Powered By Blogger

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Gosto de Sangue

Sempre ouvi dizer que depois de se experimentar sangue não se consegue mais parar, dizem que é um gosto único, sem falar na excitação que o momento proporciona.
Quando experimentei o tão precioso liquido pela primeira vez fiquei com medo de perder o controlar e ser dominado por meus desejo, não que eu fosse um assassino ou um desses malucos que andam por ai matando a torto e a direito, eu me considerava normal, até de mais, vida comum, sociável, respeitado e até pai de família.
Eu não era apenas mais um que gostava de ver o sangue escorrer das vitimas e ver o corpo pouco a pouco se apagando, perdendo seu brilho perdendo sua vida, eu não era mais um, nem capa de jornal, eu escolhia quem vivia ou quem morria eu era o juiz o carrasco a defesa a lâmina que cortava a garganta e o consolo da dor, eu era tudo, eu era Deus... 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Traços e Esboços

Somos um rascunho um esboço pintado por um desenhista um tanto que preguiçoso além de sermos uma obra um tanto que mal feita.
Temos inúmeros defeitos, somos amores, dores, alegrias e decepções e mais um tanto de sentimentos lindos e desprezíveis.
Cada dia um traço é preenchido, em outros momentos nossos trações são apagados e refeitos e assim vai e vai longe.
Somos apagados em um dia e rabiscados em outro, estamos em constante mudança, nosso traço é torto e as vezes quando reto é apagado por engano.
Nunca sabemos quando estamos prontos e finalizados, sempre querermos um retoque aqui e outro ali, somos preenchidos com cores e sentimentos, somos moldados e destruídos.
Traços diários que só tem seu fim quando somos sepultados.

Cricri Aqui Cricri Ali

O pequeno grilo insistia em permanecer no quarto, por mim não tinha problema, mas o danado do bicho não calava a boca, era um cricri aqui e um cricri ali, com todo esse cricri quem estava ficando cricri já era eu.
O quarto já era era pequeno só para mim agora ter que dividir com um grilo que gostava de bater um papo de madrugada já era de mais, ele poderia até ser o grilo feliz do Pinóquio que eu não me importaria, mas ali com certeza ele não ficaria, quem sabe um hotel para grilos ou algo assim.
Revirei o quarto de ponta cabeça até achar o danadinho, pequeno, verde e de assas curtas, em minha mão direita o chinelo pronto para dar o golpe certeiro, o golpe final eu era seu carrasco e o juiz da sentença, um golpe apenas e ele cairia ao chão mortinho sem nem saber o motivo, acabei por me tornar advogado do réu, também conseguindo assim sua absolvição de tão dura sentença.
Ele podia ter escapado da morte, mas seria exilado de meu quarto como pena, rapidinho ele tratou de sumir e começar com sua orquestra de cricri, mais uma vez revirei o quarto até achar ele, estava enfiado em baixo da cama, mas agora em minha mão não era o chinelo, mas sim um camisa velha qualquer que por ali tinha, em um golpe rápido o apanhei em minha mão e soltei pela janela dizendo:
- Vá cantar em outro quarto, bem longe de meus ouvidos.
Enfim sossego e silêncio no quarto, deitei e apaguei a luz, mas sentia falta de algo, era falta do canto do pequeno grilo, falta de meu colega de quarto, sem o seu cricri o quarto ficou tão sem graça, era um silêncio deprimente, tão escuro em um completo vazio sonoro.
Lá fora eu escutava sua cantoria feliz como sempre, peguei meu travesseiro e fui deitar lá fora junto do grilo feliz com seu cricri aqui cricri ali.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

O Tempo é Verso

O tempo é reverso 
perverso 
inverso
ele 
é apenas 
mais um verso 

O tempo é nada 
ou quase nada 
ou nem isso 

O tempo é tudo 
absoluto 
domina 
mata 

 O tempo é passatempo 
contratempo 
o tempo é
somente  
tempo.

