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sábado, 28 de setembro de 2013

Um Bom Dia Para Morrer -Epílogo

Ao acordar pela manhã, lá estava ele.
  -Hoje é quinta-feira, sem futebol, vamos logo que tenho muito o que fazer.
  -Eu adoraria ir, juro mesmo, mas hoje tenho uma reunião muito importante em meu trabalho.  Muito mesmo, esta reunião vai definir a vida de todos os funcionários da empresa.
  -Eu sei como é isso meu caro Leonardo, também sou responsável pela vida de tantos, de outra forma mas responsável. Vou permitir mais um dia, mas eu volto eu sempre volto.
Enganar a morte uma vez era ótimo, mas duas isto era fantástico.
Sexta-feira pela manhã lá estava novamente ele, esperando por Leonardo.
  -Espero que tenha se despedido de seus familiares, pois hoje vamos fazer uma viagem sem volta.
  -Bom dia Senhor Morte, desculpe Senhor Coletor. Temos um pequeno problema, minha mãe, sabe ela mora em outra cidade e eu não posso morrer sem ver ela uma última vez.  Eu só consigo ver ela nos finais de semana.
  -Você devia ter feito isto durante a semana, você sabia que eu voltaria.
  -Eu sei eu sei, desculpe, mas meu trabalho, ele é bem complicado tenho muitas responsabilidades, prazos curtos pra cumprir.
  -Trabalho com responsabilidades, prazos curtos... Francamente Leonardo não venha falar disso comigo, meu trabalho é bem pior que o seu, sem falar que meus chefes são Deus e o Diabo, você não sabe de nada, só reclama.
  -Ei calma ai você. Esse seu trabalhinho de coletor de almas deve ser uma barbada, garanto que eu faço muito mais rápido que você e muito melhor.
  -Mais rápido e melhor que eu? Ora ora espertinho você, que tal tentar ?
  -Como assim ?
  -Quer ser um coletor de almas e fazer meu serviço, senhor eu faço tudo melhor que os outros.
  -Se eu aceitar eu não vou morrer?
  -Pelo contrário você terá vida eterna.
Leonardo pensou e pensou, por que não, já estava cheio de sua vida e imortalidade isto lhe agradava.
  -Eu aceito o trabalho.
  -Que assim seja seu desejo é uma ordem Leonardo.
O coletor aproximou-se e colocou sua mão direita em cima da cabeça de Leonardo.
  -Feche seus olhos e tente não pensar em nada.
Ao fechar os olhos Leonardo sentia como se uma corrente elétrica percorresse toda a extensão de seu corpo, que fazia o tremer compulsivamente.
  -Prontinho, pode abrir seus olhos agora.
Ao olhar para o coletor Leonardo via a si mesmo como um reflexo muito real. O coletor levou ate Leonardo um espelho e o que era refletido não era mais humano, olhos negros e sombrios, terno preto e aquele branco mórbido.
  -Eu sou você Leonardo eu cuido de sua vida agora, no caso minha vida.
Leonardo se sentia muito bem, apesar de sua nova aparência.
 -O que tenho que fazer agora ?
 -Aqui esta sua lista para hoje.
 -Como assim oitocentos nomes.
 -Sua meta diária, ande logo que só tem oito horas para coletar as almas. É fácil, vai ser barbadinha para você, escolha um nome qualquer da lista fale ele em voz alta e será levado ate a vítima, para coletar sua alma basta tocar em sua cabeça. Vamos logo com isso que eu também tenho que trabalhar. Ate algum dia Leonardo, mas hoje não.
Leonardo escolheu um nome aleatório da imensa lista e como um estalar de dedos estava diante de sua primeira coleta.
  -Mas quem é você, o que faz em minha casa?
  -Saudações Juliano, eu vim buscar sua alma, sua hora chegou.
  -Me buscar, minha hora... Então você é  a morte!
  -Na verdade sou um coletor de almas, não morte. Vamos logo que tenho muito o que fazer ainda hoje.
Juliano pensou e pensou.

 -Mas justo hoje Senhor Coletor em plena sexta-feira...

