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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Borboleta Laranja

Não importava quanto tudo se movia rapidamente, a pequena borboleta permanecia imóvel, uma vez ou outra apena um leve abrir e fechar de assas nada, além disso.
Ela parecia admirar o mundo, separada apenas por um vidro, o mundo lá fora em seu ritmo frenético, talvez ela apenas descansasse, devia estar exausta de tanto voar por ai.
Ao seu lado apenas um único admirador, que por alguns instantes permanecia imóvel acompanhando aquela linda borboleta laranja.
Era pequenina e ele imaginava também ser um tanto que frágil, mas acima de tudo bela, como o próprio sol. Seu tom alaranjado enchia seus olhos e sua sutileza o fazia sorrir.
Em um último bater de assas ela buscou o céu, fazendo um contraste com o azul.
Uma única cor, um pingo de tinta laranja em uma tela azul sem fim .

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Alucinação Temporal

Já faz algumas horas que estou em uma alucinação consciente, não sei ao certo que horas são, pois perdi minha noção sobre a realidade.
Sem piscar permaneço com os olhos vidrados em um grande relógio a poucos metros de meu corpo, com os olhos estáticos para aqueles números distorcidos, ponteiros tortos e seu pêndulo que faz um som infernal, TIC TAC TIC TAC para lá e para cá, como em um ritmo musical, que pouco a pouco me faz seguir seus movimentos com os olhos.
Estou hipnotizado, horrorizado e fascinado pelo tempo, não consigo distinguir seus números sendo assim me perco em meu próprio tempo.
A cada volta de seus ponteiros desejo que seja o último, o que vai acontecer em sua última volta? Eu não sei, talvez o relógio pare ou quem sabe eu desabe sobre o chão morto.
Ate que eu descubra qual é o fim do tempo eu permaneço ali, parado olhando incessantemente, encarando seus números sem piscar, pois tenho medo que o tempo fuja novamente de minha visão.

Céu Acinzentado

O céu não estava azul como de costume, naquele dia a parte de cima era preenchida por um tom acinzentado, que por sinal me agradava muito mais que aquele azulzinho, que satura meus olhos.
Em contraste com o cinza, um sol opaco e sem vida, mas que ficava perfeito com aquela cor de chumbo que predominava no infinito do céu.
Aqui em baixo, luzes artificiais auxiliavam na percepção humana.
O ar conspirava com o tom do céu, um tanto que frio e com uma leve corrente de vento que cortava os lábios.
Na medida em que o cinza era trocado pela densa escuridão sua corrente ficava mais afiada.
Pouco a pouco o cinza foi trocado por um tom escuro, o cinza virou preto, mas ainda sim era cinza, sempre cinza.

Hobby

Dizem que sou insensível
Que eu não sei amar
Mas que culpa tenho
Se meu coração gosta de pensar
Refletir e analisar sobre suas paixões
Esse é seu maior hobby

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ela

Ele mantem uma distância física, mas seus olhos permanecem perto talvez ela mesma já tenha notado sua presença por ali.
Ela permanece com os olhos fixados em um de seus maiores refúgios, um pequeno livro, em seu olhar todas as palavras, cada vírgula e pontos construíam um novo mundo, um de verdade que acaba por ser agregado em sua realidade.
Seu corpo parado, mas sua mente distante em uma realidade paralela, em mais de uma na verdade, ela nunca se limitou a uma única coisa.
São folhas e folhas que ela passa com sutileza por seus dedos brancos e macios, ele se pergunta qual a cor de seu esmalte?
Ao fim chega seu maior refúgio, uma construção sua, mas de carne, pele e osso, um príncipe encantado em seu cavalo branco, que ao estender sua mão ate ela possibilita com que possa espiar um mundo diferente do que foi construindo, longe das muralhas de desejos de terceiros.
Ela pouco a pouco vai se entregando a sua alucinação, mantendo seu medo de que um dia possa evaporar de suas mãos e novamente seu corpo ser envolvido apenas por ar, este ar mastigado e cuspido em seus pulmões, retornando ao fundo do castelo de muros altos.
Naquela noite ele apenas a observa, mas de uma forma diferente, pois uma inspiração nunca morre e ele prometeu eternizar suas alucinações e loucuras em papel e tinta, ela estando consciente disso ou não, para ele não fazia diferença.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Agradeço ao apoio da Redes Editora por acreditar em minhas palavras. Minha obra, minha primeira grande realização. Oficialmente um escritor.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Um Dia