 





domingo, 24 de novembro de 2013

Paisagem de Concreto

Todas as manhãs ao despertar ele preparava sua primeira dose de muitas outras de cafeína, o primeiro gole era na cozinha mesmo, após isto se dirigia para a janela da sala.
Delicadamente retirava as cortinas que atrapalhavam sua visão, em sua frente nada de espetacular ou o que poderia ser definido como uma bela vista, era apenas  um muro de concreto que estava a poucos metros de sua visão, nada da orla de uma praia nem um parque com lindas árvores verdes, era somente concreto, duro e frio concreto cinza, refletindo a realidade humana, sem cor, sem vida sem nada...
Suas primeiras horas eram preenchidas por aquela visão um tanto que inútil de concreto cru.
Todas as manhãs com sua xícara de café ele parava e observava aquele muro cinza, mas não era um simples muro cinza ao menos não para seus pensamentos, em um dia ele admirava uma deserta e exótica praia perdida no pacifico de onde estava podia até sentir seus pés molhados tocando suavemente a areia fina e branca , no outro ele admirava um grande parque de lindas árvores verdes e frutíferas onde podia até sentir o gosto de uma daquelas lindas maçãs, esticava o braço, mas as melhores estavam no alto longe de seu dedos.
Dia após dias eram lugares diferentes bem longe daquela parede fria, sem cor e sem vida que todos não se importavam em ver.

Palavras Soltas

Sou um era uma vez 
e um felizes para sempre.
Sou o assassino
e a vítima no chão.
Posso ser o mistério
nas entrelinhas. 
Como posso ser a verdade 
reveladora. 
Sou muitas páginas
sou todas elas.
Posso ser o que imaginar 
sou o sim e o não.
Sou tudo 
eu sou um livro.  
 

sábado, 23 de novembro de 2013

Sim/Não

Poderia ser um sim 
em um mundo cheio de incertezas 

Como poderia ser um não 
em um mundo lotado de certezas 

Ela é um  não 
ela é um sim 
são os dois 
ela sempre com um talvez 

Por que dar certezas 
quando podemos imaginar todas elas 

Por que limitar tudo em um não 
quando podemos desejar todos os sim 

Ela é um o talvez 
é a mistura da dúvida com a certeza 
é o limite entre a razão e coração 

Nem um sim 
nem um não 
é sempre um talvez

E talvez em um dia seja sim 
ou talvez em um dia seja um não.
 

Xícaras de Café

Primeira xícara de café. 
Sentado em uma velha poltrona no escuro eu permaneço com uma caneta entre meus dedos e de frente a um caderno branco que espera por minhas palavras.
Pelas frestas da velha casa a luz da lua entra refletindo direto no papel branco quase como um espelho, misturando assim suas cores, não sabendo mais o que era lua e o que era papel.
Terceira xícara. 
Não consigo dormir e talvez não queira, acho que já nem consigo mais...
Estou sentado novamente no escuro com meus pensamentos e minhas ideias, olhando entre feixes de luz que transpassam pelas paredes. Fecho meus olhos e permaneço em silêncio em silêncio para a vida.
No papel um esboço de um texto incompleto que talvez não tenha um fim.
Quinta xícara. 
À noite quando estou só no escuro outro me torno, transformo meu corpo em uma extensão de minhas palavras.
Já não sei onde termina ou onde começa o que sou ou o que escrevo, já perdi os sentidos e meus olhos coçam pedindo cama, mas por minha mente escorrem palavras manchando o papel com letras e rimas.
E assim afastei-me do sonhar e transpasso ao papel meus sonhos e desejos.
Xícara vazia.
Contemplo o fundo da xícara vazia escutando os ruídos da noite. Exausto apenas me ajeito na poltrona admirando a lua que ainda brilha como única luz no céu. Aguardo agora pela luz do sol, pela luz do dia para que assim possa dormir.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

...