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Um Bom Dia Para Morrer - Part II

Ao ouvir aquelas palavras, Leonardo se lembrou de seu pesadelo e desta vez podia escutar claramente o que o tal homem falava.
   -Hoje ainda não. Amanhã sim. Amanhã é seu dia Leonardo. Engraçado ou irônico Leonardo não estava apavorado com aquela situação era como se soubesse que receberia tal visita tão estranha. -Você estava em meu sonho!
    -Pois bem estou aqui, hoje é seu dia, sua hora chegou.
 Enquanto falava os olhos obscuros reluziam e o homem apontava para um relógio na parede.
   -Meu dia? Minha hora? Como assim, quem é você, o que é você?
   -Não tenho que dar explicação para você, mas hoje estou de ótimo humor e uma conversinha sempre vai bem.
   -Então me diga quem é você e o que quer comigo. -Simples Leonardo eu quero sua alma. -Minha alma? Então você é a morte!
   -Morte... Humanos com suas denominações, eu sou um coletor de almas, serviço terceirizado, eu faço o trabalho sujo de Deus e do Diabo.
   -Coletor de almas... Então é meu fim?
   -Gosto de pensar que seja um novo começo para você, de sofrimento ou de prazer, mas isto já não faz parte de meu departamento.
   -Mas por que eu? Sou tão jovem ainda.
   -Ora não sou eu quem escolhe, eu apenas recebo uma lista, vou lá pego a alma, limpo tudo e faço parecer um acidente, apenas isso.
    -Mas como...
    -Chega desse papinho, não precisa pegar roupas nem sua escova de dente, apenas sua alma.
 Leonardo pensava em muitas coisas, coletor de almas, lista, trabalho terceirizado, mas tinha uma certeza ainda não era seu momento final, mas o que poderia fazer ao pensar Leonardo olhou par um pequeno calendário em cima da mesa e pensou em algo.
   -Mas justo hoje, Senhor Morte quarta-feira... Dia de futebol na TV, sabe nem sou muito, mas é a final do campeonato do meu time de coração, tenho que ver meu time levantar uma taça antes de morrer.
O coletor fez um movimento com a cabeça como se pensasse.
Leonardo não sabia se daria certo, mas por que não tentar o que poderia acontecer de mais, ora apenas morrer, nada além.
   -Final de campeonato, jogo de futebol. Ora essa esta bem, apenas vou poupar você hoje, pois estou atarefado. Mas amanhã você não me escapa.
 Então deu certo, Leonardo ganhou um dia a mais de vida, agora tinha que pensar o que faria quando o coletor retornasse.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Um Bom Dia Para Morrer - Part I

Leonardo, cidadão comum, vida comum, um dito cidadão respeitado e amado por os de sua volta.
Nada de mais fazia dele especial, até muitos outros ainda eram muito melhores que ele.
Naquele dia Leonardo não foi trabalhar, estava cansado, mais que o normal, quem sabe devido a sua péssima noite de sono, isto se se poderia chamar aquilo de sono, foi uma noite de pesadelos constantes.
Um homem, ao que parecia ser um, trajava um lindo terno, todo preto de pele muito branca que dificultava o encarar e de olhos totalmente negros de um tom sombrio que gelava a alma e fazia ter medos infantis. Leonardo via este homem refletido em um grande espelho dourado, onde deveria estar seu reflexo o tal homem ocupava o lugar.
O tal homem apontava para Leonardo, mas nenhum som, nenhuma palavra saia da boca do homem, apenas um abrir e fechar de lábios nada além, era apenas um pesadelo não significava nada para Leonardo.
Ao acordar pela manhã Leonardo não podia acreditar no que seus olhos lhe mostravam, era o tal homem de olhos sombrio e terno preto. 
Estava sentado em uma poltrona calmamente e parecia esperar por Leonardo.
   -Ei você! Como assim. O que faz em minha casa?
   -Ora ora meu caro Leonardo, não se lembra de mim ?
   -Claro que não !
   -Pense bem, refaça seus sonhos desta noite e lá vou estar.

sábado, 21 de setembro de 2013

Palavras Mórbidas

Escrevo sobre a morte
 pois da vida já estamos fartos
Descrevo mundos que não existem ou existem, não se sabe ao certo
Contorno corpos frios e mórbidos 
com palavras rimadas ou não
Sufoco homens e retiro seu suspiro final.
Invoco deuses de olhos claros e barba branca e outros tantos que desconheço.
Descrevo a morte
Pois a desconheço 
E a reconheço em meus sonhos. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Heróis de Capa


