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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

E Por Que Não ?

O paraíso 
está manchado de sangue 
enquanto 
no inferno 
flores brotam do chão 
e por que não ?

Deus é um boneco 
na mão direita do homem 
o Diabo um fantoche
que esta na esquerda 
e por que não ?

O homem pode ser Deus ?
o homem pode ser o Diabo? 
quem sabe os dois 
ou nenhum 
ou nada 
ou todos...

 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Sem Palavras

Sem palavras por hoje 
sem amores nem dores 

nada de um romantismo barato 
meloso e com final feliz

nada de minha ironia 
sem críticas ao governo por hoje 
deixe que roubem em paz 

não tenho sonetos 
e nem tragédias gregas 

minhas rimas 
não estão rimando 
 minhas palavras 
se esvaziando 
pouco a pouco 
sem ter palavras 
sem ter 
nada

domingo, 27 de outubro de 2013

Olhos de Esmeralda



Noite após noite me habituei a não sonhar, meu inconsciente se matinha em segredo que ainda não poderia ser revelado para mim mesmo. 
Talvez pensamentos obscuros, memórias de um passado atormentador, cenas de uma realidade que escondi para não sofrer ou apenas distúrbios de sono, não sabia por que não sonhava, simplesmente não sonhava.
Nada de anormal naquela noite tudo estava como sempre foi, vida pacata, trabalho sossegado e pensamentos em inercia.
Na noite em questão acordei subitamente, ao olhar no relógio vi no marcador digital serem três horas da noite, fui ate o banheiro lavei o rosto e retornei para cama esperando voltar ao meu tranquilo descanso noturno.
Apenas pensei, naquele momento meus pensamentos não estavam mais em inércia, revoados e atormentados se mantinham meus pensamentos, meus olhos vidrados ao nada eu estava refazendo meu sonho.
Assustado e nervoso, mas realizado, pois de fato eu poderia sonhar, fiz um grande esforço para lembrar tal sonho e descobrir o que de mim por tanto tempo foi escondido.
No sonho nada de especial ou grandioso, era apenas um par de olhos refletidos em uma poça de água de um dia cinzento, onde a única cor presente era o tom esverdeado daquele misterioso olhar, era apenas eu e os olhos, não conseguia identificar de quem pertencia aquelas duas esmeraldas com capacidade de ver, não importava o que fazia era apenas os olhos que podia ver.
Eram lindos olhos de verde profundo, tímidos e sinceros de uma calma sem fim.
Não dormi mais naquela noite, apenas pensando em tais olhos, no outro dia me esforcei para retornar aquele sonho e poder identificar de quem era aquele olhar de brilho raro.
Ao dormir estava diante deles novamente, mas apenas os olhos, sempre eles, agora refletidos no retrovisor de um carro preto, o que aquilo significava? Nada ou tudo, ao que parecia eu estava apaixonado por olhos desconhecidos que existiam ou não.
Noite após noite aquele olhar me atormentava e durante o dia eu o perseguia, era uma busca por olhos que não conhecia.
Esquinas, becos sujos, grandes centros, cidades pequenas... Minha vida se resumia a busca que poderia nunca ter um fim ou teria apenas quando os meus olhos parassem de ver.
De um simples sonho onde olhos mudos falavam mais que mil bocas juntas e de palavras silenciosas, mas sempre doces e verdadeiras, eu tornei aquele olhar minha obsessão, transformei em minha vida aquilo que por anos escondi em lugares escuros de meu inconsciente.
O fim de minha busca chegou mais cedo do que eu pensava e sem gloria ou olhar alcançado, minha busca não teve fim com minha morte ao menos não total, aquela busca pelo olhar de esmeralda teve seu fim em uma noite muito parecida com a que aqueles olhos foram revelados a mim.
Minha busca teve seu fim quando eu parei de sonhar e o verde reluzente do olhar misterioso, tornou-se novamente apenas escuridão noturna, ao certo o olhar retornou ao fundo do poço de meus pensamentos em inercia.
Novamente sem olhos e sem sonhos.
Alguns dias depois em qualquer fila, de banco ou algum restaurante não lembro bem, me deparei com aquilo que tanto busquei e por fim tinha esquecido os olhos, aqueles olhos que tanto busquei e sempre fugiram.
Estavam agora diante de mim aqueles olhos, agora não somente eles eram uma boca de fino traço manchada por um batom de cor discreta, olhos contornados e realçados por linhas escuras, cabelos negros e curtos, os olhos de esmerada não eram apenas olhos.
Era uma boca, nariz, orelhas, cabelo, olhos... O tom esverdeado não estava sozinho e a partir daquele momento nem eu, agora não precisava sonhar, pois minha realidade tornou-se meu sonho e meu sonho minha realidade.     