É no fim são sempre palavras...
Não sei ao certo quando descobri seus encantos, quem sabe naquele mesmo dia, naquela troca rápida de olhares ou quem sabe ao ler suas primeiras palavras...
Volto ao papel para transmitir aquilo que posso não ter coragem nem possibilidade de falar e tento fugir um pouco desse sentimentalismo todo que a eu desconheço.
Hoje escrevo para você, sem saber se gosta, sem saber se espera por outros, mas aprendi de uma forma tão inusitada e ingênua a confiar em uma desconhecida apenas confiando e escrevendo. Pois seus feitiços são tão reais quanto seu próprio beijo.
Mas ainda espero sem querer esperar que com o tempo apenas sobre as palavras, você volte para seu livro e eu me detenho ao meu.
E nesse dia vou reler você da forma que eu criei da forma que eu moldei com todos os encantos que imaginei, mas que quem sabe a mim nunca pertenceu.
E talvez só talvez as palavras nunca tenham um fim, mas isso é para outros textos não hoje...

O Dia em Que o Mundo Perdeu suas Cores

Foi de um dia para o outro assim de repente, pela manhã ao despertar já se notava a visível diferença o mundo tinha perdido sua cor.  
Tudo branco, igualzinho aqueles desenhos de colorir, apenas linhas contornando pessoas, animais, objetos... Separando um do outro pois sem as linhas todos e tudo seriam apenas uma mancha branca no mundo.
Planeta azul, negros, pardos, azuis, rosas, verdes... Não mais.
O mundo era um esboço sem cor, um rascunho que ainda não estava pronto ou quem sabe o desenhista apenas resolveu começar do zero.
 Com o passar dos dias foi se instalando a compreensão e o desejo de retorno das cores virou apenas um sonho.
Em um mundo sem cor a busca por elas virou uma obsessão, cientistas tentavam em secretos laboratórios
criar novas cores para um mundo apagado.
A descoberta foi um sucesso, era a esperança feita em cores artificiais, limitadas claro, mas cores. Eram cores de pouca duração era duas, quatro até cinco horas dependendo da marca, mas o preço era alto e nem todos ou quase ninguém podia pagar por elas, quem tinha dinheiro tinha cor e como estes gostavam de jogar na cara de quem não tinha nenhuma gota, era um esbanjamento, cores em carros, cassas até em seus dentes.
Nas esquinas já havia os pedintes.
- Uma corzinha ai seu bacana, ajude com uma corzinha...
Nos trens.
- Minhas filha está com câncer e seu último desejo é poder ser colorida, conto com a ajuda de vocês, qualquer corzinha já serve... 
O mundo mesmo que sem cores, ao menos em sua grande parte, modificou se e eu trancado em meu quarto olhando para alguns lápis de cor tentando avinhar a qual cor pertencia , pensava comigo que o desenhista errou mais uma vez, quem sabe somente tirar as cores era pouco poderia retirar os contornos também, deixando assim tudo como apenas uma mancha branca, seria bem melhor.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Passarinho

Voar como um passarinho 
Sonhar
E outros ninhos buscar 

Despencar do céu 
Planar 
E ao solo tocar

Alçar voo 
Se perder na imensidão do céu 

Rasgar nuvens 
Se perder no ar 

Abraçar o calor do sol 
Se esquentar 

E ao fim do dia 
Deitar 
Dormir

E no lado oculto da lua
 Sonhar
Sonhar
Voar... 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Um Louco em Meu Jardim