Um dia ao certo vai chegar.
Um dia ao certo vai acabar. 
Um início.
Um meio.
Um fim.
Uma dúvida.
Uma certeza.
Quem sabe um dia seu fim ou qualquer meio vai acabar de iniciar. 
Um dia sua escolha vai lhe mostrar o que sua mente vai pensar. 
Quem sabe sua realidade não vai passar de uma questão de uma dúvida de uma tarde vazia.
Ou de um olhar.
De um sentir de um estar.
Ou de você apenas pensar. 


No Banco dos Réus

Estou debatendo meus questionamentos, sendo julgado pelo resto de uma razão lúcida que sobrou em um canto qualquer de meu inconsciente.
Sentado no banco dos réus, sou meu melhor advogado e o próprio culpado também sou a vítima de uma contradição.
Minha própria contradição de vida.
Se eu ganhar eu perco, se eu perder eu ganho.
O juiz me encara com seu martelo pregando dúvidas em minha mente.
Os jurados fofocam sobre meus atos, de orelha em orelha minha vida é transmitida.
Todos os lados concordam em apenas uma coisa, um breve recesso por tempo indeterminado, ainda não tenho as provas para me condenar ou para me absolver, são apenas indício e desconfianças que tenho a favor e contra mim.

O Velho e os Cães

Três cães procriam do outro lado fazendo um menage a trois animal.
Aqui do meu lado um velho cheirando a álcool contando sua vida e declamando poesias sobre seus dilemas. Não estou interessado em alucinações alcoólicas, me preocupo mais com os cães e seu Kama Sutra canino. O ônibus não vem, o que vem é o cheiro de cachaça que me embriaga, revirando minha mente confundindo meus olhos.
Agora os cães são quatro, mas um fica de fora, seu prazer é apenas de ser um voyeur de quatro patas.
Não olho novela, mas agora sou obrigado a opinar sobre elas.
O que me alegra é não falar língua de bêbado, ao menos não naquele momento.
Apenas balanço a cabeça e concordo com o velho.
Os cães querem se perpetuar.
O velho conversar.
Eu só quero me mandar.
Os cães e o velho estão me olhando, quem sabe o velho queira procriar e os cães se embebedar.
Me enchi do velho e cansei de esperar o ônibus.
Melhor eu me juntar aos cães...

Escuridão, Luz e Som

Em um canto qualquer da casa ele esta atirado
Totalmente no escuro
A sua volta ecoa uma linda canção que diz The good die young There might be no tomorrow....
Seus olhos estão vidrados em um relógio de luz vermelha
A cada piscar de olhos, um novo número no painel
Por uma pequena fresta da janela ele observa o movimento lá fora
São passos e vozes que escuta risadas de alegria e conforto
Mas dentro da casa apenas escuridão, luz e som
Seus olhos já melhor adaptados ao véu escuro que cobre sua visão, consegue agora distinguir suas palavras e seus pensamentos
Em suas mãos uma caneta e papel onde ele escreve sem ter um fim
São palavras sobre um local e um momento que não existe.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Nossa Cela

Nossa cela não tem água encanada, nem quente nem fria.
Nossa cela não tem sentimentos, nem ódio nem amor.
Em nossa cela nada de comida especial, apenas um arroz com feijão e nada mais.
Em nossa cela apenas ar para beber e tentar tirar o gosto amargo de nossa boca.
Estamos um de frente para o outro, com os olhos vermelhos sedentos de desejos.
Mas em nossa cela não temos desejos lascivos ou inofensivos.
Em um canto qualquer, pilhas de roupas manchadas por nosso passado.
Seu cheiro forte impregna nosso espaço limitado.
Entre quatro paredes altas, não podemos ver o céu nem desejar o inferno.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Uma Noite