sábado, 26 de outubro de 2013

Cadáveres Lúcidos

Morrer como saber quando morrer 
Se morto já estou, não sei
Imagino estar

Mas engraçado que sinto
Amo
Desejo
Sofro
Padeço
Encanto
Desencanto e amo mais um tanto
 
Sou um cadáver sentimental?
Sou...
Sou algo, sou aquilo que é dito não sentido?
Sou um ser mórbido que pensa ou pensa pensar?
Quem sabe um morto que busca o descanso eterno?
Quem sabe estou pagando por pecados em vida?
Pecados que não lembro quem sabe esqueci ou nunca os tive

Mas se bem que...
Talvez e só talvez quem saiba sou o único que vivo está
Que respira e sente
O mundo então morto estaria
E sozinho permaneço perambulando entre cadáveres lúcidos
Mortos fora de suas tumbas
Que desconhecem sua própria morte
 
Pois para estar morto não precisa de caixão
Velas e lágrimas
Morrer, descansar,  sono eterno...
Mas antes deste se mata o coração
Morre os sonhos
Morre os desejos
Morre o homem
Morre sem ser sepultado
Morre por deixar de ser
Morre apenas por querer
Morrer simplesmente por esquecer.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Brasil sem Lógica

A  lógica do Brasil
é não ter lógica
ou quase nenhuma

José ou Zé
para os íntimos
pena de dez anos
por roubar um saco de pão

Padre Afonso
Aos fins de semana gosta de sair com meninos
brincar e se divertir

Pastor Nestor
acredita que o caminho do céu
se consegue com um carro sport

Prefeito Sandoval 
honestidade e trabalho
ao menos na frente do povo

Padre Afonso
Pastor Nestor e Prefeito Sandoval
e tantos outros
se reúnem aos domingos para um churrasco
e dão risada da cara de Zé.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Tempo das Palavras

O tempo das palavras 
é um tempo 
distinto de outros tempos 
 
O tempo do relógio veja bem 
faz Tic Tac Tic Tac 
sem parar 

O tempo do homem 
e vida 
e morte

O tempo das palavras 
por outro lado 
é compassado 
rimado
sonorizado 
escrito 
cantado 
soprado 
apagado 
 
Tudo isso sem ser imaginado
Sem ter um futuro 
ou um passado

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Momentos

São tantos momentos 
Muitas lembranças 
Que nem sempre tenho 

Noites perdidas
Mas
Encontradas com você

Sonhos construídos com sua ajuda 
E realizados em vida 

Beijos pela eternidade 
Abraços ao fim do dia 
E ao nascer do sol 

Lágrimas derramadas
E desfeitas com sorrisos 

Olhares que se seguem 
E seguem os teus

São tantos momentos 
Que ainda não temos 
Ainda
...


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Tantas Vidas

Vivemos tantas vidas 
Tantos amores 
Tantas dores 

Nascemos
e
Morremos 
Nem sempre nesta ordem 

Tantas vezes despertamos
E dormimos 
Mais um pouco 

Sonhamos 
Ou pensamos 
Sonhar

Acordamos 
Sem despertar 
Sonhamos sem sonhar


sábado, 19 de outubro de 2013

Parabéns ao nosso Poetinha ao nosso Vinicius

Parabéns ao nosso Poetinha ao nosso Vinicius
E o mundo ao menos parte dele
Se esquece de lembrar
Se esquece de sonha pelas palavras do poetinha
Mas suas palavras e suas rimas para sempre estão ao mundo para quem quiser sonhar e sonhar mais um pouco.


Parabéns Vinicius Moraes, Parabéns ao nosso Poetinha

Marcus Vinicius de Moraes ou apenas Vinicius de Moraes ou ainda o nosso poetinha, 100 anos hoje faria.
Suas letras pelo mundo se encontram, morto nunca esteve pois um imortal ele é onipresente em cada letra em cada canção ele esta pelo mundo.
Parabéns ao gênio, parabéns Vinicius.
Quarto Soneto De Meditação - Vinicius de Moraes


Apavorado acordo, em treva. O luar
É como o espectro do meu sonho em mim
E sem destino, e louco, sou o mar
Patético, sonâmbulo e sem fim.

Desço na noite, envolto em sono; e os braços
Como ímãs, atraio o firmamento
Enquanto os bruxos, velhos e devassos
Assoviam de mim na voz do vento.