Com muito cuidado ele mantinha seu jardim, ele o dono não tinha muitas preocupações estas quando as tinha se resumia ao seu precioso jardim era um cão cagão de um vizinho que pensava que suas belas flores necessitavam de adubo fresco ou alguma criança que pensava que suas pequenas estátuas de gesso eram brinquedos.
Sua vida se resumia a cuidar e manter tal jardim, até seu nome lembrava um, Florindo ou Seu Florindo como era conhecido, aposentado e morador mais velho do bairro, todos sabiam de sua obsessão com seu jardim e ninguém ousava por os pés em seus canteiros, um que outro desavisado ou descuidado, mas todos tinham um cuidado muito grande, pois sabiam que Seu Florindo não era uma flor que se cheirava bem, pisar naquele solo sagrado era briga na certa.
Seu Florindo tinha hábitos e costumes iguais, acordava todos os dias sempre no mesmo horário, sete da manhã em ponto não era seis e cinquenta e nove muito menos sete e um, sempre às sete horas.
Tomava seu café sempre com muitas frutas, seu Florindo apesar de ter seus sessenta e poucos estava bem conservado, em perfeita forma física e mental. Logo após estar alimentado se dirigia ao seu belo jardim onde se ocupava entre cuidar e manter aquele belo espaço, seu maior orgulho, parando apenas para almoçar ou se refrescar, ficando entre flores e estátuas até o por do sol, após isto se trancava em casa sem sair nem espiar pelas janelas.
Sua vida era assim, jardim, casa, casa e jardim, não era de sair muito nem de se relacionar com os vizinhos, para ele todos tinham inveja de seu jardim e todos queriam acabar com ele, quem sabe seu Florindo ficou um tanto que fora de si depois de tantos anos cuidado daquele jardim, aquilo era sua vida e nada mais importava.
As brigas eram constantes com seus vinhos ou qualquer pessoa que se aproximava de mais de seu jardim, seu Florindo guardava aquele espaço de flores como um cão ao seu osso, só faltava rosnar para qualquer um que chegasse perto, bom não faltava muito para isso mesmo.
Mas tinhas três pessoas em especial que Seu Florindo via como uma ameaça eminente ao seu recanto floral, seu vizinho da frente Gerson era uma ameaça ele e seu cãozinho bidu muito bonitinho, mas cagão de mais e o melhor de tudo fazia do jardim de Seu Florindo seu banheiro particular.
-Eu já falei que minhas petúnias não são precisam de bosta de cachorro. Cão do inferno se eu pegar esse bicho nojento aqui mais uma vez eu vou moer ele e misturar com o adubo para o jardim.
Tinha o Carteiro Sergio, um bom homem, mas descuidado sempre pisava nas flores de  Seu Florindo, nunca era proposital, mas como sempre acontecia o velho achava que era só para provocar.
-Carteiro burro! Minhas flores não são feitas para pisar, acha que são de plástico infeliz? Você sempre pisa nelas, sempre! Eu vou te denunciar para a central ai sim quero ver onde vai pisar quando for colocado para rua.
E por último, mas sempre com ótimas intenções com as estátuas de gesso de Seu Florindo, Rafael era filho da Dona Maria, ele adorava brincar de tiro ao alvo com um batoque o alvo era certeiro às estátuas de Seu Florindo, o menino tinha uma boa pontaria não errava uma.
-Mais uma estátua quebrada! Moleque mal criado, se sua mãe não lhe deu educação eu vou te dar a base de chinelada nessa sua cara, eu vou te pegar ainda e vou brincar de tiro ao alvo com sua cabeça.
Aquilo era quase que diário todos sabiam de como Seu Florindo tratava qualquer um e sempre evitavam falar ou ate mesmo olhar para ele.
 Naquele dia Seu Florindo acordou como de costume e tomou se café tudo como sempre, ao ir para seu jardim não podia acreditar no que via diante de seus olhos, seu precioso jardim totalmente destruído, acabada e arrasado. Eram flores arrancadas, estátuas mutiladas, dilaceradas e destruídas.
-Não acredito nisso, como assim meu lindo jardim! Não importa quem fez isso, vai pagar caro por ter feito isso com minhas flores e estátuas.
Seu Florindo não pensou muito, tratou logo de ir arrumar tudo e deixar seu jardim belo como sempre, naquele dia nem parou para almoçar ou descansar foi ate quando podia enxergar, tudo para seu jardim ser o que era antes.
Ao fim do dia o jardim estava belo como sempre fora, tudo em seu lugar, estátuas e flores lindas como sempre, ele estava exausto, mas ainda queria pegar o salafrário ciumento que acabou com seu jardim.
Entrou em casa, tomou um banho comeu algo e mesmo cansado não foi se deitar, escondido entre as cortinas de frente para uma grande janela que dava para o jardim ficou Seu Florindo, esperando o desgraçado aparecer e na calada da noite destruir novamente o jardim. 
As horas foram passando e nada do destruidor aparecer, com as horas passando Seu Florindo foi se cansando e adormeceu. Acordou apenas de manha às sete horas como sempre fazia ao abrir os olhos via seu jardim destruído mais uma vez assim como no outro dia.
-Eu não acredito novamente esse desgraçado, mas isso não vai ficar assim, não vai mesmo.
Novamente Seu Florindo passou o dia todo arrumando seu jardim, parou apenas para ir ate uma loja ao centro e comprar uma câmera de vídeo para poder filmar o desgraçado que gostava de brincar a noite em seu jardim, já que não podia confiar em ficar acordar se dormisse mesmo assim saberia quem era o infeliz.
Ao fim do dia tudo em seu lugar novamente, belo e magnifico jardim, talvez até mais lindo ainda que antes, cansado novamente Seu Florindo se posicionou na janela e escondido entre as cortinas esperava ao seu lado a câmera apontada para o jardim, naquela noite ele descobriria quem estava fazendo aquilo ao seu precioso jardim.
Com o passar das horas Seu Florindo adormeceu novamente e acordou às sete horas do outro dia e como podia esperar seu jardim destruído mais uma vez.
-Desgraçado você fez de novo, mas desta vez você não vai me escapar eu tenho tudo gravado aqui.
Logo ele correu e pegou a câmera para enfim descobrir quem era que destruía seu jardim.
Ao olhar a gravação não podia acreditar no que via, não era possível o desgraçado que tinha ciúmes de suas flores, era ele próprio, Seu Florindo em um acesso de loucura ou sei lá o que destruía seu jardim à noite, como uma dupla personalidade uma escondida da outra, um que cuidava outro que destruía.
Ao fim ele mesmo tinha ciúmes de seu próprio jardim e assim era durante o dia ele cuidava e arrumava pela noite ele mesmo destruía e arruinava. 


