo
para sempre
esquecido em sua torre de Babel.
Sieg Heil Brasil
Fim das eleições, tudo termina e indiferente de quem é o escolhido a democracia é que sai ganhando...
Simples e fácil ser assim, mas não, nas eleições deste ano o que mais se viu e quem saiu ganhando foi apenas a capacidade humana de ser desprezível, um partido ataca o outro(sem defender lados por aqui) uma total demostração de baixaria que nem a TV aberta consegue fazer, escândalos e mentiras jogadas ao ar.
De um lado a bandeira vermelha do PT e a sombra de uma ditadura comunista, uma nova Cuba como alguns dizem por ai, bolsa esmola para todos e o pobre vota e mantém suas esmolas.
Do outro PSDB, o tucano de gravata importada e carro do ano, privatizações, vender o Brasil a preço de bananas, beber um bom Scotch e rir dos proletários.
Discurso de ódio, uma crucificação em massa vejo PT, PSDB e eleitores todos em uma carnificina de palavras, já podem descongelar Hitler, nossa nação está pronta para ele.
Sieg Heil Brasil!
No meio disso tudo os eleitores que em sua maior parte com seus discursos de ódio fazem uma verdadeira guerra, usam em sua maioria a sigla do partido para defender apenas seus interesses e não o da nação.
Nem todos, mas em grande parte o que se viu foi o ódio, um ódio por seus semelhantes, iguais, somos Brasil e não alguns cujo os ideais não são nossa pátria amada save salve.
Simples e fácil ser assim, mas não, nas eleições deste ano o que mais se viu e quem saiu ganhando foi apenas a capacidade humana de ser desprezível, um partido ataca o outro(sem defender lados por aqui) uma total demostração de baixaria que nem a TV aberta consegue fazer, escândalos e mentiras jogadas ao ar.
De um lado a bandeira vermelha do PT e a sombra de uma ditadura comunista, uma nova Cuba como alguns dizem por ai, bolsa esmola para todos e o pobre vota e mantém suas esmolas.
Do outro PSDB, o tucano de gravata importada e carro do ano, privatizações, vender o Brasil a preço de bananas, beber um bom Scotch e rir dos proletários.
Discurso de ódio, uma crucificação em massa vejo PT, PSDB e eleitores todos em uma carnificina de palavras, já podem descongelar Hitler, nossa nação está pronta para ele.
Sieg Heil Brasil!
No meio disso tudo os eleitores que em sua maior parte com seus discursos de ódio fazem uma verdadeira guerra, usam em sua maioria a sigla do partido para defender apenas seus interesses e não o da nação.
Nem todos, mas em grande parte o que se viu foi o ódio, um ódio por seus semelhantes, iguais, somos Brasil e não alguns cujo os ideais não são nossa pátria amada save salve.
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Noites Quentes
Esses calores
odores
noites abafadas
quase sem um fim
Noites quentes
ao qual se sente
como um pedaço de gente
indiferente
Brisa mansa
que acalma
mas logo passa
e ficamos nessa
Noites quentes
ao qual não rende
um bom sono
um doce luar
Brilha no alto
lua nua
que observa
mas nada pode fazer
Noites quentes
que brisa
quase não se sente
ao certo na lua elas foram dançar.
Noites quentes
ao qual se sente
como um pedaço de gente
indiferente
Brisa mansa
que acalma
mas logo passa
e ficamos nessa
Noites quentes
ao qual não rende
um bom sono
um doce luar
Brilha no alto
lua nua
que observa
mas nada pode fazer
Noites quentes
que brisa
quase não se sente
ao certo na lua elas foram dançar.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Por Aquilo Que Não Escrevi
Rascunhos e mais rascunhos deixados trancados em uma caixa, mais precisamente uma caixa de sapato recoberta por um papel de presente reaproveitado, retirado da coleção da vó(tipico de vó, elas sempre tem alguns de seu batizado e de todos seus aniversários guardados em algum canto misterioso de sua casa) pois bem ali estão papeis dos mais vários tamanho, cores e texturas, frases de poucas linhas e textos imensos, fragmentos e momentos vividos e hoje escritos como memórias de uma biografia, não precisamente da minha vida, mas de tantos alguns conhecidos muito bem ao qual fui expectador e outros de desconhecidos que este escritor fisgou no ar seus momentos e os escreveu como uma bela inspiração ao papel.
Todos temos um ponto fraco e talvez esta caixa seja o meu, minha caixa de pandora, dali tudo pode sair de bom, mas também aqueles momentos que não devem ser retirados de palavras em papel e ali devem permanecer, todos os dias dou uma encarada na caixa azul dizendo que aquele dia terei a coragem de encarar passados, os meus e os de terceiros, mas nunca o faço, sempre esqueço ou faço esquecer para um outro dia lembrar de divagar em abrir ou não e me dedicar a escrever, continuar minhas palavras ou simplesmente esquecer.
E por tudo aquilo que não escrevei, melhor por aquilo que ainda não escrevi, pois a caixa está ficando pequena, pequena de memórias e talvez logo chegue a hora, a hora de passar ao papel e finalizar, para outras tantas memórias guardar na caixa azul para adormecer para que um dia eu possa um ponto final lhes conceder.