Apenas mais uma noite em claro, esboços de palavras vagas, expressadas por desejos e sentimentos.
Seus olhos vermelhos já se sentiam incomodados pelos primeiros raios de sol que adentravam pela janela em sua frente, junto com os feixes de luz uma leve brisa fria da manhã.
Havia um resto de café em sua caneca, amargo e gelado, mas ainda sim café.
Ele se debruça sob a mesa, um leve coçar nos olhos cansados, mas realizado ao admirar sua letra nos papéis.
Palavras soltas em um fundo branco realizavam seus mais secretos instintos de seu inconsciente, agora ali em sua frente, palavra por palavra os seus pensamentos.
Pensamentos obscuros, alegres, dramáticos e por que não vagos?
Seus olhos em um último esforço, passam delicadamente pelas palavras, seu lábio se contorce delicadamente, um leve sorriso, eram suas palavras e seus desejos naquele papel que há pouco tempo era nada além de um fundo branco, agora era qualquer coisa que sua mente desejava ou queria, era sua maior representação, sua visão de um mundo desconhecido onde apenas ele podia chegar.


domingo, 12 de maio de 2013

Um Olhar ao Escuro

Um pouco acima de sua cabeça estava sua mais nova obra, suas mãos ainda manchadas pelas cores formavam uma nova obra, assim como a que ele com um leve movimento de cabeça admirava.
Apenas uma luz pela casa, ele atirado em um quanto qualquer como sempre a mercê de seus pensamentos e palavras.
No outro quarto duas almas, cansadas que ele não ousava interromper.
Mantinha certa distância, mas seu olhar sempre procurava aquele quarto, não esperava absolutamente nada, mas estava preparada para se algo viesse a acontecer.
Ele permanecia por ali como um cão de guarda, batalhando com seu próprio sono e desejos de uma cama macia, mas permanecia rígido ao seu estado, devia permanecer por ali apenas esperando, olhando e escutando.
Seu olhar cansado olhava para sua cama, mas logo voltava-se para a porta do quarto novamente, ele sabia que ainda não era sua hora.

sábado, 11 de maio de 2013

Manhã de Contrastes

O sol brilhava forte sobre sua cabeça, mas não estava quente, era um contrate com o frio que fazia naquela manhã.
Ele caminhava só, por um caminho de terra, pedras soltas, grama e cercas. Ao seu lado esquerdo pequenos lagos são seis ao todo, por ali uma imensidão verde, algumas manchas brancas, fofinhas de pelo macio espalhadas pelo chão.
Algumas casas soltas por sua volta, mais ao fundo podia-se ver uma grande cidade onde prédios tocavam o céu.
Andava pelo caminho cantarolando uma velha musica que ecoava dentro de sua cabeça.
Ao seu lado direito um gigante de metal que cortava o azul do céu com seus cabos de metal.
Um que outro carro que passava por ali levantando uma espessa poeira.
Era uma manhã de contrates de tons que manchavam seus olhos, ele seguia em frente sempre em frente sem saber o que estava na próxima curva, mas o papel e a caneta ela mantinha em suas mãos.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Mais um Dia

Mais um dia por aqui
Mais um dia para tentar pintar o céu de vermelho apenas para admirar
Mas está é minha vontade Será que é a sua também? Mais um dia para ouvir os melhores dos anos 80 e tudo mais
Mas está é minha vontade
Será que é a sua também?
Mais um dia para fazer qualquer coisa
Levantar e correr
Tentar alcançar o mundo
Mas está é minha vontade
Ver o mundo de cima Levar e ser levado
Escolher o certo e errar
Fazer o que quiser sem pensar
Mas está ainda é minha vontade
Será que pode ser a sua também?
Mais um dia neste mundo
Mais um dia sem parar
Mas está é minha escolha
Mas está é minha vida
E a sua?



Um Olhar Abstrato

Como poderia ao certo não perceber aquilo que estava diante de meus olhos.
Creio que meu mero olhar mortal não podia compreender tal imagem que reluzia em minha frente.
Uma mistura de cores que de perto não era nada além que um borrão colorido, mas de longe era uma visão imposta pelo limite de minha imaginação.
Ao todo eram oito, todos pendurados na parede, passei cuidadosamente meus olhos e meus dedos em cada uma das imagens, era como uma porta aberta por minha mente.
Mantive certa distância onde as imagens pudessem estar no mesmo campo de visão.
Em cada folha manchada por cores era possível se ver qualquer coisa, isso com a permissão de sua imaginação, uma borboleta, uma bicicleta, um carro, um barco, um homem que caminha com um grande cartola em sua cabeça, ora não tinha um limite físico para o que se via.
 Em cada folha o limite era colocado por cada um, até onde ir ou até onde queria chegar.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Uma Saída