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Apenas Mais um Livro

Estou onde sempre desejo estar, não importa onde nem como apenas sempre retorno para as palavras estas que nem sempre são minhas, mas de outros são de Dante, Verne, Pessoa,  Drumond e tantos outros que meus olhos possam ler e meu coração sentir.
Tomo para mim, faço destas palavras minhas.
Modifico...
Transformo...
Devoro...
Faço parte de um mundo em preto e branco com poucas gravuras, feito de papel, marcado por letras, marcado por rasuras, estraçalhado e remendado, sou homem sou livro... Sou os dois.
Me transporto para dentro, pulo de uma história para outra, me jogo contra capítulos, salto entre linhas e durmo em pontos finais.
Sou o capitulo novo e o final alternativo, posso ser uma contra capa, posso me tornar uma dura crítica posso ser apenas um livro esquecido em um banco abandona.
Tenho rimas e sonetos espalhado pelo meu corpo, quem sabe um rascunho em uma lata de lixo ou talvez um livro em sua décima edição.
Folhas soltas misturadas com outras formando assim um novo livro, sem sentido sem razão.
Mergulhado no mais profundo dos sentidos e no mais simples dos objetivos sou apenas mais um livro.
Atirado em um canto sujo e banido mesmo assim ainda um livro, sou dois, seis, cinquenta, duzentos... Sempre livro...
Sempre livre.
Ainda sou carne, sangue e pele, não palavras sem sentido, mas quando meu ponto final chegar e minha história ter seu fim quero ser ressuscitado pela forma mais digna pela forma mais bela, ressuscitado em palavras ressuscito em rimas.
Quero ser lembrado como um livro quero ser apenas mais um livro.