Todos temos um ponto fraco e talvez esta caixa seja o meu, minha caixa de pandora, dali tudo pode sair de bom, mas também aqueles momentos que não devem ser retirados de palavras em papel e ali devem permanecer, todos os dias dou uma encarada na caixa azul dizendo que aquele dia terei a coragem de encarar passados, os meus e os de terceiros, mas nunca o faço, sempre esqueço ou faço esquecer para um outro dia lembrar de divagar em abrir ou não e me dedicar a escrever, continuar minhas palavras ou simplesmente esquecer.
E por tudo aquilo que não escrevei, melhor por aquilo que ainda não escrevi, pois a caixa está ficando pequena, pequena de memórias e talvez logo chegue a hora, a hora de passar ao papel e finalizar, para outras tantas memórias guardar na caixa azul para adormecer para que um dia eu possa um ponto final lhes conceder.
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Um Fado, Uma Poesia e Já me Basta
Um fado
uma poesia
por mais um dia
Em tom de melancolia
esse fado
essa poesia cantada
E já me basta...
Velas dão um tom
quase que sombrio
completando esta melodia
Um violão
e o fado toma forma
forma de poesia
E já me basta...
Poesia forma-se em fado
E os aplausos o ritmo
ritmo ao qual do coração
E esta melancolia
esta dor do dia a dia
salta do peito e se enclausura na canção
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Ela e seu Violão - Melodia Poética
Em um canto
que não é canto
ela incorpora sua canção
Em um canto
um encanto
dentro de mais uma canção
Ela toca
e toca para si
não pra os que estão por ali
Ela e seu violão
por do sol
e um poeta que observa
Em cada nota
ela se revela
e busca esconderijo
Contradições
em notas, melodias
em uma mesma canção
Dentro e fora
esconderijo
sua salvação
Ela toca
não para outros
não hoje
Ela canta
não para outros
apenas encanta a si mesmo
Entre um fim de uma canção
e o começo de outra
um olhar
O que ela vê ?
quem ela gostaria de ver ?
ou de quem ela gostaria de fugir ?
Ela e seu violão
mais uma canção
para fugir ou se redescobrir
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Poetas Infantis
Pois que me desculpe Quintana, Moraes, Bandeira e outros tantos poetas, os vivos e os mortos também, mas poeta mesmo são apenas as crianças.
E o que todos os poetas adultos têm em comum, ora o simples fato de um dia terem sido crianças também, uma pena que ao longo do caminho do amadurecimento muitos esquecem que foram pequenos.
Criança faz poesia mesmo antes de saber escrever, poesia pura, sincera, ingênua e feliz, pois poesia é sentida antes mesmo de ser escrita.
A doce poesia de uma criança está em um olhar atento ao nada, mas ao nada onde tudo é possível, onde dentro de seu mundo a poesia ganha vida ganha forma e ganha cores.
Criança sabe rimar com palavras que ela mesma consegue inventar, adiciona um porque e questiona o seu nascer.
Criança brinca, corre e sonha, olha ao céu e das nuvens cria animais, objetos e o que mais quiser.
Criança sabe ter amigos e não se preocupa em agradar ela fala é que se dane o que vão pensar no fim ela ainda ri como quem debocha dos adultos por nunca compreender.
Mas voltando aos poetas adultos esses tem uma ligação com sua infância é quase como o seu eu pequenino fosse o escritor e o adulto um mero espectador.
Então que me desculpem os poetas e desculpo a mim mesmo, pois poesia de verdade é ser criança.
E o que todos os poetas adultos têm em comum, ora o simples fato de um dia terem sido crianças também, uma pena que ao longo do caminho do amadurecimento muitos esquecem que foram pequenos.
Criança faz poesia mesmo antes de saber escrever, poesia pura, sincera, ingênua e feliz, pois poesia é sentida antes mesmo de ser escrita.
A doce poesia de uma criança está em um olhar atento ao nada, mas ao nada onde tudo é possível, onde dentro de seu mundo a poesia ganha vida ganha forma e ganha cores.
Criança sabe rimar com palavras que ela mesma consegue inventar, adiciona um porque e questiona o seu nascer.
Criança brinca, corre e sonha, olha ao céu e das nuvens cria animais, objetos e o que mais quiser.
Criança sabe ter amigos e não se preocupa em agradar ela fala é que se dane o que vão pensar no fim ela ainda ri como quem debocha dos adultos por nunca compreender.
Mas voltando aos poetas adultos esses tem uma ligação com sua infância é quase como o seu eu pequenino fosse o escritor e o adulto um mero espectador.
Então que me desculpem os poetas e desculpo a mim mesmo, pois poesia de verdade é ser criança.
sábado, 11 de outubro de 2014
Destruição do Tema Poético Nobre
Não me venha
com suas frases feitas
suas citações perfeitas
copias das copias
dos pensadores do passado
Esqueça seu sangue azul
que de azul nem a cor dos olhos
sem essa de disse que disse
sem dizer nada
Esqueça estas palavras complicadas
deixe de lado o dicionario
as enciclopédias
essa pomposidade toda
Aqui não entra esse palavreado
nem seu terno caro
sapatos de marca
ou seu chique carro
Traga você
e só você
mais nada
aqui és poeta por que és
Sem rimas
ou com elas também
seja suas palavras
e não copias de outras
Esqueça o medo
ou o motivo
não chame a atenção
por outros sonetos
Esqueça
esqueça
aqui és poeta
musico, escritor
Homem
mulher
ou seja
o que for
Nobreza aqui não tem não
aqui só sinceridade
sentida
e escrita pelo coração.
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