Ao certo sua mente era um turbilhão de ideias, desejos e questionamentos, tudo isso com uma boa dose de sofrimento.
Com o tempo sua dor nem era sentida, em seu lugar estava um vazio, que deveria ser completado com certa frequência de uma forma ou de outra, não importava as consequências.
O mundo havia se tornado um lugar tedioso ao seu entendimento, deveria ao certo buscar uma saída um lugar melhor.
Seu limite era o da porta de sua casa, pois sua mente há muito não habitava aquele lugar.
Fazia representação de si em meio a uma série de desejos que nunca foram seus.
Em um último momento ela passaria pela porta sem olhar para trás, deixando um passado que ela não queria carregar consigo, deixaria uma vida que de certa forma nunca viveu.
Um dia, mais ainda não naquela noite.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Insônia

Ela estava viciada ao sabor da noite, mergulhada em seus mistérios e seus medos obscuros.
Era tarde de mais para ela, não tinha mais volta, dependia da noite para viver ao menos ainda.
Não podia se deitar e se entregar ao sono, era uma árdua tarefa repousar sua mente ao travesseiro, esquecendo-se da sombra da lua, ela dava a noite toda sua atenção e recebia de volta o mesmo.
Em poucos momentos que seus olhos piscavam ela tinha um breve sonho, um fragmento de seu inconsciente, tão pequeno, mas de grande intensidade.
Seu sonho era ao certo um tormento, em algum lugar qualquer ao fundo de seus pensamentos ela vagava por caminhos escuros e frios, a procura de algo, ela busca em cada canto de sua mente aquilo que não sabe achar.
Ao fim ela cansa de sua busca, está fadada ao fracasso, pois não existe o que achar não naquele lugar.
Em um momento de sobriedade ela olha ao seu redor, se vê só em um mundo distante de sua realidade, mas próximo ao seu pensamento.
Sente o medo da solidão em uma mistura de sofrimento com lamentação, seu corpo não responde suas ordens e sua mente parou de lhe questionar...
Em um grito de sufoco desperta, esta novamente na segurança de seu quarto, abraçada pela noite ela permanece a salvo de si mesma, isto ate seus olhos se fecharem novamente.

Um olhar ao Espelho

Ele andava de um lado par ao outro sem ter um destino.
Percorria toda a extensão da casa, de um canto ao outro com um balançar de cabeça.
Fazia pequenos movimentos com a boca como se mantivesse uma conversa com alguém.
Mas estava só, era ele e seu reflexo pelos espelhos espalhados.
 Em um breve momento trocava olhares consigo mesmo.
De um lado sua forma física e humana.
Na outra uma representação de sua idéias, uma forma eterna.
Uma última olhada ao reflexo
Apenas para ter a certeza de que ainda era humano.
Nada além disso.

Mergulhado na Noite

Ele andava entre caminhos escuros.
Onde sua sombra representava seu pensamento.
Era tão obscuro fora quando dentro de sua mente perturbada e que perturbava o mundo.
Seu passo era de um ritmo que ecoava em sua mente, algo como um compasso ou um relógio.
Na sombra da noite era apenas mais uma.
Na sombra da noite ele era um.
Uma escolha ou uma forma de sentir.
Mais uma decisão errada para chegar a uma certeza.
Mais um caminho mergulhado em seus questionamentos.
Mais nada...


Questionamento ao Tempo

Ao ser questionado pelo homem o tempo responde ao seu desejo:

Tolo Homem, eu sou o tempo não sou mais seu brinquedo.
Fui feito por suas mãos, mas sua mente não me controla mais.
São meus ponteiros e meus números distorcidos que guia sua existência. Como ousa vir até mim e pedir que eu tenha piedade com sua alma e seu corpo.
Infiel homem que me criou, mas isso não significa que me controla, eu sou o tempo sou seu ontem, hoje e seu amanhã. Sou tudo aquilo que você nunca será.
Meu Tic Tac percorre sua mente, domando sua própria vontade, controlando seus desejos. Tic Tac Tic Tac Tic Tac...