Condicional Paralelo

Eis que me detenho 
ao mundo 
de uma forma condicional 

Condições 
Frustrações 
Emoções 

Eis que vejo o mundo 
de uma forma 
paralela 

Sem participar 
Participando 

Eis que aqui estou 
sem estar 

Em condicional 
em paralelo 

Em palavras 
e nada mais. 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Normalidade Manchada por Sangue

Sempre encoberto pela escuridão ele caminhava a passos lentos seus olhos vidrados ao longe e seus pensamentos em uma tênue linha entre a loucura e o desejo.
Seu corpo tremia eufórico uma mistura de medo e excitação que só aumentava na medida que se aproximava de seus destino. 
Todas as noites tendo como sua testemunha apenas a luz da lua ele saia de sua casa como um rato escondendo-se entre arbustos, latas de lixo ou qualquer coisa que servisse para encobrir seu corpo e sua sombra.
Professor Leonardo,  homem integro, bom vizinho, amigo de todos e de todos amigos, homem ético conhecido por sempre manter uma vida regida por padrões, um homem que não era questionado em nenhum momento ou confrontado.
Perto de olhares de terceiros sempre sorrindo sempre amistoso nada fora do comum até comum de mais, solteiro sempre dizia que essa vida de casado não era para ele, tinha suas manias e sabia que nenhuma mulher aceitaria isto, os ouvintes sempre davam risadas as moças suspiravam em uma profunda tristeza, um homem tão belo, bem de vida era um partido perfeito, mas Leonardo tinha razão sobre suas manias nenhuma pessoa em sã consciência o aceitaria, apenas uma louca, uma demente compactuaria com seus peculiares desejos e vontades.
Transformado por seus desejos sombrios, ele não sabia quando isso tinha iniciado nem se teria um fim, apenas sabia que em cada noite em cada sombra noturna ele se transformava não fisicamente como um lobisomem ao menos não visivel era uma mudança interna como uma fera como um monstro era quase Mr Hyde misturado com  o monstro de Frankenstein, quem sabe tudo isso e mais um pouco.
Dia após dia mantinha seu segredo encravado em sua normalidade mantido sobre uma aparência perfeita era como ser Deus e o Diabo o bem e o mal tudo isso em uma única pessoa.
Ele já tinha sua mais nova vítima uma jovem com seus vinte e poucos anos talvez menos, morena de pele branca que resplandecia sobre a luz dos postes da rua , Leonardo já via seu corpo nu reluzindo não mais pela luz da lua, mas pelo sangue que logo escorreria por sua garganta manchando o tom branco em rubro liquido de tom intenso, manchando sua alma.
Noite após noite era assim que seus desejos eram saciados, tomando para si a vida de terceiros, mulheres,crianças, homens, velhos... Todos e qualquer um que seus impulsos levassem.
Dia após dia ele mantinha suas manchas de sangue escondias em sua normalidade em uma vida comum.
 
 