São crianças correndo
Se estapeando
Sorrindo e brincando
Pequenos heróis sem capa
Pequenos imortais
Ainda incorruptos
 
Amanhã são homens
Ocupados, atarefados, sórdido e desinteressados
Heróis de capa vermelha
Patriotas e imorais
Corruptos e corruptores
 
Depois de amanhã são velhos
Banguelas, louco, conservadores e morais
Heróis de capa mórbida
Em cima de caixões de segunda mão
Heróis mortais e imorais 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Dormir no passado Acordar no futuro

Andar
Correr por ai
Ate o dia acabar
O sol nascer e tudo recomeçar

Em tardes ensolaradas
Melodias e letras
Manhas frias em bancos gelados da praça
Uma bebida para esquentar e calor humano
Nada mais

Um dia de cada vez
Sem pensar no amanhã
Sem pressa de andar
Temos a eternidade para aproveitar

Um dia qualquer
Deitamos no passado
Acordamos no futuro
Não temos mais nada
Não existe mais nada
A não ser lembranças 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

sexta-feira, 13 de setembro de 2013


Sonhar

Sonhei o mesmo sonho 
O mesmo sonho da noite passada 
E o mesmo da semana passada 

Sonhei que caía 
Sonhei que voava 
Sonhei que sabia de quase nada 

Sonhei com o mar 
Sonhei com o céu 
Em um sonho morria 
No outro nascia 

Sonhei que andava 
Sonhei que corria 
Sonhei que parava 

Sonhei que...
O despertador toca 
Por hoje não sonho mais. 

sábado, 7 de setembro de 2013

Patriota por 24 Horas

Acordei mais patriota hoje cedo.
Em minha mente cantarolava o hino nacional, ao longe escutava os ruídos do desfile, tambores, sirenes, pessoas...
Todos muito bem alinhados, bons brasileiros cumprindo seu dever cívico, e eu também.
Ó pátria amada
Idolatrada
Salve! Salve!
Lá Lá Lá Lá
Brasil!
Blá Blá Blá
Bandeirinhas de plástico balançando ao vento.
Um dia especial, feriado nacional.
E assim vai, até o fim do dia
Uma dose extra de patriotismo
Patriota por 24 horas.





sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Fim do Dia

E ao fim do dia cansado ele se retira
Vai deitar e descansar
Estrela de fogo que queima sem parar
Com ele vai à luz e o céu azul
Por hoje já chega
Por hoje a luz se apaga
Escurece
Esfria
Adormece
Amanhã bem cedo retorna
Como se nunca fosse embora
*Foto tirada pela minha estimada Ana Julia Okiishi.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Céu e Mar

Quando o mar toca o céu
O mar pode voar
Planar e sonhar
Tomar a forma que desejar
Quando o céu toca o mar
Ele pode submergir
Se esconder na profundeza
Nadar e nadar sem se afogar
Mas o mar não toca o céu
Nem céu toca o mar
Apenas olhar e sonhar
Esperando pelo dia em que o céu será o mar
E o mar será o céu
*Foto tirada pela minha estimada Ana Julia Okiishi.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Humanos Estranhos

Dando uma volta por ai o que vejo sempre é incomum
São pessoas estranhas com suas vidas estranhas
Hábitos estranhos, jeitos estranhos
Humanos estranhos ou isso que pensamos ser
Um gordo careca que não para de comer
Uma mulher de 50 que pensa ter 20 outra vez
São humanos estranhos em suas normalidades
Vidas pacatas e estranhas
Trancados em seus quartos com seus estranhos hábitos
Em frente ao espelho esquecemos de ser politicamente corretos
Somos estranhos sempre estranhos
Normal e comum pareço aos meus olhos, estranhos sempre são vocês nunca eu
Estranhos normais pacatos humanos, estranhas vidas
Estranhos comuns, humanos de hábitos estranhos, somos estranhos querendo ou não somos todos assim Estranhos humanos, sempre humanos, sempre estranhos
Um Pai de família casado e respeitado, estranho lhe parece para saciar seus desejos proibidos
Uma filha de cristo reza ajoelhada, outras coisas mais ela faz ajoelhada, onde os olhos de nosso senhor não podem ver
Estranhos humanos de vidas estranhas
Somos todos estranhos querendo ou não
Sempre humanos
Sempre estranhos