Sou o mar! sou o mar! meu corpo informe
Sem dimensão e sem razão me leva
Para o silêncio onde o Silêncio dorme

Enorme. E como o mar dentro da treva
Num constante arremesso largo e aflito
Eu me espedaço em vão contra o infinito.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Como uma Lágrima

Como uma lágrima desejo ser 
De um olhar desconhecido cair e me perder 
Encontrar-me entre sentimentos e emoções 
Perder-me entre desejos e alucinações
Contornar os finos lábios de uma musa 
Deslizar pela sua face oculta 
Cair ao peito e morrer no coração de quem a derruba.

*Coautora Victória Macedo Hein

quinta-feira, 17 de outubro de 2013


Morbidez Divina

Onde os heróis morrem os vilões são eternos
Onde os vilões podem morrer os heróis são esquecidos
Ideologias e crenças vagas, escritas pela fé
Escolhas feitas por Deuses, nunca por homens
Caminhos traçados para Deuses andarem
Jamais por homens
Onde Deuses podem morrer
O homem não pode existir
Ao menos ainda não


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Vida em Saldo Negativo

Injustiças de uma vida 
Essa vida mesmo que chamamos de nossa
Ou pensamos ser nossa 

Uma vida em 12x
Com muitos juros 
E parcelas vencidas 

Estamos no limite 
No saldo especial 
De nossa vida 

Ao fim sempre pagamos 
De uma forma ou de outra 
Com dinheiro ou com a alma 


sábado, 12 de outubro de 2013

Sala de Espera

Angústia e monotonia jogados em uma sala de espera.
Mudos, calados cada um em seu estado de inércia, apenas esperando, sempre esperando por seu nome.
Tic Tac Tic Tac o som do relógio é o único que se manifesta.
Um Tic Tac nervoso.
Um Tic Tac ensurdecedor.
Apenas um Tic Tac e somente um Tic Tac.
Olhos atentos mãos tremendo todos a espera, sempre na espera.
Um exame bem sucedido, uma doença que se espalhou, uma vida que cresce vagarosamente se nutrindo no útero daquela mulher e logo logo mãe outros que têm seu fim definido com data e hora marcada para ser sepultado, mas todos sempre na espera.
Em um momento qualquer sua vez chegará e seu nome será chamado no fim do corredor.


 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Duas Faces

São dois lados
Lados distintos
Lados iguais 

Uma face cria 
O que a outra destrói 

A mesma destrói
Para a outra recriar 

Uma face mata 
A outra renasce

Uma face descansa no paraíso
A outra queima no inferno

Uma esta mergulhada no pecado
A outra se santifica a cada dia

Enquanto uma face se oculta 
A outra se mostra 

Uma face completa a outra 
E a outra completa uma face 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Anjos e Homens

Ao homem de asas 
As asas de um homem 

Um anjo que voa 
Um homem que sonha 

Uma asa sem anjo 
Um homem sem sonhos 

Um sonho sem homem 
Ou asa sem anjo 

Um anjo que é homem 
Homem que é anjo 

Uma asa que sonha 
Um sonho que voa

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Simplesmente Mundo

Ao mundo 
Simplesmente mundo 
Complexo 
Cheio 
E imundo

Ao mundo 
Que vivemos 
Odiamos 
Esquecemos 

Ao mundo 
Que dependemos 
Extorquimos 
Vendemos 

Ao mundo 
Que ainda temos 
Aquele nem tão azul 
Nem tão verde 
Mas, de muita gente 
É gente de mais 
Pra pouco mundo

Simplesmente um mundo

sábado, 5 de outubro de 2013


Aqueles Humanos

Ao mundo dos humanos 
Aqueles mesmos 
Que amamos 
Odiamos 
Depois amamos mais um pouco 
E mais um pouco odiamos 

Tantos humanos 
Aqueles humanos  
Corretos 
Éticos 
Incertos 

Tantos outros 
Imorais 
Banais 
Boçais 

Ao mundo dos humanos 
Não ao meu 
Mas, no mundo dos humanos 
Outro humanos 
Sou eu 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Ao Mundo dos Homens

Ao mundo com desprezo 
Um olhar desatento 
Sem importância 
Sem carinho 
Sem alento 

Ao mundo da imortalidade 
Que não espera pela morte 
Acredita na vida 
Sem viver a vida 

Ao mundo que não quer saber 
Finge não ver 
Nem gosta de sentir 
Escutar 
Falar 
Pensar 

Ao mundo dos homens 
Com suas mentiras 
Verdades 
Falsidades 



terça-feira, 1 de outubro de 2013

Breve Momento

E aquilo que aparenta
Em um breve momento aparenta ser
Ser aquilo que nunca pensou
Imaginou
Nem sonhou

Em um breve momento
Aquilo muda
Muda ser
pensa ser
acredita ser

Em um outros tantos momentos acredita não ser
Não ser aquilo que sonhou
Desejou
Acreditou
Amou

Ao fim só resta deitar
Morrer
Esquecer
Sonhar