domingo, 10 de novembro de 2013

Pseudo Juventude

Nada como uma boa volta pelo centro em um domingo escaldante, fugir da reclusão de casa, fugir do calor domiciliar, relaxar e ver pessoas.
Me acomodo em um canto qualquer, uma bela sombra perto do grande chafariz em minhas mãos minha melhor companhia um livro naquela tarde Drummond conversava comigo.
Um olhar as doces rimas do poeta outro ao ambiente que me cercava, muitas pessoas todas a sorrir e a conversar era quase que ensurdecedor todo aquele barulho, mas nada que me afastasse das palavras.
Uma rima aqui e uma espiada ao mundo e assim era por algum tempo e cada vez mais a praça se enchia de vida de todos os tipos para todos os gostos, velhos, adultos, mães e seus filhos, pais e seus filhos e jovens estes eram maioria esmagadora.
Jovens que gostam de sentar em um banco de praça e apreciar uma boa conversa, jovens com sua idade, se vestindo e se comportando como se deve, jovens...
Tola utopia da juventude que de jovens só tem o número no RG, comportamento muito abaixo do que se espera, forma de se vestir algo moda praia, mas sem a praia, boas conversar apenas via internet, sentar baixar a cabeça e tec tec no celular.
Eu me pergunto o motivo essa resposta quem sabe nunca terei.
Drummond  poeta velho e com sua sutileza em palavras e pensamento talvez tenha a resposta.
Mundo diferentes, épocas distintas meu querido leitor, sentas neste banco e sabes que a resposta nunca terá, pensar e pensar não vai limpar sua mente, juventude é juventude, tola e utópica com sua babaquices de sempre, com sua maturidade precoce que só serve para enganar a si mesmo, eu por muito tempo vi e escrevi sobre eles suas vidas e seus amores.
Não vou  ficar aqui relatando que no meu tempo era diferente e olha que meu tempo nem faz tanto tempo assim, mas com meus doze e poucos essa idade ainda era marcada pelas brincadeiras bobas, pelas infantilidades de praxe de uma criança não de um pseudo adulto viciado em tecnologia, quem sabe estou ultrapassado e já não consigo mais seguir por essa juventude toda, quem sabe e só quem sabe o pseudo adulto seja eu mesmo ou ainda sou ainda aquela criança boba que brinca de ser criança ou uma pseudo criança que cada vez mais prefere os poetas mortos do que os jovens vivos.
Diferença não faz deixa o jovem ser o jovem de sua forma errada e conturbada em seus erros se descobre os acertos ao menos deveria ser assim.
Nem todos são assim, nem todos estão errados como nem sempre você esta certo, a vida é estranha e cada vez mais ela se modifica o ontem já esta ultrapassado hoje, como o amanhã será mais avançado que o hoje.
Não busque respostas para os acertos  busque apenas  a poesia em cada erro.   
"Se procurar bem, você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida."
*Carlos Drummond de Andrade



quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Palavras sem Cores

Ao fim que sempre resta meia dúzias de palavras, o que tinha sentido pleno hoje apenas vagas estão.
Que triste uma pessoa me diz, devo concordar, um balançar de cabeça e nada mais, sem outras palavras para estas, pois o fim já fora consumado.
O mundo sofre de tristeza profunda penso eu, nem psicólogos resolvem mais esta patologia chamada  sociedade, a solução é simples camisa de força e remédio excessivos, muitos já são adeptos disso, muitos já estão babando por ai, levando na cara, sofrendo no peito, mas nada faz diferença estes já estão curados já foram salvos.
Todos buscam sua salvação e por muito tempo estive mergulhado na salvação com rendição de pecados e tudo mais, mas com o passar do tempo o que pensava ser meu paraíso o castigo eterno se torno, nada de fogo ou um monstro que me mastigava pela eternidade o que acontecia era simples um mundo de indiferença sem cor, sem vida sem nada.
Minhas palavras morrem assim como eu.
Morrer nunca é o bastante como gosto de pensar, ter um mundo em preto e branco não é tão interessante como nos filmes de Carlitos.
Ao fim que retorno para minhas palavras pois estas ainda são o que de melhor tenho são o meu melhor eu retratado em tinta e papel, ao fim que meia dúzias de palavras são muito mais que uma vida em preto e branco que uma vida sem ser sentida. 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Utopia Brasilis

Somos amores 
dores mentiras 
e verdades 

Somos corruptos 
corruptores 
mentirosos amáveis

Somos o verde 
o amarelo 
o azul 
e um pouquinho vendidos 

Somos humanos 
erramos um tanto 
e mais um pouco 
para ter certeza 

Somos aquilo 
que não gostamos 
não o que desejamos 

Somos incertos 
corretos 
somos assim 

Somos de tudo 
sem ser de nada 

Somos utopia 
somos Brasil !

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Refém de um Livro

Em um primeiro momento nem tinha dado falta de nada, minha casa estava na mais perfeita ordem até minha bagunça permanecia a mesma, tudo como eu havia deixado, mal sabia o que estava faltando.
Fiz o que tinha que fazer essas coisas domésticas uma limpeza aqui outra ali, janta, louça...
Ao fim que sento para ler...
Ler o que ?
Não achava meu livro, não estava onde deveria, fiz uma busca detalhada em todos os cantos, todas as frestas e todos os buracos que um livro poderia se esconder, mas sempre em vão nada de livro.
A bagunça da casa se tornou um caos tudo espalhado tudo atirado menos livro.
Naquela noite não dormi, estava sem reação, estava perplexo, estava sem meu livro, como poderia ficar sem saber o desfecho final da trama? Quem mata quem ? Quem matou quem ? Quem vai preso se for preso?
Quem, O Que, Quando, Como...
Ahhhhhhhhhhhh!!!!
Oito horas em ponto quando a livraria abre suas portas eu estava lá, parado como um mendigo de livros um pedinte do saber, um viciado no cheiro de livros apenas um leitor sem seu livro.
Nada do livro ali também, fui em outra livraria e outra e outra e outra e outra, nada vezes nada sempre esgotado sempre sem livro.
Voltei para casa e logo na porta um pacote, sem nome nem endereço, apenas uma caixa com meu nome, levei para dentro e abri, não podia acreditar no que estava dentro, era nada mais que a primeira página de meu livro, mas como, quem, por que ?
Não havia nada na caixa, nem resgate nem um motivo, apenas a página mutilada de meu querido livro.
E assim se seguiu dia após dia uma página que chega, sem nada apenas e simplesmente as páginas.
Primeira... Vigésima oitava... Quadragesimal quarta...Centésima...
Uma página por dia, um pedaço de mim que era rasgado, eu estava mutilado assim como meu pobre livro que nas mãos de um sádico permanecia.
Cada vez mais eu estava sedento por saber o fim do livro era uma tortura lenta que me consumia aos poucos assim como meu livro. 
Por fim a penúltima página, já tinha lido e relido tudo, agora apenas faltava o revelar-se da trama o bater de palmas e o cair das cortinas.
Apenas pensei, pois no outro dia corri para buscar as palavras que faltavam e por fim eu poder descobrir o tão esperado final, mas nada onde estava a página, não era tortura suficiente mutilar e enviar aos pedaços meus livro? O que mais o torturador queria, eu estava definhando pouco a pouco, não comia, não dormia, apenas na espera das páginas, que misteriosa pessoa me mandava e agora nada...
Esperei parado na porta, dia seguente nada de página, quarto, sexto...
Esperei e como esperei mas nada chegava, por fim deitei e dormi, sonhei com o final do livro que queria ou desejava, mas sem a certeza e sem livro, dormi e tive o sono mais profundo e nunca mais acordei.


domingo, 3 de novembro de 2013


Requiem em Tinta

Que eu pague
pelos pecados de minhas palavras
em outro mundo ou tantos outros que minha vida permitir.

Que eu escreva pelo último segundo 
que o resquício final 
de minha alma ou o que penso ser ela 
fiquei eternizado em paginas 
emboloradas
com aquele cheiro de mofo 
o mesmo cheiro 
que impregna meus livros 
  
Que meus dedos não estejam 
manchados de sangue 
mas sim manchados de tinta 

 Que minhas rimas 
nem sejam mais rimadas 
e meus amores 
nem sempre amados 

Que eu leve comigo aqueles 
que amei 
que fiquem comigo 
eternizados 
em minhas palavras 
que fiquem aqui comigo 
mesmo quando não os mais 
tiver comigo
ou eu com eles.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Fé, Fides, πίστη...

Pois minha fé não está crucificada
nem queimando com as bruxas na fogueira
minha fé vai além de não comer porco
não esta em uma saudação ao sol 
nem em ritos para a lua  
beber sangue de animais 
ou furar bonecos com agulhas

Não faço orações antes de dormir 
nem ao acordar 
em minha fé não agradeço a cada célula que tenho 
nada de santos 
cruzes 
estrelas 
ou qualquer símbolo 
minha fé
vai além de matar por Deus
vai além de matar Deuses.